Histórico

Localizado na zona oeste da cidade de São Paulo, Pinheiros é considerado por muitos o bairro mais antigo da metrópole.

 Pinheiros

Primeiro bairro de São Paulo, tanto por suas origens indígenas quanto portuguesas

 

Após a chegada dos jesuítas ao planalto que originaria a cidade de São Paulo, um grupo indígena instalou-se, por volta de 1560, às margens do rio Grande - que posteriormente conhecido como rio Pinheiros - supostamente no local hoje ocupado pelo largo de Pinheiros. A área fazia parte de uma enorme sesmaria doada por Martim Afonso de Sousa a Pero de Góis, em 1532, cujas terras se estendiam do Butantã à cabeceira do riacho Água Branca.

Em 1584, estas terras passaram a pertencer a Fernão Dias Paes.

Há divergências sobre a origem do nome de 'Pinheiros'. Geralmente aceita-se que seja devido à grande ocorrência de araucárias nas terras onde o bairro surgiu. Entretanto, João Mendes de Almeida, em seu livro Dicionário Geográfico da Província de S.Paulo, discorda dessa versão.

Segundo ele, os índios tupi chamavam o rio de Pi-iêrê, que significa "derramado", em alusão ao transbordamento das águas que alagava as margens. Por corruptela, a palavra Pi-iêre teria se transformado em Pinheiros. A existência dos pinheiros, segundo o autor, serviu "só para operar mais facilmente a corruptela".

Parte de sua taba ficava no atual Largo da Batata, um local protegido das habituais inundações das margens do rio. Esta região habitada pelos indígenas tornou-se uma vila conhecida como Farrapos, e para a catequese dos índios foi erguida uma igreja com o nome de Nossa Senhora da Conceição.

A área de Pinheiros naquela época correspondia ao território que se estende desde o Butantã até parte do Pacaembu. Pertencia a uma sesmaria doada por Martim Afonso de Sousa a Pedro Góes em 1532 e que, a partir de 1584 passou a pertencer a Fernão Dias. Este último foi um dos responsáveis pela expulsão provisória dos jesuítas do local, pois como bandeirante não concordava com a postura jesuíta contra a escravização dos índios.


A vila indígena, que passou a ser conhecida como Aldeia dos Pinheiros, ficava isolada da Vila Paulistana devido à topografia da região. Apesar disso, sempre foi importante por causa do estreitamento das margens do rio Pinheiros, o que facilitava muito sua travessia e acabou tornando-se um trecho obrigatório de diversos caminhos que cruzavam a região, sejam de indígenas ou bandeirantes.

Sua importância acentuou-se com a construção de mais vilas ao sul e de uma ponte que atravessa o rio. Essa ponte foi muito utilizada nos séculos seguintes e, por ser destruída regularmente devido às enchentes, foi substituída por uma de metal em 1865.

No início do século XVII, o Caminho de Pinheiros (que atualmente corresponde à rua da Consolação, à parte alta da Av. Rebouças e à rua Pinheiros) era um dos mais destacados da Vila de São Paulo, por ser o único acesso à aldeia e a outras terras além do rio.

O desenvolvimento econômico e populacional do bairro posteriormente foi causado pelo sítio do Capão, uma propriedade altamente produtiva que se localizava nas terras da sesmaria, principalmente quando esta se encontrava sob comando de Fernão Dias Paes Leme, o "Caçador de Esmeraldas" e neto do antigo dono da sesmaria.

A região de Pinheiros possuía também uma boa quantidade de quilombos, os esconderijos e moradas dos escravos que fugiam de seus senhores e lá se instalavam devido às boas condições oferecidas pelo bairro com sua abundância de terrenos baldios e mato muito espesso.

Nesses quilombos também se abrigavam assaltantes que atacavam viajantes que passavam por Pinheiros, por volta do século XVIII.

Solicitada desde 1632, uma ponte de madeira sobre o rio foi construída apenas no século XVIII, ligando a região às vilas de Parnaíba, Cotia, Itu e Sorocaba.

