04 - O crescimento do emprego formal na cidade de São Paulo

Emprego formal no setor privado apresentou crescimento de 67,1% entre 2000 e 2010.

No Município de São Paulo, em 2000, os postos de trabalho contabilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego no setor privado totalizavam 2.389.045, número que aumentou para 3.990.013 em 2010 (crescimento de 67,1%). Tal contingente demonstra o peso de São Paulo na economia do país, pois representa 65,3% dos empregos da Região Metropolitana, 37,9% do Estado de São Paulo e 11,1% do Brasil.

Os dados refletem o processo de formalização que caracterizou o mercado de trabalho no Brasil no decênio 2000-2010, inserido numa conjuntura de crescimento econômico, melhoria na distribuição de renda e resgate da capacidade do Estado na implantação de políticas públicas direcionadas a setores estratégicos. Este crescimento reverteu o processo de deterioração do mercado ocorrido nas décadas anteriores, efeito das transformações tecnológicas, reestruturações dos processos produtivos e organizacionais e do enfraquecimento dos direitos e garantias tradicionais dos trabalhadores. No Município de São Paulo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (SEADE/DIEESE), por exemplo, mostra o crescimento de 8% na participação da mão de obra com carteira assinada no conjunto dos trabalhadores assalariados entre 2000 e 2009.

Do ponto de vista territorial, entretanto, o crescimento do emprego não alterou o histórico padrão de concentração da atividade econômica, que estabeleceu diferenciações importantes no uso e ocupação do solo entre duas grandes porções distintas do município: o centro expandido e a periferia. Das 31 Subprefeituras existentes, seis delas (Sé, Pinheiros, Lapa, Vila Mariana, Santo Amaro e Mooca) detinham, em 2010, 56,2 % dos estabelecimentos e 64,1 % dos empregos formais na iniciativa privada, enquanto, de outro lado, dez Subprefeituras, localizadas nos extremos sul, norte, leste e oeste da cidade, detinham 7,8% dos estabelecimentos e apenas 5,0 % do emprego, conformando um quadro que contrasta frontalmente com a distribuição da população residente, concentrada majoritariamente nos distritos periféricos (especialmente dos extremos sul, leste e norte) e criando a necessidade de deslocamento de alguns milhões de trabalhadores em longas jornadas diárias.

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