Parque na Vila Leopoldina homenageia Orlando Villas Bôas

28/04/2012

 

 

 

No próximo sábado, 28, o Parque Leopoldina Orlando Villas Bôas, localizado na reigão Centro-Oeste da cidade, realiza encontro e uma exposição em homenagem ao sertanista e indigenista paulistano Orlando Villas Bôas.

Além da exposição de fotografias do homenageado, serão ministradas palestras sobre a vida de Orlando e também sobre a criação do Parque Nacional do Xingu. A cerimônia contará com a presença da família Villas Bôas representada por Marina, viúva do indigenista, e Noel, o filho mais novo. Após o evento será realizado um piquenique de confraternização.

Nascido em 1914, em Santa Cruz do Rio Pardo (SP), filho de um advogado, Orlando, juntamente com seus irmãos Leonardo e Cláudio, mudou a história das relações entre brancos e índios no Brasil. Não fosse a atuação e política indigenista implantada pelos Villas Bôas, diversas nações indígenas teriam sido exterminadas ou, simplesmente, desaparecido.

A carreira do sertanista começou em 1943, com a Expedição Roncador-Xingu, órgão de vanguarda da Fundação Brasil Central, criada pelo então Presidente da República Getúlio Vargas, com o objetivo de desbravar a região Central e Norte do país. Nessa época, a família Villas Bôas vivia em São Paulo, capital. Acostumados a uma vida ligada à natureza e sonhando em retornar ao interior, Orlando, Leonardo e Cláudio tentaram entrar para a Expedição. Foram recusados, mas não desistiram. Disfarçaram-se como sertanejos e conseguiram se integrar à Expedição.

Em seus 20 anos de duração, a Expedição Roncador-Xingu, chefiada pelos Villas Bôas, abriu mais de 1500 quilômetros de trilhas, navegou 1000 quilômetros de rio e assistiu a quase 20 tribos. Nesse meio tempo, Orlando e seus irmãos puderam observar os efeitos negativos das políticas governamentais da época para os indígenas e dos contatos dessas populações com os brancos. Para o sertanista, a integração forçada com a sociedade branca era extremamente maléfica aos índios. Estes só teriam uma chance se tivessem sua própria terra e o direito de preservar sua cultura. Os irmãos Villas Bôas articularam-se em torno da idéia da instituição de uma reserva para a proteção dos índios do Xingu e, em 1961, criaram o Parque Indígena do Xingu, que se tornaria uma das mais importantes reservas indígenas do mundo.

O Parque Indígena do Xingu, localizado no estado do Mato Grosso, tem 27 mil quilômetros quadrados de área e abriga milhares de espécies da fauna e da flora brasileira. Aproximadamente 6000 índios vivem na reserva. Orlando foi seu primeiro diretor e foi a sua posição firme, alicerçada na mais eficaz política indigenista, criada pelos irmãos Villas Bôas, que impediu que o Parque fosse invadido e destruído logo no início.

Nessa longa convivência com os indígenas, Orlando Villas Bôas foi cativado por eles e descobriu que sua organização social não era pior ou melhor que a nossa, era apenas diferente.

Não faltou reconhecimento a Orlando. Entre muitos outros prêmios, foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz, em 1972, e recebeu a medalha de fundador da Royal Geographical Society de Londres. No Brasil, recebeu a Ordem do Rio Branco, a Ordem Nacional do Mérito e as mais importantes honrarias nacionais. Mas, sem dúvida, a homenagem que mais o emocionou foi o título que os índios lhe deram: "O Cacique Branco do Xingu". Por fim, foi homenageado pelos índios no ritual do Kuarup.

 

Serviço:

Homenagem a Orlando VIllas Bôas

Data: 28 de abril

Horário: 10h às 12h

Local: Salão de Eventos

Endereço: Av. Embaixador Macedo Soares, 8000- Marginal do Tietê sentido Ayrton Senna, entre a Ponte dos Remédios e a Ponte da Anhanguera.

Informações: pqvillasboas@gmail.com

Telefone: 11 3647-9939