Uma das mais importantes missões da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) é defender a Fauna Silvestre. Por isso, sua Divisão de Fauna mantém um Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres (CeMaCAS) dentro do parque Anhanguera, o maior da cidade de São Paulo, no bairro de Perus. Essa área de preservação, restrita ao acesso público, ocupa mais de 50% dos 9,5 milhões de m² do parque e tem socorrido diversos animais em situação de risco – a maioria, graças aos técnicos, com final feliz, ou seja, sendo devolvidos à natureza.
A data não defende apenas a vida silvestre, mas também tudo o que a protege, como seu habitat. Por isso, é mais um momento dedicado à conscientização das pessoas contra o desmatamento das florestas e contra o tráfico de animais silvestres. Para se ter uma ideia, esse tipo de tráfico só perde para o de armas e de drogas. Esse problema só existe porque há demanda na outra ponta: alguém acha “bonitinho” ter aves engaioladas ou deseja manter em cativeiro um “macaquinho” de estimação. Essa pessoa está disposta a pagar caro pelo não pelo animal, mas por seu capricho, ignorando que, de cada 10 animais capturados, apenas um sobrevive!
Refúgio
O Departamento de Fauna da SVMA não lida com animais domésticos: recebe apenas os silvestres em situação de risco. Em geral, mamíferos atraídos pelo “lixo” encontrado nas ocupações do homem, o que os coloca em risco de atropelamento, choque elétrico e predação por animais domésticos – principalmente em parques municipais destinados para ser santuários das espécies silvestres. As aves – principais objetos do tráfico animal – também são trazidas para locais como o CeMaCAS.
Sua equipe possui técnicos especializados em atendimento veterinário e realiza todos os procedimentos, a partir do recebimento (o animal pode ser entregue por um munícipe, diretamente, ou encaminhado pela Guarda Civil Metropolitana Ambiental). Após a triagem, o novo “hóspede” passa pelo tratamento clínico necessário, período de recuperação médica e, depois, período de adaptação à vida silvestre. No caso dos animais oriundos do tráfico, é preciso mantê-los em quarentena para não transmitir doenças aos demais que já se encontram em recuperação.
Quando o animal silvestre está fisicamente apto, inicia-se um período de adaptação para que possa ser devolvido à natureza – é quando reaprende a voar e a caçar, conforme o caso, para que consiga sobreviver em seu habitat. Alguns mamíferos só podem ser devolvidos em “família”, como ocorre com os bugios. As rodovias que cortam áreas verdes também atraem animais para a travessia, gerando os atropelamentos. Nas áreas urbanas, o vilão das mortes está nas redes elétricas aéreas. Para comemorar o Dia da Fauna, cada um pode fazer a sua parte, conscientizando o próximo sobre os problemas que o tráfico acarreta para a fauna.
DICA
Se você encontrar algum animal silvestre em risco, deve contatar a Divisão de Fauna pelo telefone (011) 3885-6669. É importante lembrar que é muito comum encontrar filhotes de ave pelo chão e deduzir que estão órgãos. Na verdade, esses filhotes estão divididos em duas categorias: os ninhegos (aves ainda bebês, sem penas) e os jovens (com penas, mas com cauda curta). Enquanto os ninhegos podem ser recolocados no ninho, os jovens devem apenas ser observados, pois em geral se encontram em “treinamento”, sob supervisão dos pais. Certifique-se de que os pais desse filhote estejam por perto, mantendo-se distante para não assustá-los. Se ele efetivamente estiver só, poderá ser trazida para local seguro.
Já os animais acidentados requerem cuidados especiais para sua locomoção. Ao acionar a Divisão de Fauna, descreva com detalhes o ferimento do animal, para que os técnicos possam orientá-lo sobre eventuais primeiros procedimentos (quando isso for possível) ou acionar equipe técnica de resgate. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h. A Divisão de Fauna fica no Parque Ibirapuera (Av. IV Centenário, 2168, Portão 7-A), que pode receber os animais de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h.