Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres devolve espécie nativa de coruja à natureza

Imagem formada pela sequência de três fotos de uma mesma coruja mocho-diabo. Da esquerda para a direita: a primeira foto mostra o filhote de olhos fechados com penugem branca; a segunda mostra um filhote maior, com penugem marrom e olhos amarelos e pretos; por fim, a terceira foto mostra o animal adulto, com bom empenamento nas cores marrom e preto, e olhos da mesma cor da imagem anterior. Na terceira foto, também há uma elevação das penas sobre a cabeça do animal, formando um "chifre" à esquerda e outro à direita..
A equipe do Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres (CeMaCAS) realizou a soltura de uma coruja mocho-diabo (Asio stygius), animal pertencente à fauna brasileira nativa, na última quinta-feira (19), após dez meses de reabilitação. O Parque Anhanguera foi o local escolhido para a devolução por oferecer mais opções à ave: de lá, ela pode escolher voar para regiões mais distantes, permanecer livre no espaço – já que ele fornece as condições necessárias para sua alimentação –, ou retornar ao CeMaCAS, caso encontre dificuldades para caçar.

O animal foi encontrado ainda filhote, caído em um quintal no município de Carapicuíba (SP) e chegou ao CeMaCAS no dia 7 de novembro de 2018, pesando apenas 85 gramas. A primeira etapa do tratamento foi realizada prioritariamente no berçário, onde a corujinha permaneceu até atingir o tamanho de um mocho-diabo adulto, em fevereiro deste ano. Depois disso, a reabilitação foi dedicada ao desenvolvimento da musculatura, ao empenamento e ao ensino de hábitos naturais da espécie, como a caça. Ao fim do processo, a ave marcou 670 gramas na balança e alçou um belo voo ao ser solta.

Até ser considerado hábil para a devolução, o mocho-diabo recebeu treinamento dos técnicos do CeMaCAS e também conviveu por sete meses em um recinto com outras corujas para aprender comportamentos específicos e fundamentais para a vida livre. Neste período, a saúde da ave foi acompanhada semanalmente por biólogos e médicos veterinários por meio da pesagem, a fim de constatar a capacidade de alimentar-se adequadamente, critério para a regressão ou a evolução do tratamento e, consequentemente, para a aptidão para a soltura na natureza.