A ponte foi várias vezes destruída, principalmente por enchentes, cabendo aos moradores das vilas vizinhas arcar com as despesas de reconstrução. Somente em 1865 foi erguida uma ponte de metal. Além da ponte, os moradores custeavam a manutenção do Caminho de Pinheiros que levava ao centro da vila de Piratininga, passando pela atual rua Butantã, Largo de Pinheiros, Rua Pinheiros, Avenida Rebouças e Rua da Consolação.

Em 1786 iniciou-se a construção de estrada ligando Pinheiros aos campos de Santo Amaro, o que hoje corresponde à Avenida Faria Lima. Posteriormente, a estrada foi estendida para o sentido oposto até a Lapa, e este novo trecho recebeu o nome de Estrada da Boiada, hoje Rua Fernão Dias, Rua dos Macunis e Aenida. Diógenes Ribeiro de Lima.

A região foi pouco habitada ao longo do século XIX, chegando ao seu final com 200 casas. A primeira padaria foi inaugurada em 1890 e a segunda em 1900. Havia um pouso para tropeiros e a economia era baseada em agricultura, carvoarias e, devido à excelente argila, olarias. Nestas eram fabricados tijolos e telhas que aos poucos foram substituindo o pau a pique nas construções de toda a cidade de São Paulo.

A linha de bonde ligando Pinheiros ao centro da cidade foi iniciada em 1904 e, passando pelo cemitério do Araçá, chegava até o cruzamento da rua Teodoro Sampaio com a Capote Valente.

Como não havia um pátio de manobras, os bancos do bonde eram virados. O Largo de Pinheiros foi alcançado apenas em 1909, após drenagem e aterro em toda a área entre os dois pontos.

O Mercado de Pinheiros foi inaugurado em 1910 e não passava de uma área cercada por arame farpado com pequeno galpão no centro, onde agricultores locais e de Cotia, Itapecerica da Serra, Carapicuíba, Piedade, MBoy, etc. comercializavam seus produtos.

A área que ficava entre o Mercado de Pinheiros e o Largo de Pinheiros, e que, a partir do início do século XX, começou a receber os agricultores de Cotia (predominantemente japoneses) que se dirigiam à Vila de Pinheiros para comercializar batatas (o principal produto agrícola de Cotia nas primeiras décadas do século XX) e lá estacionavam sua carroças e animais, acabou sendo denominada, por essa razão, de Largo da Batata.


A urbanização e desenvolvimento econômico tiveram seu início na região apenas na época do ciclo do café no Brasil, principalmente em São Paulo, e foi constituído com o dinheiro proveniente das exportações do produto. Ao final do século XIX a região recebeu um bom número de imigrantes italianos e, posteriormente, já no século XX, de japoneses.

O início da construção, em 1922, da Estrada São Paulo-Paraná (futura Rodovia Raposo Tavares), sobre a antiga Estrada de Cotia ou Estrada de Sorocaba, acelerou o desenvolvimento da região e atraiu os agricultores de Cotia a comercializar seus produtos no Mercado de Pinheiros. O bairro começou a se firmar como uma região de classe média, com grande presença de comércio e indústrias.Por volta de 1920 é fundada a Sociedade Hípica Paulista, que gozava de intenso movimento, principalmente das classes mais abastadas, sendo um dos grandes pontos de encontro dessa elite paulistana até meados do século XX.

Cinco anos antes, em 1915, foi firmado um acordo entre o governo do estado de estado de São Paulo e a Fundação Rockefeller para a construção da sede da Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo. Este acordo também previa a criação de um hospital para ser utilizado no aprimoramento dos estudantes e ao mesmo tempo no atendimento da população mais carente da capital paulista e até do interior do estado. Este hospital, que por uma série de dificuldades começou a ser construído apenas em 1938, foi chamado de Hospital das Clínicas e foi inaugurado oficialmente em 19 de abril de 1944. O hospital ainda é um dos principais da cidade e é considerado o maior complexo hospitalar da América Latina.

 

 

 

Alto de Pinheiros
O Alto de Pinheiros surgiu como um loteamento da Cia. City, iniciado em 1925.

