Nesta quinta-feira, 13, a Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB) promoveu o encontro do Instituto Virada Feminina com importantes organizações voltadas para o setor da construção civil. Durante a reunião, a presidente do Instituto, Marta Lívia, apresentou o projeto “Elas Constroem Além das Fronteiras”, que tem o objetivo de capacitar mulheres imigrantes para o mercado de trabalho na área da construção.
Com o crescimento da construção civil no Brasil (segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo – Sinduscon/SP, e a Fundação Getúlio Vargas – FGV, o PIB do setor cresceu 8% em 2021), o projeto “Elas Constroem Além das Fronteiras” pretende atuar junto aos empregadores da área em temas como a capacitação, a formação e as vantagens de se aumentar o número de mulheres nos canteiros de obras. O projeto também aponta a importância de se adotar processos seletivos com foco no potencial, na capacitação profissional e no valor que as mulheres agregam às empresas. Embora já existam organizações que atuam para inserir as mulheres no setor da construção civil, nenhuma era voltada para as imigrantes. O projeto é composto por seis módulos, que abordam desde o preparo de massa bruta até a aplicação de acabamentos.
Durante a apresentação do projeto, a presidente do Instituto Virada Feminina expôs a determinação e o empenho que a população imigrante coloca em seus empregos. Também foi demonstrada a necessidade de trabalhos com enfoque na conscientização sobre o respeito às mulheres, incluindo aprendizado de português e educação financeira. Outro ponto de destaque no projeto é a futura criação de um banco de dados com as informações das participantes, subdividido por qualificação e histórico curricular, para facilitar a oferta de seus serviços.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) da ONU também participou do evento. A coordenadora da OIM, Carla Lorenzi, apresentou o “Projeto Oportunidades”, que visa a integração econômica para venezuelanos e migrantes de países vizinhos em situação de vulnerabilidade no Brasil.
Atualmente vivem no Brasil cerca de 1,4 milhão de imigrantes, sendo que sua maioria são latino americanos. Desse total, 54% são mulheres que não possuem qualificação profissional e dependem de subempregos para se manterem. O mercado de trabalho da construção civil é historicamente dominado pelos homens, porém a presença feminina cada vez mais ganha destaque nesta área. Entre 2007 e 2018, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve um aumento de 120% dos postos de trabalho ocupados por mulheres no ramo da construção.
Participaram do encontro o Sindicato das Empresas de Manutenção e Execução de Áreas Verdes Públicas e Privadas do Estado de São Paulo (SINDVERDE), a Associação para o Progresso de Empresas de Obras de Infraestrutura Social e Logística (APEOP), a Associação de Pequenas e Médias Empresas de Construção Civil de São Paulo (APEMEC) e o Sindicato da Industria da Construção Pesada do Estado de São Paulo (SINICESP).
Assessoria de Imprensa - SIURB