Prefeitura apresenta o Projeto "Abrace o Paradesporto"

A prática esportiva é um grande facilitador na superação de barreiras de atitude na sociedade porque mostra que deficiência não é sinônimo de incapacidade

 

A Secretaria Especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida - Seped, em parceria com a Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação, com o apoio do Sindicato dos Clubes Esportivos do Estado de São Paulo - Sindi -Clube - , apresentou, na terça-feira (28/03), o projeto “Abrace o Paradesporto”.

O projeto, apresentado aos representantes de clubes particulares da cidade, tem o objetivo de organizar um circuito paradesportivo na cidade de São Paulo, nos clubes e entidades esportivas, proporcionando às pessoas com deficiência e mobilidade reduzida a possibilidade da prática supervisionada de uma atividade física, promovendo a inclusão social dessas pessoas por meio do esporte.

Participaram da mesa, a secretária especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Mara Gabrilli, o secretário de Esportes, Lazer e Recreação, Heraldo Corrêa Ayrosa Galvão, e o diretor executivo do Sindi-Clube, Armando Perez Maria. Estiveram presentes representantes dos clubes Pinheiros, Espéria, Atlético Ypiranga, Sírio Libanês e Círculo Militar de São Paulo; além de alguns atletas paraolímpicos.

Numa primeira etapa do projeto, será feita a capacitação dos profissionais de educação física dos clubes para que eles possam atuar na modalidade paradesportiva escolhida. Palestras serão oferecidas pelos clubes e supervisionadas pela Seped, que dará o suporte técnico. Ainda nessa etapa, está prevista a realização , nos clubes, de competições oficiais de diversas modalidades, com a supervisão do Comitê Paraolímpico Brasileiro, um dos parceiros no projeto. Após esse processo, o clube estará apto a implantar o esporte paraolímpico como prática regular do seu quadro de atividades.

A secretária Mara Gabrilli enfatizou que a Secretaria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida é uma secretaria nova, uma das primeiras a trabalhar focada na pessoa com deficiência no Brasil, e tem a missão de promover a inclusão nos vários setores da sociedade, como transporte, educação, trabalho, cultura ; mas, na prática, tem se percebido que o esporte é uma ferramenta de inclusão que acaba ajudando em todos os setores. " O esporte é uma ferramenta realmente transformadora , que abre as portas para a superação das pessoas".

Mara falou do trabalho de capacitação que está sendo realizado com profissionais de educação física da rede municipal para que eles aprendam a lidar com as pessoas com deficiência. "É impressionante como os profissionais se envolvem e, quando eles conhecem as modalidades do paradesporto, a gente assiste a uma transformação emocionante. O paradesporto é uma forma de fazer com que as pessoas com deficiência pratiquem esporte. Não é uma reabilitação, não é uma terapia ocupacional, mas é, sem dúvida, uma das melhores formas de integração social dessas pessoas".

O diretor executivo do Sindi-Clube, Armando Perez Maria, elogiou a iniciativa , mencionando que a média de idade dos atletas paraolímpicos é de 35 anos, o que mostra que a prática do paradesporto começa tarde, em razão da falta de incentivo à essa prática por parte da sociedade. “Esse projeto tem a ver com aquilo que nós sempre falamos nos clubes, que é o fato de que a cidadania é muito mais fácil de ser conquistada através do esporte”.

Segundo Perez, esse trabalho terá o apoio do Sindicato, que irá incentivar os clubes particulares da cidade a abrirem as portas para esse público. “Com certeza, todo clube tem associados que têm algum tipo de deficiência e, às vezes, eles não frequentam os clubes porque nós não divulgamos essa possibilidade. Esperamos, a partir desse momento, começar um trabalho de divulgação desse trabalho. O Sindicato acredita e apóia esse projeto e tudo deverá fazer para que, juntamente com a Secretaria (da Pessoa com Deficiência), possamos torná-lo uma realidade”.

O Secretário de Esportes Heraldo Corrêa falou da importância de participar de um projeto com esse comprometimento. “Se nós temos a pretensa lucidez, a pretensa vontade de que isso seja possível, só não será possível se, realmente, for uma pretensa vontade, porque nós temos a oportunidade, agora, de agregar esses valores sociais à nossa capacidade de convivência. O poder público não pode ser omisso nesta questão e acreditamos que a sociedade também não vai se omitir.”

“Eu venho pedir prá vocês o envolvimento com essa causa porque, independentemente de qualquer outra coisa, 15% da população brasileira têm algum tipo de deficiência " , conclui Mara , dirigindo-se aos representantes de clubes.

Paradesporto
O Paradesporto pode ser praticado por pessoas com deficiência e mobilidade reduzida de todas as idades e gêneros, para promoção da saúde , atingindo o alto nível ou para simples lazer e recreação. As principais modalidades adaptadas ao paradesporto são atletismo, basquete em cadeira de rodas, esgrima em cadeira de rodas, futebol de 5, futebol de 7, goaball, futsal, basquete, judô, natação, rugbi em cadeira de rodas, tênis em cadeira de rodas, tênis de mesa, tiro, voleibol sentado, voleibol para surdos.


Jourdan Rene Luktus, atleta da seleção brasileira paraolímpica de natação, que tem uma prótese de alongamento na perna, deu um testemunho sobre sua trajetória pessoal. "Eu tive a oportunidade de meus pais me colocarem na academia de natação desde cedo, me tratando como uma pessoa normal. Eu não vi minha deficiência como uma limitação. Treinei igual a todo mundo e, até meus 15 anos, eu não sabia que havia o meio paraolímpico para competir. Até então, eu competia com "pessoas normais". A partir dessa idade, eu comecei a competir no meio paraolímpico." Sobre o projeto "Abrace o Paradesporto", Jourdan disse que ele vai incentivar a pessoa com deficiência, atleta ou não, a praticar um esporte, treinar e até se tornar um atleta de paraolimpíada. "Hoje tem um monte de portadores de deficiência com alto potencial, com habilidade e talento para alguma coisa, que estão em casa. A partir do momento em que a pessoa sai para praticar um esporte, ela sai para a sociedade, sai para o mercado, sai para a vida", conclui.


Os atletas brasileiros são referência para milhões de pessoas com deficiência, dando exemplos como heróis na sua luta e superação. Investir no paradesporto é formar e ampliar a atuação dos atletas, incentivando-os a serem campeões em suas modalidades e mostrando que barreiras são o fortalecimento para a superação de limites. Esse projeto, de responsabilidade social, pretende, mais do que “abraçar o paradesporto”, contribuir para que a sociedade abrace a causa da pessoa com deficiência.

 

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Secretaria Especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida - Seped
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