Secretaria da Pessoa com Deficiência vistoria acessos no Metrô

A estação Marechal Deodoro (Linha Vermelha) do Metrô foi o cenário de partida escolhido pela Prefeitura de São Paulo para uma avaliação da acessibilidade oferecida pela Companhia do Metropolitano de São Paulo às pessoas com deficiência.

Na tarde desta segunda-feira (13/02), uma vistoria mobilizou técnicos da Secretaria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, funcionários do Metrô e da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos, que percorreram o trajeto entre as estações Marechal Deodoro e Tatuapé do Metrô. Na comitiva, estavam presentes o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, o presidente do Metrô, Luiz Carlos David, e a Secretária da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Mara Gabrilli.

O trecho compreende nove estações, a maior parte adaptada às pessoas com deficiência, seja com piso podotátil de alerta e direcional, elevadores e rampas, espaço interno nos vagões para estacionar uma cadeira de rodas e o mais importante: funcionários capacitados para atender a esse público. "Muitas vezes o que impede a inclusão da pessoa com deficiência é o tratamento dado pelos atendentes e não a ausência de rampas e acessos", afirma a secretária Mara Gabrilli.

Hoje, em torno de 150 mil pessoas com deficiência e 70 mil acompanhantes, são beneficiados pelas adaptações de acessibilidade no Metrô de São Paulo. Desse total de usuários com deficiência, cerca de 6% são pessoas com deficiência física, que usam cadeira de rodas, mas, a grande maioria possui deficiência visual.

"Nós pensamos também na acessibilidade dos surdos, tanto que treinamos, no ano passado, 300 funcionários para saberem a Língua Brasileira de Sinais, a Libras", disse Jurandir Fernandes.

Poucas empresas fazem adaptações para todos os tipos de deficiência, e a pessoa surda é quem mais sofre com a exclusão, porque ela fala outra língua. "Imagine-se em um país onde não se fala o português e você não conhece nenhum outro idioma. O surdo se sente assim, incompreendido", comenta Mara.

Durante o trajeto, foram vistoriados os acessos, elevadores - que tem sinalização em Braille, intercomunicadores e circuito fechado de TV - e o piso direcional. Atualmente, o piso podotátil está instalado nas estações Barra Funda, Sé, Tatuapé, Artur Alvim e Corinthians/Itaquera da Linha 3-Vermelha e na estação Luz, da Linha 1-Azul.

Segundo o secretário Jurandir Fernandes, a previsão é que em três anos o Metrô esteja totalmente adaptado. Na estação Tatuapé há, ainda, uma sala para o atendimento de pessoas com deficiência, onde pode ser feito o cadastro para o bilhete especial, que dá direito ao transporte gratuito dessas pessoas no Metrô.

O Metrô faz parte do projeto piloto de transporte acessível, inédito no Brasil, fruto de uma parceria entre a Prefeitura de São Paulo (secretarias da Pessoa com Deficiência, dos Transportes e de Coordenação das Subprefeituras), a Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos e a Companhia do Metropolitano de São Paulo. Em uma área de pouco mais de 10 quilômetros, que vai do Terminal de Ônibus Santa Cruz ao Terminal Santo Amaro, está sendo criado um trajeto de acessibilidade, com ônibus de piso baixo - que permite o embarque e desembarque de pessoas com deficiência em nível, por meio de paradas já acessíveis. Se o projeto piloto atender às necessidades, poderá ser multiplicado para outras regiões da cidade de São Paulo.

O projeto de acessibilidade dos transportes é estrutural e um dos mais importantes da Secretaria da Pessoa com Deficiência, uma vez que, sem meios de locomoção, a pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida fica restrita a um pequeno espaço de circulação e sem ter como acessar hospitais, escolas, teatros, entre outros. Garantir o direito de ir e vir a todos os cidadãos brasileiros é lei expressa na Constituição de 1988, além de ser primordial para a autonomia de todos os paulistanos com deficiência.