Programas da Coordenadoria de Conectividade e Convergência Digital auxiliam imigrantes

Espalhados na cidade, serviços contribuem para a melhor interação de estrangeiros

A cidade de São Paulo sempre atraiu imigrantes de todas as partes do mundo. Seja por motivo de conflitos ou em busca de melhores condições de vida, milhares deles chegam à cidade todos os anos. Algumas dessas comunidades já estão por aqui há vários anos, caso da boliviana, e outras estão em franco crescimento, como a nigeriana, a haitiana e a senegalesa. Com o objetivo de contribuir para que a interação dessas pessoas com a sociedade aqui instalada, a Secretaria de Serviços, por meio da Coordenadoria de Conectividade e Convergência Digital (CCCD), oferece uma série de programas que visam democratizar o acesso à Internet e a propagar a cultura digital. O uso dessas ferramentas, como as Praças WiFi Livre SP, Rede de FabLabs e os Telecentros, é livre para todos.


Telecentros
O Telecentro Kolping, de Guianases, atende imigrantes com regularidade. A agente de inclusão digital do Telecentro, Thamise de Freitas, falou sobre o atendimento personalizado para os estrangeiros. “Na região há uma comunidade boliviana e também atendemos nigerianos. Nós os ensinamos digitação, a como criar uma conta de e-mail e a usar a internet como um todo. Outro aspecto importante é a confecção de um currículo, além de ensiná-los a fazer também o orientamos no processo de procurar um trabalho. É gratificante pois já tivemos usuários que retornaram aos Telecentro empregados”, disse.

 


WiFi Livre


Foto: Assessoria de Imprensa/SES - O Imigrante senegalês Arim Falla usa o WiFi Livre da Praça da República


As Praças WiFi Livre, espalhadas em 120 locais da cidade, dão oportunidade para que os imigrantes possam se manter conectados à rede. Algumas dessas praças estão em localidades com expressivas comunidades imigrantes. É o caso da praça Kantuta, localizada no distrito do Pari, que recebe todos os domingos a tradicional feira Boliviana. Os imigrantes do país andino frequentam a praça e usam a internet livre e gratuita.


No Centro e na Zona Leste - nas praças da República, Ramos de Azevedo e Largo da Concórdia - há imigrantes de diversos países africanos e também do Haiti - país centro-americano –, que trabalham no comércio. Arim Falla, 28, é natural do Senegal, onde exercia a profissão de pedreiro. Hoje, ele trabalha na Praça da República como vendedor. “Estou há cinco meses no Brasil, uso a rede da praça para acessar o Facebook e conversar com a minha família e amigos que estão no Senegal. Acho o sinal bom e não preciso gastar para usar a internet”, afirmou.
Fab Lab e Redes e Ruas

A rede FabLab livre SP possuirá 12 unidades na cidade, sendo que quatro delas foram entregues em dezembro de 2015 - Casa da Memória, CFC Cidade Tiradentes, Galeria Olido e Centro Cultural da Penha. Estes espaços contam com equipamento de última geração como impressoras 3D, cortadoras de vinil e a laser e computadores de última geração. Mensalmente são ministrados cursos de curta e longa duração como empreendedorismo, marcenaria básica e eletrônica básica.
O professor de Inglês e Filosofia Cheick Oumar, 30, é da cidade de Bamako, capital do Mali. Ele está tendo aulas de Português e no mês passado cursou Introdução à Lógica de Programação no Fab Lab Olido. Cheick falou sobre os cursos e as motivações para sair de seu país. “Deixei o Mali devido às crises civis, militares e socioeconômicas que varrem as chances de oportunidades para os cidadãos. Decidi encontrar um lugar onde eu possa sonhar e ser capaz, através de minha capacidade, a concretizar os meus desejos. O FabLab é um bom centro de aprendizagem prática. Fiz o curso e gostei muito. É uma boa iniciativa que deve ser encorajada e promovida”, concluiu.

O Edital Redes e Ruas – parceria intersecretarial das pastas de Serviços, Cultura e Direitos Humanos e Cidadania – selecionou 59 projetos no ano passado relacionados à cultura digital. Esses projetos foram desenvolvidos nas Praças WiFi Livre, Telecentros e Pontos de Cultura. Um dos projetos escolhidos foi o “Visto Permanente”, do Coletivo Viramundo. Além disso, vários curtas-metragens que retratam a vida de imigrantes na capital paulista foram desenvolvidos e posteriormente exibidos nas Praças WiFi da cidade como Dom José Gaspar, República, Largo do Paissandu e Dom Orione.