Audiodescrição é tema de livro

“A capa, criada pela designer Aracy Bernardes, com fundo ocre e tons que vão do vinho ao marrom, é ilustrada pelo perfil de um rosto, com destaque para olho e parte da boca. Do centro para o lado esquerdo superior três imagens desfocadas, sobrepostas e transparentes, um fluxo de letras sai da boca da pessoa sobrepondo fotos descoloridas de praia e flor na parte inferior. O título ‘Audiodescrição: Transformando Imagens em Palavras’ e os nomes dos organizadores, Lívia Maria Villela de Mello Motta e Paulo Romeu Filho, estão escritos com letras pretas sobre fundo ocre na parte superior e inferior da capa”.

A descrição acima é sobre a capa do livro “Audiodescrição - Transformando Imagens em Palavras”, dos organizadores Lívia Maria Villela de Mello Motta e Paulo Romeu Filho, que foi lançado no dia 24 de fevereiro, pela Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, na sede da SEDPcD. Na mesma ocasião, também foram lançados a versão virtual do “Memorial da Inclusão” – Os caminhos da Pessoa com Deficiência e a Primeira Mostra de Acessibilidade dos Museus do Estado de São Paulo, focando o Museu Casa Portinari e a Pinacoteca do Estado.

O livro é o primeiro sobre o tema audiodescrição no Brasil e reúne trabalhos de professores e profissionais da área, além de artigos e depoimentos de pessoas com deficiência visual que lutam para que o recurso da audiodescrição seja implantado no Brasil, principalmente na televisão. Paulo Romeu Filho, colaborador da PRODAM, e Lívia Motta, doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem, além de ser audiodescritora, reuniram diversos materiais e organizaram tudo para transformar no livro, resultado do trabalho.

O colaborador da PRODAM, Laércio Sant’Anna, da Gerência de Desenvolvimento I (GRD I), que possui deficiência visual, conta sobre a importância da audiodescrição. “Às vezes, eu quero ver um filme na minha casa sozinho e naquela parte final do filme fica aquele fundo musical e eu não sei o que acontece na cena, ou seja, eu perco informações importantes. Com a audiodescrição na televisão a gente poderia aproveitar muito mais tudo o que acontece”. Laércio ainda lamenta pela falta de interesse das organizações quanto à causa. “Essa é uma briga longa e não tem dado muito certo. As organizações têm postergado ao máximo a implantação da audiodescrição”.

“É o primeiro livro que a gente tem sobre audiodescrição no Brasil. Eu tenho artigo no livro, a Aracy Bernardes (Gerência de Integração e Metodologia - GVI) foi a designer da capa, o Lothar Antenor Bazanella (Gerência de Estratégia e Segurança da Informação – GIE) e Sidney Tobias de Souza (Gerência de Desenvolvimento II – GRD II) têm depoimentos sobre a importância da audiodescrição. A PRODAM tem uma grande participação nesse material”, elogia o colaborador Laércio Sant’Anna.

A audiodescrição é um recurso de acessibilidade que amplia o entendimento das pessoas com deficiência visual e intelectual, idosos e disléxicos em eventos culturais, turísticos, esportivos, acadêmicos e outros por meio de informação sonora. Transforma o visual em verbal, abrindo possibilidades maiores de acesso à cultura e à informação, contribuindo para a inclusão cultural, social e escolar. Com esse recurso, é possível conhecer cenários, figurinos, expressões faciais, linguagem corporal, entrada e saída de personagens em cena, bem como outros tipos de ação e detalhes que são importantes para que as pessoas com deficiência visual construam o seu entendimento e interpretem aquilo que assistem.

“Audiodescrição - Transformando Imagens em Palavras” terá distribuição gratuita e também pode ser baixado em pdf. Clique aqui e acesse o livro.