Uso correto da máscara salva vidas e deve continuar mesmo após a vacina contra Covid-19

A maneira certa de usar é sempre cobrindo nariz e boca

 Quem já tomou a vacina contra a Covid-19, seja a primeira ou as duas doses, não está dispensado dos cuidados para evitar a contaminação pelo coronavírus. “A máscara deve continuar sendo usada e de maneira correta, cobrindo nariz e boca”, alerta o médico infectologista Marcos Antônio Cyrillo, coordenador da seção técnica de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM).

Uma máscara de tecido, bem ajustada ao rosto, basta para proteger do contágio. Não há necessidade de modelo cirúrgico. De acordo com nota técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a máscara cirúrgica deve ser usada apenas por pacientes com sintomas de infecção respiratória (febre, tosse, dificuldade para respirar) e por profissionais de saúde e de apoio que prestam assistência a menos de um metro do paciente suspeito ou caso confirmado.

“Isso quer dizer: máscara de tecido para a população, para a comunidade. E se você estiver em um hospital, deve seguir as recomendações do local com relação ao uso de máscara cirúrgica ou N95”, diz o especialista.

Segundo Cyrillo, essa determinação está muito bem documentada. As máscaras de tecido devem ser utilizadas pela população durante o dia e, no final do dele, lavadas como qualquer peça roupa em casa. “Se a pessoa for para um hospital ou ficar internada é diferente”, explica o médico.

A sanitarista Paula Bisordi Ferreira, do núcleo de Doenças Agudas Transmissíveis da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), também orienta que os pacientes assintomáticos ou com sintomas leves de Covid-19, em isolamento doméstico para tratamento, devem fazer uso de uma máscara cirúrgica. E se alguma pessoa precisar manter contato com este paciente - para levar um alimento, medicação ou outro cuidado -, também deverá usar o modelo cirúrgico.

Dose dupla

Muitas pessoas têm adotado o uso de duas máscaras simultaneamente, como medida extra de proteção. O infectologista Marcos Cyrillo aponta que não existem estudos ou indicação para usar uma máscara em cima da outra, na tentativa de aumentar a barreira.

“Você pode usar uma máscara de panou ou uma máscara cirúrgica N95, mas uma única máscara. Os estudos mostram que ambas não protegem mais do que uma, quando usada adequadamente, higienizada adequadamente, colocada e retirada adequadamente”, adverte.

A orientação do Instituto Butantan é que as pessoas vacinadas mantenham as medidas de proteção até que a maior parte da população tenha recebido as duas doses do imunizante, o que deve demorar algum tempo.

Somente com um grande número proporcional de vacinados é que será possível atingir a chamada "imunidade de rebanho". Trata-se do termo usual em infectologia para indicar que a maioria das pessoas de uma comunidade foi infectada e produziu anticorpos, ou seja, se tornou imune a uma doença.

Enquanto esse estágio não for alcançado, não há garantia de que os que foram imunizados não possam continuar transmitindo o vírus e se infectando, mesmo que em menor escala e com quadros menos graves da doença.

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