Afrocentricidade e Possibilidades para o Ensino das Ciências e Culturas Africanas

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Afrocentricidade e Possibilidades para o Ensino das Ciências e Culturas Africanas 
 

Dias: 1 e 8/11 segundas-feiras.
Horário: 15h às 17h

 

Descrição

Este Curso embasa-se na necessidade de se pesquisar e entender a complexidade das histórias, ciências, tecnologias e cosmovisões presentes no Continente Africano, mas para tanto, existe uma sensibilização e também pesquisa quanto aos métodos e perspectivas coerentes para tal - os povos africanos são agente de sua narrativa, e portanto devem ser estudados por uma via metodológica que seja condizente com sua ontologia.
Faremos uma exposição da Afrocentricidade como método, para então colocá-la em prática por meio da pesquisa ao Antigo Kemet (Egito) e enfim, proporcionar um fundamento para a prática decolonial em sala de aula, trocando-se o clichê “tudo vem da Grécia”, para a postura científica honesta de que “todas as coisas possuem diferentes origens, sendo a origem de muitas coisas o Continente África”.

 

Conteúdo Programático


Dia 01/11 - Metodologias e Perspectivas para o estudo e ensino da África.


A construção de paradigmas epistemológicos - ciência e sua organização - é baseada na ontologia de cada povo, isto é, como ele se considera existente, em sua percepção da própria existência. Desta forma, é crucial este entendimento quando se mesclam perspectivas científicas e espirituais sobre a cultura e legado alheio.
Este primeiro encontro visa entender a metodologia e posicionamento para se estudar de maneira coerente o legado africano, pensando-se que para entender a perspectiva da população africana no mundo, devemos pensá-la como atuante e agente de sua narrativa, que engloba sua própria posição histórica diante de sua história. A negligência com a história africana, ou, por outro lado, o fetiche pelo prazer de seu estudo, são duas facetas da violência, falta de entendimento e tato para com todos estes povos e suas histórias.
Bibliografia:
? ANI, Marimba. Yurugu, uma crítica africano centrada do pensamento e comportamento cultural europeu. 1994.
? SANTANA, Tigana. A cosmologia africana dos bantu kongo por Bunseki Fu Kiau tradução negra, reflexões e diálogos a partir do Brasil. 2019.
? ASANTE, Molefi Kete. Afrocentricidade como Crítica do paradigma hegemônico ocidental introdução a uma ideia. 2016.
? NASCIMENTO, Elisa Larkin. Afrocentricidade uma abordagem epistemológica inovadora. 2009.
? BENEDICTO, Ricardo Matheus. Afrocentricidade, Educação e Poder uma crítica afrocêntrica ao eurocentrismo no Pensamento Educacional Brasileiro. 2016

 

Dia 08/11 - Nordeste Africano, o Kemet como práxis da Afrocentricidade.


Desde as origens do ser humano pelo continente africano, muitas trajetórias científicas, tecnológicas e culturais que foram desenvolvidas neste continente serviram de legado decisivo em como as demais sociedades humanas do mundo inteiro desenvolveram-se. Em absoluto, os desenvolvimentos das sociedades africanas são uma raiz primordial no caminhar de todos os povos, e entre as comunicações comerciais e culturais dentro do continente, a região do nordeste africano é como um desaguar desta cultura - uma via de acesso à riqueza filosófica, tecnológica e espiritual deste território.
Este segundo encontro parte pela experimentação de uma aula acerca do Antigo Kemet (Egito), pela perspectiva de Thiago Iaqeb Ahmose (facilitador) como estudioso dessa área, ou seja, experimentando a Afrocentricidade como base metodológica para tal. O entendimento é que se dialogue sobre “como” estudar este território, tão mal entendido pela academia, mídia e senso comum.
Bibliografia:
? UNESCO. História Geral da África Volume I Metodologia e pré-história da África. 2010
? DIOP, Cheikh Anta. Origem Africana da Civilização mito ou realidade. 1974.
? CAMARA, Giselle Marques. Maat, o princípio ordenador do cosmo egipcio uma reflexão sobre os princípios encerrados pela deusa no Reino Antigo.
? WILLIAMS, Chancellor. A Destruição da Civilização Preta, grandes questões de uma raça, de 4500 a.C. até 2000 d.C; 1974.
? OBENGA, Théophile. Egito História Antiga da Filosofia Africana. 2004.
? JAMES, George G. M; Legado roubado. 1954.
? OLIVA, Anderson Ribeiro. Desafricanizar o Egito, embranquecer Cleópatra: silêncios epistêmicos nas leituras eurocêntricas sobre o Egito em manuais escolares de História no PNLD 2018.

 

Facilitação

Thiago Iaqeb Ahmose
Pesquisador e educador do Sistema de Escrita (Medu Neter) do Antigo Kemet (nordeste Africano) pela Kasa de Maat. Escritor, autor de Histórias em Quadrinhos, e graduando de Licenciatura em Geografia (IFSP - SP). Os estudos de raça não são uma área de expertise, mas uma vivência que trouxe leituras, diálogos e enfim possibilidades pedagógicas, já que para uma pessoa negra no Brasil, falar de raça não é absolutamente um prazer, mas uma questão de sobrevivência. Atualmente é integrante da equipe curatorial da 13ª Bienal Internacional de Arquitetura com a proposta Travessias. ig @nebu.ahmose
 


 

Coordenação

Pedro Cardoso Smith

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Sobre

Público: Interessados

Vagas: 40 

Dias: 01 e 08 de Novembro

Horário: das 15h às 17h (2 horas por encontro/total: 04 h)

Local: Curso remoto, via Plataforma digital (Assim que você fizer sua inscrição e confirmar sua presença, receberá informações sobre como participar da atividade virtual).



Inscrições encerradas

 

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