Treinamento dá início à revitalização da Mata Atlântica no Trianon

Orientação aos profissionais que removerão as espécies exóticas invasoras contempla detalhes técnicos para evitar prejuízos à biodiversidade local.

O projeto de revitalização da Mata Atlântica do Parque Trianon, prevista pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), começa nesta quinta, 22 de agosto, com uma importante missão: orientar os profissionais que executarão o trabalho de remoção das palmeiras Seafórtia. O treinamento contempla questões técnicas, como uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e contrato de manejo; sociais, sobre como o prestador terceirizado deve proceder, se abordado pelo frequentador; e de manejo, como o procedimento para que a extração das palmeiras invasoras não prejudique as espécies nativas do sub-bosque ou sua fauna.

O projeto prevê a remoção das cerca de 750 palmeiras existentes no Parque Trianon, a partir de 1º de setembro, com um lote inicial de 20 espécies. A remoção, assim como sua substituição por árvores nativas da Mata Atlântica, tem prazo de dois anos para ocorrer. O passo inicial foi realizado com a higienização do bosque do parque, com a remoção de galhos.

Projeto
Conhecida como palmeira australiana, a espécie chegou a São Paulo para compor projetos paisagísticos, graças à estética de sua folhagem. Com o tempo, percebeu-se o quanto seu crescimento veloz prejudicava e comprometia a flora. Basta calcular que cada cacho possui cerca de 4 mil sementes. A expansão da espécie evoluiu em progressão geométrica, comprometendo de fato o Trianon.

A decisão da SVMA para conter o avanço da espécie invasora seguiu solução dada à Cidade Universitária em 2011. Cientistas do Instituto de Biociências pesquisaram o fenômeno e concluíram que a espécie invasora provocava prejuízos à flora nativa, levando à substituição destas por 120 espécies nativas de Mata Atlântica. O controle da invasão biológica do Trianon conta com a parceria da SOS Mata Atlântica, universidades e comunidade: todos querem de volta ao parque espécies significativas do Bioma de Mata Atlântica.

As denominações dadas à vegetação “estranha” à fauna local são globais. Diz-se que uma espécie é chamada de exótica quando ela é de fora, “importada” (no caso, a palmeira veio da Austrália) e de invasora – ela invade o espaço do sub-bosque, desenvolve-se rapidamente e o sombreamento causado por suas copas frondosas compromete o desenvolvimento natural das espécies nativas.