Cai número de mortes no trânsito de São Paulo em 2019

Redução mais expressiva foi em relação aos motociclistas, após diversas ações da Prefeitura

O número de mortes causadas no trânsito em 2019 na cidade de São Paulo foi de 791, o que representa uma redução de 6,8% na comparação com 2018, quando foram registrados 849 óbitos. Os dados fazem parte do relatório anual da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que está disponível no link: http://www.cetsp.com.br/media/1058619/2019.pdf. 

Essa redução reforça o compromisso da Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes (SMT), da CET e da SPTrans, na construção de um trânsito mais seguro tanto por meio de intervenções no viário e aumento da fiscalização quanto na implementação de políticas públicas e campanhas educativas.

O número de óbitos dos motociclistas foi reduzido em 18,9%, passando de 366 mortes, em 2018, para 297 no ano passado. Os números são resultados de uma série de medidas de segurança adotadas pela Prefeitura em defesa da vida de quem se desloca de moto na cidade. Entre as medidas adotadas em prol da segurança dos motociclistas estão a restrição da circulação de motos na pista expressa da Marginal Pinheiros, sentido Castello Branco, a fiscalização com uso de radar pistola em toda a cidade e a assinatura de um termo de cooperação com as empresas de aplicativo para extinguir a bonificação atrelada ao tempo da entrega (o que, na prática, incentivava os deslocamentos em alta velocidade e o desrespeito às leis de trânsito).

“A ação da Prefeitura foi fundamental para reduzir o número total de mortes no trânsito de São Paulo, pois estamos atuando em diversas frentes ao mesmo tempo. No caso dos motociclistas, por exemplo, aumentamos a fiscalização, criamos campanhas educativas, fizemos alterações em pontos considerados críticos e estreitamos ainda mais o diálogo com as associações representativas e com as empresas para as quais os motociclistas prestam serviço”, explica o secretário municipal de Mobilidade e Transportes, Edson Caram.

Outro ponto de destaque foi a expansão do programa educativo Motociclista Seguro, realizado em conjunto com a Polícia Militar. Antes realizado apenas nas marginais, eles passaram a acontecer em outros 13 pontos como Radial Leste, Ponte João Dias e Av. Aricanduva, impactando cerca de 4,5 mil motociclistas.

Vale destacar que, em 2018, os motociclistas haviam sido as maiores vítimas do trânsito (366) superando, pela primeira vez, a quantidade de pedestres mortos (349).

Os óbitos de motoristas e passageiros de veículos também tiveram queda. Foram 115 em 2018 e 104 no ano passado, redução de 9,6%.

Os dados consolidados pela CET revelam que 81% de todos os óbitos no trânsito, em 2019, foram de homens e 19%, mulheres. Entre os motociclistas, 92% dos mortos foram homens, a maioria entre 18 e 29 anos de idade. 

A predominância masculina também se dá entre os ciclistas vitimados. Das 31 mortes, 29 foram de homens, a maioria entre 30 e 59 anos de idade.

Já os idosos, a partir de 60 anos de idade, são as maiores vítimas entre os pedestres, com 72% do total de óbitos sendo do sexo masculino e 28% do sexo feminino.

Também foi possível constatar que a maior parte dos acidentes fatais ocorre de sexta-feira a domingo, tanto no período noturno como durante a madrugada.

Dentre os dez locais que registraram os maiores índices de acidentes fatais na capital em 2019, quatro deles são rodovias que não estão sob a jurisdição da Prefeitura de São Paulo. A primeira colocação, inclusive, é da Via Anhanguera (SP-330), com 21 óbitos.

Pedestres e ciclistas: os mais vulneráveis

 Com a expressiva redução dos óbitos de motociclistas, os pedestres voltaram a ser as principais vítimas do trânsito, mesmo com uma relativa estabilidade de 349 mortos em 2018 para 359 no ano passado.