A história dessa região tem início quando a Lei do Marquês de Pombal expulsou os Jesuítas em 1770, suas terras que haviam sido leiloadas, deram origens a chácaras e sítios, de particulares. Estas, foram adquiridas pela Cia. City, em 1913, e estavam desocupadas em vista de estarem sujeitas às enchentes periódicas do Rio Pinheiros. O projeto do novo bairro aproveitou as experiências bem-sucedidas dos bairros ajardinados já implantados pela Cia. City: Jardim América e Pacaembu.
Tendo a Light and Power Co. recebido, por lei estadual, a concessão para retificar e alargar o rio Pinheiros, provocou um retardamento na sua implantação e somente em 1937 foi recomeçado o arruamento, aproveitando as vantagens dessa obra.Com curvas de níveis respeitáveis, um dimensionamento generoso do sistema viário e hábil distribuição de áreas livres (praças, canteiros centrais nas avenidas e calçadas verdes) surgiu o bairro Alto de Pinheiros, no distrito de Alto de Pinheiros, constituindo-se em área residencial das classes média e alta da sociedade paulistana.
A sua avenida principal, com canteiro central de largura superior às das pistas de rolamento, é hoje denominada Av. Pedroso de Moraes, onde se destaca o grande corredor comercial formado por lojas de automóveis, supermercados e empresas de engenharia. Com a Praça Pan Americana, e sua rotatória de grandes dimensões localizada no centro do bairro, que distribui as largas avenidas em suas diagonais, o Alto de Pinheiros, constitui até hoje um exemplo dos mais representativos do urbanismo europeu.

 

 

 

Itaim Bibi
O nome Itaim Bibi provém de uma chácara, um general e um apelido.

Distrito da cidade de São Paulo, localizado na região sudoeste da cidade, esse antigo loteamento de terras adquiridas pelo general José Vieira Couto de Magalhães abrange bairros como a Vila Olímpia, famoso pela agitada vida noturna, com seus restaurantes e casas de dança, Brooklin Paulista e Brooklin Novo onde se instalaram várias empresas multinacionais nos últimos anos.
A história do bairro Itaim Bibi começou em 1896 quando o general José Vieira de Couto Magalhães adquiriu uma extensão de 120 alqueires, que era propriedade de Bento Ribeiro dos Santos Camargo.
Essas terras não tinham muito valor, pois eram inundáveis; sua função era meramente recreativa, para caça e pesca, e abrigava árvores frutíferas (principalmente jabuticabeiras). Em 1898, com a morte do general, seu filho herdou o local, conhecido como Chácara do Itahy ("pedra pequena", em tupi).
Em 1907, Leopoldo Couto de Magalhães, irmão do general, comprou as terras por 30 contos de réis, fixando residência no lugar.
Bibi (bebê -> bibi) era como as escravas chamavam o filho do médico Leopoldo Couto Magalhães, dono da Chácara Itaí, que cresceu e virou o "Seu Bibi". A palavra Bibi viria a acompanhar o nome do bairro Itaim Bibi, antes chamado Rio das Pedras. A Rua Renato Paes de Barros se chamava Rua Bibi, em sua homenagem.
A Rua João Cachoeira leva o nome de um escravo da família que, vivia cantando e contando causos por ali.
A sede da chácara propriamente dita, hoje conhecida como Casa Bandeirista do Itaim Bibi, localiza-se no início da atual Rua Iguatemi. Tombada pelo Patrimônio Histórico, foi, porém, destruída pelos seus atuais proprietários. Antes, por vários anos, foi um sanatório (Casa de Saúde Bela Vista), fundado em 1927 pelo médico Brasílio Marcondes Machado, onde doentes mentais ou dependentes químicos de famílias abastadas se tratavam.
Com o falecimento de Leopoldo, o local foi dividido entre seus herdeiros. Leopoldo Couto Magalhães Júnior, também 'Bibi', que era conhecido por possuir um dos primeiros automóveis da região e pelo hábito de usar boné de bico, continuou residindo na casa até a segunda metade da década de 1920.
O filho de Bibi, Arnaldo Couto de Magalhães foi responsável pelo loteamento da chácara. Na década de 20, surgiram pequenos sítios de um hectare, vendidos a italianos vindos da Bela Vista/Bixiga, um bairro central. Eles produziam verduras e legumes para o abastecimento local e dos bairros vizinhos. Atualmente a antiga Rua do Porto leva o nome de Rua Leopoldo Couto de Magalhães Júnior.

