PRODAM deixa o Parque do Ibirapuera


A saída do Parque do Ibirapuera tornou-se realidade para a PRODAM (Companhia de Processamento de Dados do Município de São Paulo). A empresa - ligada à Secretaria Municipal de Gestão -, que ocupa o atual Pavilhão Engenheiro Armando de Arruda Pereira desde 1973, vai para o bairro da Barra Funda. A mudança começa já neste mês e será concluída em etapas. A última fase será a migração do DataCenter.

O atual prédio ocupado pela Companhia nunca foi a construção mais adequada para abrigar uma companhia de TI. O grandioso projeto arquitetônico do Parque Ibirapuera, elaborado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, na década de 50, sempre foi pensado como complexo ambiental e cultural.

A vocação do Parque é lazer, cultura e meio ambiente

"Há muito tempo estávamos esperando pela saída da PRODAM", conta Érika Gartner Hopfgartner, coordenadora de eventos e atividades de uso público da administração do Parque. Ela explica que todos os prédios projetados por Oscar Niemeyer no local foram construídos para atividades culturais. "Mas a coisa não aconteceu como o criador idealizou. Acho que a retomada da proposta inicial é muito significativa para a população", diz.

Segundo Érica, não é fácil adaptar as regras do lugar às necessidades de uma empresa do porte da PRODAM. "O fluxo de veículos é muito grande, foi necessário disponibilizar um bolsão inteiro para que os funcionários pudessem estacionar seus carros", analisa a coordenadora de eventos.

Ela gostaria que o prédio fosse palco para diversas atividades abertas ao público. "O ideal é que o edifício, a exemplo do MAM e do Museu Afro-Brasil, seja um ponto de atividades culturais e sociais".

A população, principal beneficiada pela saída das empresas do Ibirapuera, recebeu a notícia de forma positiva. Animada com a possibilidade da inclusão de novas áreas culturais dentro do Parque, a psicóloga Jasmim Barreto Rodrigues, que freqüenta o local pelo menos duas vezes por semana, considera a medida extremamente benéfica. "Acho que em São Paulo ainda há uma carência de centros culturais. Temos muita coisa boa para mostrar, mas poucos espaços proporcionam acesso à maioria das pessoas".

A bióloga Alice Oliveira também vê a ida da Companhia para a Barra Funda com bons olhos. Adepta das longas caminhadas pelo parque e das aulas de Tai Chi Chuan, ela fala que, embora já estivesse acostumada com a presença da PRODAM, não entendia a razão de ela estar localizada no Ibirapuera. "Acho que essas empresas precisam ser instaladas em lugares mais apropriados. Todo o espaço deste local deve ser aproveitado para atividades culturais e de lazer para benefício de seus visitantes".

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