O aumento de mortes dos ciclistas, de 19 para 31, chama a atenção para uma maior conscientização geral no trânsito. Dados coletados pela CET em diversos pontos da cidade mostram que houve aumento em média de 16% no número de ciclistas circulando pela cidade de 2018 para 2019. Com mais bicicletas nas ruas, os motoristas de veículos motorizados devem estar ainda mais atentos em preservar a vida dos que estão em modais mais frágeis e dos que são mais vulneráveis no viário.

 Ações da Prefeitura de proteção no trânsito

Uma das principais iniciativas para mudar esse quadro é o programa Pedestre Seguro, que visa ampliar em 20%, em média, o tempo da travessia nos cruzamentos semafóricos. No total, 43 corredores que representam aproximadamente 900 cruzamentos já tiveram o tempo semafórico de seus cruzamentos alterado. Em 2020, outros 7 corredores passarão pela readequação.

Outro programa voltado para a segurança do pedestre é o Vias Seguras, que já existe em avenidas como M’Boi Mirim, Celso Garcia e Carlos Caldeira Filho. Já estão em fase de obras os Vias Seguras da Avenida Dona Belmira Marin e Estrada de Itapecerica. As intervenções focam a segurança dos pedestres e contemplam a readequação de cruzamentos, a ampliação da quantidade de travessias para pedestres e a colocação de novos semáforos. Ainda receberão o programa as avenidas Raimundo Pereira de Magalhães, Teotônio Vilela e Marechal Tito.

Já as chamadas Áreas Calmas estão sendo implantadas em São Miguel Paulista e em Santana. Há previsão de que Lapa de Cima, Lapa de Baixo e Centro Velho também recebam intervenções. O objetivo é melhorar a segurança com limitação da velocidade em 30 km/h, estreitamento de vias, lombadas e faixas elevadas, sinalização horizontal e vertical, melhoria das calçadas, adequação e implantação de semáforos.

Transporte 

A SPTrans passou a identificar com adesivos nas laterais dos ônibus os pontos considerados “cegos” durante as manobras no trânsito. Esse novo elemento na identidade visual dos coletivos chama a atenção para os mais vulneráveis no trânsito, ou seja, motociclistas, pedestres e ciclistas.

Já os operadores do transporte público participam do programa Viagem Segura, que inclui itens como condução segura, prevenção de acidentes, postura profissional e respeito aos passageiros.

Como a maior proteção aos ciclistas está na existência de uma malha cicloviária segura e eficiente, a Prefeitura está construindo 173 km de conexões e requalificando outros 310 km dessas estruturas, um investimento de R$ 325 milhões que vem acompanhado de um projeto de recapeamento de R$ 250 milhões do programa Asfalto Novo. Assim, a cidade passará dos atuais 503 km de malha cicloviária para 676 km até o fim de 2020.

O modelo adotado pelo Plano Cicloviário traz mais segurança e qualidade para os usuários com sinalização com tinta antiderrapante, aplicação de tachão a cada metro e manutenção de guias e sarjetas.

As novas conexões vão permitir que a população acesse de forma mais fácil terminais de ônibus, trens, metrô, escolas, parques e postos de saúde. O objetivo é ligar diferentes modais, permitindo que o início e o fim de um deslocamento sejam realizados por bicicleta.

Para quem quiser aprender boas práticas na condução de bicicletas, a CET oferece gratuitamente o curso Pedalar com Segurança, que tem duração de oito horas e é realizado em um único dia. Em 2019, 284 ciclistas fizeram o curso, sendo 85 na modalidade presencial e 199 pela internet. Os interessados precisam ser maiores de 16 anos de idade e se cadastrar para receber mais informações pelo e-mail dco2@cetsp.com.br.

 Relatório anual

 O relatório anual completo da CET traz um maior detalhamento dos dados já apresentados e o cruzamento com os registros da Secretaria Municipal da Saúde, resultando em informações relevantes sobre a gravidade dos acidentes, tempo de internação e o custo dos acidentes de trânsito para o poder público.

De Secretaria Especial de Comunicação