A recuperação do Edifício Riachuelo pela Cohab-SP foi uma iniciativa que conciliou a preservação do patrimônio histórico com o destinação do prédio para Habitação de Interesse Social.
O Centro de São Paulo tem muitas edificações com valor histórico, arquitetônico e cultural, abrigando residências, serviços e comércio. Diante do estado de abandono de alguns edifícios e da demanda por habitação na região, a Prefeitura vem realizando ações de preservação e reabilitação de prédios antigos, destinando-os para programas de Habitação de Interesse Social. Foi o que ocorreu no Edifício Riachuelo – Edifício Palácio do Comerciário Alexandre Marcondes Filho –, construído na década de 1940, com 17 pavimentos que originalmente abrigavam escritórios.
O edifício apresenta traços típicos da arquitetura “modernista” da década de 1940. A volumetria, alternando balcões e janelas corridas foi listada como de interesse histórico pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico de São Paulo (Compresp) com nível de proteção 3, que corresponde a bens de interesse histórico, arquitetônico, paisagístico ou ambiental, determinando a preservação de suas características externas.
Em 1994, foi objeto de ocupação por moradores em situação de rua. Apesar dos anos de abandono o edifício estava em excelente estado de conservação estrutural quando selecionado para reabilitação. O projeto de reabilitação procurou respeitar a lógica da composição original do edifício. Foi possível acomodar 120 unidades com áreas entre 26 e 49m².
A Cohab-SP moveu 27 ações de desapropriação, pois o imóvel tinha vários proprietários. Assim, foi desenvolvido para o prédio projeto pelo escritório Paulo Bruna Arquitetos Associados, que resultou em 120 unidades habitacionais, distribuídas em térreo mais 15 pavimentos, com apartamentos de áreas diversificadas e cobertura com área comunitária, visando manter e incentivar a moradia no centro da cidade, além de preservar e reciclar a utilização de bens tombados pelo patrimônio histórico.
A partir do término dos processos de desapropriação, o imóvel passou a ter apenas uma matrícula, sendo necessário realizar a instituição do condomínio, com posterior averbação na matricula, de modo que cada apartamento passasse a ter sua própria matrícula, possibilitando assim a comercialização das unidades para as famílias que já o ocupavam.
O registro e a averbação do Condomínio Residencial Riachuelo foram alcançados pela Cohab-SP em 30/03/2016 junto ao 4º Registro de Imóveis, concomitante com a abertura da matrícula da área, alcançando a regularização fundiária integral do empreendimento.
Dados técnicos:
Local: Rua do Riachuelo 275 São Paulo - SP
Projeto: Paulo Bruna Arquitetos Associados
Área do terreno: 473.70 m²
Área Construída: 7.870,74 m²
Execução: 2007 / 2008
Número de Unidades: 120
