Remédio em casa


"Agora não tem desculpas", diz a médica Trícia Martins de Souza, referindo-se àqueles que culpam a falta de medicamentos nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) quando deixam de tomá-los. Um sistema desenvolvido pela PRODAM permite que os pacientes diabéticos e hipertensos recebam seus remédios em suas próprias residências. Segundo a clínica geral da UBS do Campo Limpo, o MediC – Medicamento Direto em Casa – acaba com a justificativa dos pacientes "indisciplinados".

Como braço tecnológico da administração pública municipal, a PRODAM também desempenha um papel fundamental no programa. A Companhia implantou o software que identifica os cidadãos com direito ao benefício e monitora o funcionamento do sistema diretamente nas UBSs.

O projeto piloto passou a funcionar no dia 12 deste mês, em cinco unidades - Campo Limpo, Jardim Comercial, Jardim Souza, Vila Guacuri e Vila Império. Em cada uma delas, há um profissional da PRODAM que ensina os funcionários do local a operar o sistema eletrônico. "A meta é alcançar toda a rede municipal de saúde", conta a analista de sistemas Tânia Arruda (GAS/ DAS I).

De acordo com o gerente Odemil José Camargo (GAS/ DAS I), a PRODAM está envolvida desde implantação da infra-estrutura até o treinamento de pessoal. "A integração de nossos profissionais com os da Secretaria de Saúde tem sido ótima", ressalta.

Cadastro via Internet

"Tudo é feito pela web", explica o analista de sistemas Anselmo Yanagui (GAS/ DAS I). "A receita prescrita pelo médico é registrada na rede, junto com os dados pessoais do paciente, que chegam ao almoxarifado central". A consultora da Unesco Renata Pacheco coordena uma unidade que atende o Medic, dentro do depósito, localizado na zona norte. O correio é o responsável pela entrega nas residências. Para a farmacêutica, o projeto facilita a vida do cidadão, pois "diminui o tempo de espera entre a consulta e o recebimento do remédio".

A agente de Saúde Solange Rocha da Silva Leme diz que "ficou mais fácil fazer o controle do estoque e da entrega". E já notou a reação positiva das pessoas. "Estão adorando a novidade", conta.

Nesta etapa, somente indivíduos que apresentam hipertensão arterial ou diabete mellitus são atendidos e têm de apresentar quadro clínico estável, sem variações de dosagens nos últimos meses. Como o receituário é valido por 90 dias, só depois desse período é que devem fazer o retorno.

Dessa maneira, as filas nos postos tendem a diminuir, já que antes os doentes crônicos precisavam ir ao hospital pelo menos uma vez por mês para buscar os remédios.

O vendedor Luiz Carlos Brandolim é um dos que poderão ter o privilégio de receber o medicamento contra pressão alta sem sair de casa – se seu estado não for alterado. Ele se mostra feliz com a possibilidade. "É um conforto não precisar se deslocar". A doutora Trícia complementa: "tendo o que necessita às mãos, o paciente é incentivado a tomar o remédio".