 

 

 

Vila Madalena
A Vila Madalena nasceu Vila dos Farrapos.

A região era uma parte de Pinheiros nos inícios da ocupação de São Paulo, desde a várzea do Rio Pinheiros até o espigão da Paulista. No século XVI, a Vila dos Farrapos era habitada por indígenas que haviam abandonado a parte central da cidade depois da instalação dos jesuítas e do colégio, em 1554. Na região de Pinheiros formara-se, então, um aldeamento, onde os missionários jesuítas ministravam a catequese, faziam batizados e missas e ensinavam os hábitos do trabalho aos índios. Na aldeia foi eriguida uma capela, cuja padroeira era Nossa Senhora da Conceição.
Os morros e planaltos de Pinheiros eram cortados pelo Córrego do Rio Verde, que nascia perto da rua Oscar Freire e desaguava no Rio Pinheiros. As localidades do lado oeste do córrego, onde hoje está a Vila Madalena, chamavam-se, já no início de nosso século, Sítio do Rio Verde. Alguns antigos moradores da Vila Madalena contam que o proprietário das terras era um português. Ele tinha três filhas: Ida, Beatriz e Madalena, que deram origem aos nomes dos atuais bairros da Vila Beatriz, Vila Ida e Vila Madalena. Entretanto, a história faz parte da memória dos habitantes. Na primeira década de nosso século, a cidade de São Paulo ia se ampliando para além do antigo triângulo histórico, e diversos de seus protagonistas, que moravam longe do centro, já necessitavam de transporte. Em 1910, a Light, uma das principais empresas urbanizadoras de São Paulo, assim como a City, anunciou a construção de uma linha e de uma estação de bondes na região da Vila Madalena.
Nessa época, as ruas eram de terra, sem iluminação, com acesso precário, de suas ladeiras íngremes e pequenos córregos. Sem dúvida, a chegada do bonde traria melhoramentos urbanos para a Vila Madalena. Foram chegando e fixando-se na região, então, diversos motorneiros, padeiros, açougueiros, sapateiros, pedreiros do cemitério, servidores públicos, quase todos de origem portuguesa. Nesse momento, o Sítio do Rio Verde foi loteado e começou a ocupação de uma nova sorte de gente na Vila Madalena.
Hoje, a Vila Madalena reúne moradores tradicionais, que ainda possuem casas simples com grandes terrenos (com criação de patos, galinhas etc.) e vários artistas e intelectuais. Durante os anos 70, muitos estudantes alugavam essas casas grandes e faziam uma espécie de república. A partir dos anos 80, começaram a surgir bares e uma série de negócios incrementados (galerias de arte, ateliês e lojas de grife).

 

 

 

Jardim Paulista

No século XVIII a região do bairro possuía alguns sítios, em que eram cultivados chá, tabaco e uva.

No final do século seguinte, em 1890, as terras foram compradas pelo general Juvenal Couto Magalhães e revendidas posteriormente à José Coelho Pamplona.

Nas décadas iniciais do século XX, as famílias Nunes e Paim lotearam parte da propriedade. Muitas das vias abertas foram batizadas com nomes de municípios paulistas, tais como as alamedas Campinas, Santos, Jaú, Itu, Franca, Tietê, dentre outras, de onde se originou o nome do bairro.

Ao contrário das sinuosas vias do Jardim Europa e Jardim América, repletas de bifurcações e rotatórias, o Jardim Paulista apresentava ruas retas e perpendiculares. Seus primeiros moradores eram de classe média alta, notadamente pequenos industriais e grandes comerciantes.

Após a segunda metade do século XX e devido à proximidade da Avenida Paulista, o bairro adquiriu características comerciais, verticalizando-se com a construção de pequenos prédios de escritórios e comércio.

 

Fonte:

Site São Paulo In foco, bairro de Pinheiros 

Site Vila Madalena, história cultura

Site Wikipedia página principal