Livro da década 1940 preserva a memória dos primeiros elevadores de São Paulo

Card retangular em tons de cinza. No cantor inferior direito há linhas em formato de ondas. Do lado esquerdo há o logotipo da SMUL. Em fontes azul, preto e branco há o texto: "Elevadores. Memória Preservada. Livro com registros feitos à mão guarda a história dos primeiros equipamentos instalados em SP".

Preservar o patrimônio documental da cidade é fundamental para a construção da história, memória e costumes de um lugar. Os registros permitem uma cidade pensar no futuro sem esquecer do passado. Dessa maneira, a Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL), por meio da Coordenadoria de Controle e Uso de Imóveis (CONTRU), mantém preservado o primeiro livro de registros de elevadores da cidade de São Paulo.

O documento começou a ser utilizado no início da década de 1940 e revela todos os elevadores registrados na capital paulista entre 1941 a 1950, inclusive aqueles anteriores a este período, pois o poder público municipal iniciou o trabalho de catalogação desses equipamentos na década de 1930 com a utilização de pequenos blocos de papel.

Nas primeiras páginas do livro, é possível observar os locais onde foram instalados os primeiros elevadores registrados pelo Município, com destaque para as ruas XV de Novembro e Álvares Penteado, regiões consideradas de extremo prestígio social no início do século XX e onde foram inaugurados grandes comércios e bancos internacionais no centro da cidade.

Em bom estado de conservação, a brochura de capa dura traz alguns sinais da época em que os registros eram feitos à mão, como rasuras, remendos e uma caligrafia trabalhada com caneta tinteiro. Há também alguns registros datilografados.

É justamente próximo da Rua Alvares Penteado, mais precisamente na Rua da Quitanda, no bairro da Sé, que há mais de 80 anos está localizado um dos equipamentos mais antigos da localidade: o elevador de chapa de número 10. Chapa é o nome dado à placa de identificação fixada no interior do equipamento com a sua numeração de registro.

Com capacidade máxima para até 6 pessoas e dimensão da cabine de 1,47 metros, o equipamento foi instalado no prédio do antigo Banco Francês e Italiano para a América do Sul, o Sudameris. Como um dos elevadores mais antigos da capital paulista, o seu projeto original é de manobra manual, sendo capaz de realizar até 4 paradas. Até hoje, o equipamento está em funcionamento.

Outro elevador antigo de São Paulo é o do Centro Cultural Banco do Brasil, na Praça da Sé. Com porta pantográfica, revestimento e piso em madeira e somente duas paradas, ele já ostentou a chapa de número 172 na cidade. Atualmente, é destinado ao transporte exclusivo de pessoas com deficiência.

Os registros manuais de elevadores continuaram a ser feitos pela Prefeitura até o início dos anos de 1980. Em 1982, os dados passaram a ser digitalizados.

“O processo era todo realizado à mão, inclusive, aqui na Prefeitura era analisado até o projeto do elevador. Atualmente existe uma lista de empresas credenciadas no site da Prefeitura e o condomínio pode escolher qualquer uma delas para fazer a instalação e o registro do equipamento. Nós conseguimos monitorar e ter todo o acesso e controle em nosso sistema”, informa o diretor de Divisão de Equipamentos e Instalações/CONTRU, Raul Aleixo Fernandes.

Esses equipamentos têm um papel fundamental no dia a dia dos paulistanos, contribuindo de forma significativa para a mobilidade urbana, além de proporcionar a independência de idosos e pessoas com deficiência. Atualmente há 81.343 elevadores de cargas e de passageiros registrados no sistema da Prefeitura e funcionando de forma regular da cidade de São Paulo.

Saiba como obter licença da Prefeitura para elevadores na cidade de SP, clique aqui.

 

Primeiro livro de registro de elevadores da cidade de São Paulo