Mostra UMAPAZ
Exposição Alberto Duvivier Tembo: Desde que eu existo

Descrição

“Em 1974, ano em que nasci, foi avistado pela última vez na natureza um jovem leão marinho japonês. A espécie, hoje extinta, foi somente uma das que desapareceram desde então.
Não se sabe quantas espécies se vão todos os anos. Nossa ciência não sabe nem quantas há no mundo: sequer conhecemos alguns dos irmãos com quem dividimos nossa casa.
O que sabemos é que eles estão sumindo, em uma velocidade entre 1.000 e 10.000 vezes maior do que a natural. Ou seja, desde que eu e você existimos, desde que nossos antepassados fincaram o pé na Terra, a supremacia antropocêntrica vem passando o rodo em quem se coloca à direita, esquerda, frente, atrás, acima ou abaixo.
Curioso é que, quando surge a espécie humana, surge junto a arte - o poder de criar, ao lado do de destruir. Mas qual a função da arte? Registrar memórias, simbolicamente em forma de desenhos, mapas, registros? Textos?
Quando eu deixar de existir, provavelmente a espécie humana estará ainda mais numerosa, dominante e absoluta. Diferente daquele jovem leão marinho, que sumiu e levou consigo uma preciosidade maior do que a arte: a obra viva da natureza, uma espécie.
A verdadeira arte é - e sempre será - prezar pela diversidade”
___ DUVIVIER TEMBO, Alberto
“Desde que eu existo” é uma exposição de desenhos, resultados da ação do calor e do fogo, realizados por Alberto Duvivier Tembo. As obras retratam as transformações ambientais e extinções de espécies desde o nascimento do artista, em 1974, até os dias de hoje.

Artista
Alberto Duvivier Tembo é educador, artista, game-designer, ambientalista, pai e vegetariano - tudo junto, sempre misturado.
No que diz respeito à arte, sua produção plástica inicialmente se caracterizou pelo emprego de materiais naturais – terra, pigmentos vegetais, fungos – na elaboração de grandes pinturas efêmeras que retratavam animais ameaçados de extinção. Posteriormente aproximou-se da land art, com instalações no ambiente natural. A partir da criação do coletivo Zebra5, em 2009, passa a explorar o campo do jogo, com Obras-Jogo que integram jogo e arte, tornando-os inseparáveis. Considera a arte, o jogo, a educação, meios de alcançar um modo mais irmanado e ecológico de viver. Não campos separados, mas em constante relação.

Coordenação

Helena Quintana Minchin