Jovem da periferia da Zona Oeste grava músicas autorais no Estúdio Criativo do Programa Rede Daora

Programa já capacitou mais de 300 alunos de 14 a 29 anos

Texto: Gustavo Oliveira
Arte: Gustavo Oliveira
Foto: Reprodução/Lucca Camelo
 

Aprender sobre áreas da economia criativa gratuitamente, na prática e com acesso a estrutura e equipamentos de qualidade é possível. Em menos de um ano, mais de 300 jovens das periferias paulistanas completaram os cursos de formação cultural e oficinas de férias oferecidos pela Prefeitura de São Paulo nas unidades da Rede Daora.

Técnicas de estúdio para MC’s, locutores e DJ’s, design de figurino, visagismo, marketing digital e desenvolvimento de games são alguns dos cursos oferecidos pela Rede Daora. Todas as formações têm duração de cinco meses, com exceção das oficinas de férias, e atendem a população de 14 a 29 anos da cidade de São Paulo. Confira a grade de cursos e horários clicando aqui.

Lucca Camelo, 25, morador do bairro Jardim Boa Vista, na Zona Oeste, por exemplo, é um dos jovens que concluíram o curso de “Criação Musical em plataforma digital: beats e trilhas para vídeos e games” nos Estúdios Criativos da Casa de Cultura Butantã. "Eu gostei muito, achei que o professor tinha muito conhecimento, absorvi bastante coisa e, nesse processo, consegui fazer duas músicas e sair com bagagem para iniciar minhas produções”, relata o jovem que, colocando em prática o conteúdo aplicado durante as aulas, usufruiu dos momentos de estúdio aberto para produzir suas músicas autorais e um videoclipe, gravado no espaço cultural. “Para nós, pessoas da periferia, pagar pra fazer uma música é algo complicado. A Rede Daora nos permite fazer sem custo, o que possibilita a realização de nossos sonhos”, conclui.


Lucca Camelo (ao centro) realizou a primeira apresentação da música “Jogação” no evento de encerramento das primeiras turmas e agora planeja o lançamento oficial da música nas plataformas digitais.

 

Os Estúdios Criativos possuem materiais de gravação e produção de som, máquinas de costura, mesas digitalizadoras, câmeras fotográficas, smartphones, impressoras 3D, computadores, projetores, entre outros equipamentos que tornam o aprendizado ainda mais completo. Além disso, a Rede conta com 30 arte-educadores que lecionam e acompanham os jovens durante toda a formação e nos horários agendados para estúdio aberto, momentos em que qualquer pessoa, aluno ou não, pode reservar espaços e equipamentos da estrutura do Rede Daora.

“Eu venho de uma situação em que para que eu pudesse aprender música, produção musical ou coisas relacionadas à mídia, precisei enfrentar sérios problemas de acesso às informações ou formações sobre”, relata o professor de Criação Musical Igor Becyk, que acompanhou o processo de produção das faixas de Lucca. “O Rede Daora é a possibilidade e a porta para fazer com que esses jovens possam praticar isso de forma gratuita e com informação na prática, sem rodeios, direto ao ponto”, conclui.

Atualmente, o Programa conta com 1.232 alunos matriculados nos cursos regulares, divididos entre os polos da Casa de Cultura Butantã, bairro Jardim Peri Peri (Zona Oeste), Teatro Flávio Império, em Cangaíba (Zona Leste) e Casa de Cultura Chico Science, no Ipiranga (Zona Sul). No segundo semestre de 2023, a Rede Daora recebeu 2.341 inscrições, tendo um aumento de 20,6% em relação à demanda de procura de alunos para o primeiro semestre. Mais de 300 jovens receberam seus certificados de formação de cursos regulares e oficinas de férias que aconteceram no primeiro semestre letivo deste ano.

O Rede Daora faz parte do Plano de Metas da Prefeitura, em uma ação intersecretarial com participação da Secretaria Municipal de Cultura, Secretaria Executiva de Projetos Estratégicos, Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico e Trabalho e Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania. O projeto prevê mais uma unidade da Rede Daora localizada na Zona Norte, cobrindo as quatro macrorregiões da cidade.

Mais informações: Secretaria Executiva de Projetos Estratégicos - Rede Daora