Divisão da Fauna Silvestre adota medida por conta do Coronavírus

Entenda a rotina de trabalho deste setor

 O macaco Bugio, da cor marrom escura, está em um galho de árvore observando a natureza

                                                                                                                                                                            Marcos Kawall

 

Desde 1993, os profissionais que trabalham na Divisão da Fauna Silvestre da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente desenvolvem um trabalho primoroso com relação aos nossos animais, tanto na parte de cuidados, resgates, conservação e proteção até a realização do inventário de nossa Fauna Silvestre, tarefa de suma importância para definir novas políticas públicas voltadas à conservação no Município.

Mas como ficam as coisas em meio a esta pandemia? De que forma estes profissionais estão lidando com este novo cenário?  A bióloga e diretora da Divisão da Fauna Silvestre na SVMA, Juliana Laurito Summa, diz que o resgate dos animais silvestres é feito pela Guarda Civil Metropolitana Ambiental, que os entrega na Divisão.

“Atualmente estamos no período de baixa de resgates, entregas de animais, o que é comum nesta época do ano (outono/inverno). Entretanto, as pessoas estão solicitando a retirada de animais no quintal, na área externa do prédio, na rua de casa, porque é onde estão passando a maior parte do dia.”, conclui Juliana.

Em meio a este caos que todos estão passando, a bióloga nos relata que estão trabalhando com o número reduzido de funcionários para realizar o tratamento e manejo dos animais, pois aqueles que pertencem ao grupo de risco estão home Office, o trabalho das equipes acontece de domingo a domingo. Mesmo com todos estes cuidados, os olhares dos profissionais também estão atentos aos primatas e onças, que são monitorados.
 “É importante ressaltar que estamos tomando cuidados redobrados na utilização de máscaras e luvas e evitando aglomerações.”, afirma Juliana

A Divisão tem duas sedes: uma no Parque do Ibirapuera (posto de recebimento dos animais silvestres) e também onde fica a equipe de cuidados com o acervo Municipal dos anatídeos (cisnes, gansos, marrecos), que realiza triagem e plantão telefônico além de trabalho de campo e vistorias e a outra no Parque Anhanguera, onde está o centro de manejo e conservação de animais silvestres – CEMACAS, que possui instalações de quarentenário, Hospital veterinário, laboratório, cozinha, Biotério e recintos de reabilitação.

Atualmente, na sede do Ibirapuera encontram-se somente anatídeos que ficam soltos no lago (animais silvestres não estão sendo recebidos), já no CEMACAS, possuem cerca de 350 animais internados.

Uma atividade minuciosa, detalhada e que requer pessoas comprometidas e bem preparadas para executar as tarefas diárias de manejo dos animais, recebimento, avaliação e tratamento clínico, exames laboratoriais, sem contar o manejo de ratos/ camundongos e insetos que são utilizados na alimentação, acompanhamento dos serviços dos tratadores, pareceres técnicos sobre a fauna silvestre do Município, laudos de apreensão, vistorias, etc.

“A Divisão da Fauna recebe geralmente no outono/inverno (Abril a Agosto) cerca de 5 a 20 animais, já na primavera/verão ( Setembro a Março) entre 60 a 100. Para cada situação existe um tempo de recuperação das espécies, vai depender muito do estado de saúde em que se encontra este animal, alguns se recuperam no mesmo dia, outros em uma semana, 3 meses até 6 meses.”, relata a bióloga.