SVMA recebe Selo de Acessibilidade Digital

O selo torna praticamente todas as pastas da Prefeitura acessíveis; São Paulo é a primeira cidade brasileira a atingir essa meta.

Imagem com fundo preto e logo da CPA ao centro, composto pelos dizeres: "Comissão Permanente de Acessibilidade - Selo de Acessibilidade Digital".
A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) acaba de receber o Selo de Acessibilidade Digital. A certificação, concedida pela Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED) da Prefeitura de São Paulo, é atribuída para sites e serviços disponíveis na web que seguem os critérios nacionais e internacionais de acessibilidade. O selo contemplou todos os sites da Prefeitura, fazendo de São Paulo a primeira cidade brasileira a dispor desse referendo.

O selo reconhece o esforço das equipes de criação e conteúdo dos sites para torná-los mais acessíveis a todos os públicos. Para obtê-lo, o site deve cumprir os critérios de acessibilidade estabelecidos nacional e internacionalmente. O objetivo é promover o conhecimento e a consciência de serem observadas as boas práticas de acessibilidade na web. “O mundo digital é o do acesso ilimitado ao conhecimento. Cabe, portanto, ao poder público garantir a universalização a esse mundo digital, ao conhecimento”, disse o prefeito Bruno Covas.

Cerimônia
A prefeitura recebeu representantes de diversas secretarias, de subprefeituras e de entidades ligadas a acessibilidade, com a presença do prefeito Bruno Covas. A apresentação do projeto do Selo foi feita por Sidney Tobias, consultor de acessibilidade digital e comunicação inclusiva da SMPED. Após lembrar que o objetivo é favorecer a navegação das pessoas deficientes nos sites, lembrou que desafio era “manter as páginas acessíveis”. Quando um órgão ou empresa solicita o selo de acessibilidade digital, assina um termo no qual se compromete com essa manutenção, podendo perder a certificação caso não a cumpra.

O fator de inspiração para a SMPED iniciar uma ampla campanha foi o projeto #pracegover, objetivando incorporar aos sítios de todos os órgãos públicos municipais as ferramentas necessárias para favorecer os deficientes visuais. A SVMA prontamente atendeu à consulta dos técnicos daquela pasta e tratou de adaptar todo o seu conteúdo para torná-lo acessível, incorporando os descritivos para as imagens publicadas. Além de recursos que facilitam a navegação de cegos, com o descritivo dos conteúdos, o site da pasta conta com um “tradutor” virtual que converge o conteúdo na Língua Brasileira de Sinais (Libras).

O nome do projeto não tem qualquer conotação pejorativa. Enquanto cego é denominação correta para a pessoa com pouca ou nenhuma percepção visual, a expressão #PraCegover é um trocadilho sobre os “videntes” que não enxergam o cego e não se dão conta de que as pessoas com deficiência visual usam as redes sociais. Quem criou o projeto foi a professora baiana Patrícia Braille, em 2012.

Hand Talk
Além da aplicação do #pracegover, o site da SVMA dispõe de um aplicativo conhecido como hand talk (mãos que falam). Esse tradutor converte o conteúdo da plataforma em Língua Brasileira de Sinais (libras), beneficiando 80% dos surdos que possuem dificuldade em ler e escrever. O aplicativo está localizado na lateral direita da tela por símbolo de duas mãos, na cor azul: quando acionado, carrega a imagem em 3D de um carismático intérprete, batizado de Hugo, que passa a descrever o material na língua de sinais.

Curiosidades do sistema Braille
Nascido em 4 de janeiro de 1809, na França, Louis Braille feriu-se aos três anos, provocando a cegueira total. Sua enorme facilidade de aprendizado fez com que avançasse nos estudos, mas a ferramenta de aprendizado era, na verdade a gravação em alto-relevo de letras grandes, em papel grosso, criado pelo fundador do Instituto Real de Jovens Cegos de Paris, Valentin Haüy, onde Braille foi matriculado.

Quando o capitão reformado da artilharia francesa, Charles Barbier, visitou esse instituto para apresentar um sistema de comunicação que chamou de “escrita noturna”, Braille tinha doze anos e logo se encantou pelo sistema, que consistia em pontos dispostos sobre um retângulo, com seis pontos de altura por dois de largura. Barbier explicou que o recurso permitia a leitura sem usar a luz, de forma silenciosa, para não atrair o inimigo nos campos de batalha. Havia uma tabela com 36 quadrados, e cada um deles representava um som básico da linguagem humana. Encantado com a ideia, Braille trabalhou nos anos seguintes para simplificar a tabela até obter um processo elegante, com uma célula com apenas três pontos de altura por dois de largura.