Natal ultrapassa valores religiosos


Por mais que o Natal esteja vinculado à religião católica pela comemoração ao nascimento de Jesus, o fato é que a data se tornou uma referência nacional e mundial para o congraçamento familiar. Mesmo os representantes de outras religiões acabam cedendo aos encantos que o “espírito natalino” representa – até mesmo pela exploração do comércio na venda de presentes. Independente da questão religiosa, o nascimento de Cristo pontua o ano 1 de nossa história, ou seja, o fato teria ocorrido há exatos 2018 anos. Por isso, afirma-se nas datas as siglas a.C (antes de Cristo) e d.C. (depois de Cristo).

Sabe-se, por exemplo, que muitas outras datas foram usadas na antiguidade para essa comemoração, pois não se sabia ao certo o dia exato do nascimento de Jesus. Foi somente no século IV que o dia 25 de dezembro foi instituído oficialmente. Talvez, a escolha seja uma referência ao início do inverno, comemorado na Roma Antiga. Nos dias atuais, as comemorações natalinas procuram reproduzir mensagens de paz, enquanto o Ano Novo (1º de janeiro) é um feriado dedicado à Confraternização Universal.

Noel e os símbolos natalinos

Outra figura importante do Natal ocidental que vincula a data à entrega de presentes é o Papai Noel, que existiu de verdade. O bispo Nicolau teria nascido na Turquia no ano 280 d.C. e costumava ajudar as pessoas menos favorecidas, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas. A igreja católica o transformou em santo (São Nicolau) após o relato de diversos milagres que teriam sido atribuídos a ele, principalmente na Alemanha; nos Estados Unidos, ele ganhou o nome de Santa Claus; em Portugal, de Pai Natal; e, no Brasil, Papai Noel. As roupas “originais” de Noel eram marrons até final do século XIX, quando o cartunista alemão Thomas Nast criou, em 1886, as roupas nas cores vermelha e branca, com cinto preto.

Quanto aos símbolos natalinos, o presépio busca reproduzir o local do nascimento do menino Jesus, com as figuras paternas (Maria e José) ao redor da manjedoura onde está a criança, rodeados de animais – afinal, Maria deu à luz em um estábulo. Figuram também os Reis Magos, embora apenas o evangelho de Mateus tenha citado tais visitantes, sem identificar nomes ou quantidade. Melchior ou Belchior (da Pérsia), Baltazar (da Arábia) e Gaspar (da Índia) teriam sido identificados apenas 800 anos após o nascimento de Cristo. Esses representantes seguiram a estrela para entregar mirra, ouro e incenso ao menino Jesus, realizando o percurso em 12 dias.

Quanto à árvore enfeitada, essa escolha teria sido uma inspiração de Martinho Lutero ao conferir a resistência do pinheiro às baixas temperaturas, visto que ele não perde as folhas durante o inverno, e a rara beleza de seus galhos cobertos pela neve. As estrelas do céu seriam a sugestão para os demais enfeites de luzes, além dos outros adereços e doces. A árvore é desmontada sempre no Dia de Reis, em 6 de janeiro, em alusão ao tempo que os Reis Magos levaram para chegar até Jesus.

Ano Novo no mundo

Para os não católicos, o ano vigente não é 2018! O Ano Novo ocorre no fim de janeiro ou início de fevereiro, com festividades que duram um mês inteiro, para os chineses, que seguem o calendário lunar e o zodíaco chinês. Para o judaísmo, o Rosh Hashaná ocorre em meados de setembro, no primeiro dia do mês de Tishrei. A data se refere à criação de Adão e Eva, pois os judeus não reconhecem Jesus, e vivem no ano atual de 5779.

Segundo o islamismo, Maomé deixa Meca e vai para Medina em 622 d.C. Conhecido como Hégira, esse episódio marca o início do calendário lunar, comemorado em datas diferentes ano a ano – em 2018, foi comemorado o ano 1440. Para o hinduísmo, as datas variam de 1º de março (ao sul da Índia) a 1º de outubro (leste e centro indiano) e 14 de abril (comunidade tâmil). O calendário é semelhante ao gregoriano na contagem de dias e anos bissextos. No entanto, o novo calendário passou a ser contado a partir da Era Saka, que corresponde ao ano 79 d.C. Portanto, para os hindus, estamos no ano de 1939. Seja qual for a sua opção religiosa, aproveite os bons fluidos das festas natalinas e revigore as energias para o Ano de 2019!