Beneficiários do Programa Redenção apresentam trabalhos artísticos em exposição gratuita no centro de São Paulo

Até o início de fevereiro, exposição reúne artes criadas por conviventes do Serviço Integrado de Acolhida Terapêutica (SIAT)

Está em cartaz a primeira exposição artística de trabalhos e peças autorais produzidas pelos beneficiários do Serviço Integrado de Acolhida Terapêutica (SIAT) do Programa Redenção da Prefeitura de São Paulo. Entre artesanatos, poesias, pinturas, esculturas e apresentações musicais, mais de 90 obras estão expostas ao público de segunda a sábado, até 06 de fevereiro, na Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato, localizada na região central da cidade.

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Essa é a primeira vez que o público em geral pode conhecer as obras que são produzidas nas atividades práticas de arteterapia, que são recorrentes nos equipamentos do SIAT. Desde 2019, o Programa Redenção promove acolhimento e tratamento a usuários de álcool e outras drogas, com ações integradas entre a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (SMDET). O SIAT presta atendimento a indivíduos e famílias que fazem parte do público-alvo do Programa Redenção e está subdividido em três categorias a depender do nível de autonomia do beneficiário acolhido.

Na inauguração, nesta terça-feira (10), beneficiários do SIAT II Glicério foram até a exposição e apreciaram suas obras junto ao público que frequentava a biblioteca. “Foi lindo ver a surpresa de cada um ao perceber que suas obras estavam ali no saguão, expostas para o público! Nós guardamos o segredo, eles não sabiam do tema da exposição até chegarem aqui”, conta Bianca Rodrigues Pires, Técnica Assistente Social do SIAT II Glicério.

 

Apreciando a fileira de bonecas Abayomi, que simbolizam a ancestralidade negra, o beneficiário Rafael Ferreira Silva contou sobre a elaboração daquelas peças: “eu adaptei a técnica que a professora apresentou usando fitas de jornal ao invés dos panos, e para cada boneca eu vou criando novas roupas, formas e adereços. O mais importante é que a boneca carrega com ela o significado da resistência das crianças negras, que brincam com elas”. A ideia para a criação da boneca surgiu durante as oficinas da Consciência Negra que aconteceram em outubro no SIAT.

As oficinas de arte terapia estimularam a utilização de materiais recicláveis. Por exemplo, os bonsais foram produzidos por João Paulo Serafim e diversos beneficiários utilizando arame, lã e tocos de árvore. Ao observar as obras dos beneficiários dos demais serviços, o grupo celebrou encontrar o nome de amigos entre os artistas: “Vimos que essa maquete é de uma pessoa que passou pelo SIAT II e está em tratamento no SIAT III, isso é muito empolgante para todos nós!”, afirma William Coelho dos Santos, orientador socioeducativo no SIAT II Glicério.

 

Além de contemplar a exposição, os beneficiários também conheceram as instalações da biblioteca, como a exposição permanente, as salas de leitura e o jardim. Enquanto aguardava a van de retorno ao SIAT II, Edilson José dos Santos aproveitou para tirar fotos das copas das árvores do jardim. O motivo: queria replicar aquelas árvores em seus próximos bonsais, que segundo ele, estão ficando cada vez mais elaborados e profissionais. Sua fala reforça que a atividade artística está integrada com o objetivo de retomada da autonomia, “vou fazer novos bonsais a partir dessas fotos e aí se você conhecer alguém interessado em comprar, é só me indicar!”, completa.

 

A 1ª exposição artística de trabalhos e peças autorais produzidas pelos beneficiários do Serviço Integrado de Acolhida Terapêutica (SIAT) funciona de segunda a sexta, das 08h às 17h e aos sábados, das 10h às 14h. Está em cartaz até 06 de fevereiro na Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato, que fica na Rua General Jardim, 485. Vila Buarque. Confira registros da exposição: