A Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED) realizou nesta quarta-feira, 21, no Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, a abertura do 'Sem Barreiras - Festival de Acessibilidade e Artistas com Deficiência'. A iniciativa, que está em sua terceira edição, é feita em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura (SMC), além de diversas instituições culturais da cidade, e tem o objetivo de incentivar e apoiar o trabalho de artistas com deficiência.
O festival começou às 13h no Teatro Paulo Eiró, zona sul da cidade, com um show inédito dos artistas Billy Saga, Projota e Yzalú. Pela primeira vez, eles subiram juntos ao palco para uma apresentação. A cerimônia de abertura ficou por conta do mestre de cerimônia Gabriel Facchini que chamou ao palco a secretária municipal da Pessoa com Deficiência, Silvia Grecco e a sua secretária adjunta, Dika Vidal.
A secretária da SMPED abriu o evento falando da importância do Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência e de iniciativas como o Sem Barreiras. "A pessoa com deficiência existe, essa platéia lotada é a prova disso. Trabalhamos para que a pessoa com deficiência seja amada, respeitada e incluída. Esse é o nosso papel, sabemos que o desafio é grande, mas o amor pela causa é muito maior. Juntos vamos tornar a nossa cidade cada vez mais inclusiva”, destacou Silvia.
Quem abriu o show desta tarde foi a cantora Yzalú com o sucesso a ‘Minha bossa é treta’. Esta é a terceira vez que a artista participa do Festival Sem Barreiras e entre uma canção e outra falou sobre a causa da luta da pessoa com deficiência. “Nós passamos um bom tempo não sendo vistos pela sociedade, eu sou a prova viva disso. A minha existência já condiz com todo esse processo de invisibilidade porque sou uma mulher negra e tenho uma deficiência. Então, quando cheguei na arte não vi meus parceiros iguais a mim. Foi uma luta, sigamos! É uma honra estar aqui”, disse Yzalú.
Quem também participou de todas as edições do festival foi o rapper Billy Saga que usa a música como ferramenta de inclusão. “O Sem Barreiras tem se tornado já tradicional nesse movimento da pessoa com deficiência, fazendo arte de e para pessoas com deficiência, é uma via de mão dupla. Não é uma apenas arte para a pessoa, mas da pessoa com deficiência, por que aí desmitifica e quebra vários vieses, que a pessoa com deficiência não está em outros universos, artístico, musical, cênico, enfim, então eu uso isso como ferramenta para mostrar que nossos corpos são políticos. Como eu disse no palco, só de estarmos lá, já estamos causando uma revolução".
O último a subir ao palco foi o cantor Projota que levantou a platéia com sucessos como ‘Linda’ e ‘Ela só quer paz’. O estreante no Festival Sem Barreiras contou que o dia foi de grande aprendizado. "Hoje eu tive uma aula. As músicas do Billy tocam mesmo e conseguem transmitir qual é a dor e a dificuldade, e ao mesmo tempo, qual é a sensação de libertação de poder gritar pela igualdade e pela inclusão e você começa a entender melhor. Hoje a música é quase como você ter uma palestra e aqui, aprendi muito. Por mais que a gente lute, a favor das causas que não são determinantemente nossas, elas acabam indiretamente sendo também.”
Para finalizar o show, os três artistas subiram ao palco e cantaram juntos o sucesso da banda Charlie Brown Jr, 'Só os Loucos sabem'.
A programação realizada pela SMPED acontece também nos dias 23, 24 e 27 de setembro, com mais de 20 atrações gratuitas, abertas ao público, e acessíveis em Libras, audiodescrição e legendas. O festival, no entanto, se estende para além de setembro com a programação de instituições parceiras. O Sem Barreiras reúne grupos e artistas de várias linguagens, como: teatro, música, dança, cinema, sarau, circo, entre outras.
A programação completa do Festival Sem Barreiras está disponível neste link: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/pessoa_com_deficiencia/noticias/?p=334677
Sobre o Sem Barreiras
O Festival nasceu da experiência com o Programa Cultura Inclusiva, que tem como objetivo promover acessibilidade comunicacional em teatros e equipamentos municipais de cultura, oferecendo, além de acessibilidade arquitetônica, recursos de Libras, audiodescrição e legenda para munícipes com deficiência. A ideia é divulgar o importante trabalho realizado pelos artistas com deficiência, trazendo reconhecimento e visibilidade para cada um, seja no teatro, na música, dança ou em qualquer outra manifestação cultural. Através da cultura, a deficiência pode ser vista e entendida de uma outra forma ? e o que fica em destaque é o potencial de cada pessoa.
Confira o álbum do evento: Crédito das fotos - Fábio Nunes https://photos.app.goo.gl/Jtc7GaPL1UvxoY7G7