Na noite de domingo, 1º/05, um incêndio destruiu cerca de 40 barracos numa ocupação na área destinada à criação do Parque Municipal da Brasilândia, na Zona Norte de São Paulo. A Defesa Civil acompanhou o trabalho do Corpo de Bombeiros e informou que cerca de 200 pessoas ficaram desalojadas. Não houve feridos. A Prefeitura colocou à disposição das vítimas do incêndio, para atendimento emergencial, o CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) Vila Brasilândia III. Também ofereceu abrigo para quem teve sua moradia queimada, mas as famílias preferiram alternativas próprias, como alojar-se na casa de parentes.
A área do futuro Parque Municipal da Brasilândia, que começou a ser criado em 2004, quando a Prefeitura emitiu o primeiro decreto para desapropriação, tem cerca de 300 mil m² e é formada por dois terrenos. Em 2008, o prefeito Kassab voltou a anunciar a criação do parque e reeditou o decreto de desapropriação. No final de 2012 e início de 2013, uma grande quantidade de famílias ocupou a área. Em dezembro de 2013, após negociações, a Sehab fez a selagem dos barracos e o cadastramento das famílias, visando congelar a área (evitando novas ocupações) e estudar a possibilidade de atendimento habitacional das famílias.
Foram identificados 1.476 famílias morando na ocupação, em situação de risco, segundo avaliação da Defesa Civil. A Sehab estruturou um plano de atendimento, em consonância com as lideranças locais, para remoção dessas famílias, com atendimento de auxílio-aluguel e inscrição na lista Habisp de atendimento habitacional, seguindo um plano de remoção por etapas, com prioridade para as áreas de maior risco.
A área incendiada corresponde justamente à primeira etapa desse cronograma. Por isso, as famílias atingidas já estavam em processo de atendimento, para receber o auxílio-aluguel nos próximos 20 dias. Com o incêndio, a Sehab solicitou máxima urgência para acelerar esse processo e liberar o pagamento ás famílias. Ainda na tarde de hoje, o secretário de Habitação recebeu representantes dos moradores da ocupação e técnicos da subprefeitura da Freguesia do Ó-Brasilândia, e reafirmou as decisões que vinham sendo acordadas. Também fez gestões junto á Secretaria do Verde e Meio Ambiente, para garantir a preservação da área, evitando que seja imediatamente reocupada.