Prefeitura assina contrato para concessão do Anhangabaú e desonera cofres públicos em R$ 32 milhões

Consórcio Viva o Vale será o responsável pelo desenvolvimento do espaço nos próximos 10 anos, transformando o Centro em mais um espaço público de lazer e entretenimento para turistas e paulistanos

 O prefeito Ricardo Nunes assinou hoje um dos principais contratos de concessão firmados pela cidade de São Paulo, para a administração do Vale do Anhangabaú. A concessionária "Viva o Vale" será a responsável pela ativação do espaço público de mais de 70.000 m2 nos próximos dez anos, garantindo novas opções de lazer, esportes, cultura, educação, empreendedorismo e de gastronomia na região Central da cidade.

Durante a assinatura, o prefeito Ricardo Nunes destacou a importância deste espaço para a retomada econômica após a pandemia. ”Nós, que somos pessoas privilegiadas, temos uma responsabilidade enorme com a população mais pobre. Temos que ajudar essas pessoas, gerando emprego e renda, com o compromisso de fazer com que as atividades desenvolvidas neste espaço minimizem o sofrimento das pessoas”, disse.

O contrato, que tem o valor de R$ 49 milhões, contempla a gestão, manutenção, preservação e ativação sociocultural de toda a área do baixo do Viaduto do Chá, Viaduto Santa Ifigênia, Vale do Anhangabaú, Praça Ramos de Azevedo, trecho da Av. São João, Praça do Correio, escadaria da Rua Dr. Miguel Couto, parte da Avenida São João entre a Avenida Ipiranga e a Rua São Bento, além de 8.730 m2 das Galerias Formosa e Prestes Maia e dos 11 quiosques na área central do Vale.

“Vamos transformar uma área que hoje é de trânsito em destino. Com a revitalização e as atividades desenvolvidas pelo concessionário, a região do Vale voltará a ser atrativa para a população de São Paulo”, disse a secretária executiva de Desestatização e Parcerias, Tarcila Peres Santos.

Além de eventos de música, teatro, gastronomia e outros, o Viva o Vale poderá locar espaços para comércio e alimentação.
“É uma parceria inovadora, que abre a possibilidade de fazermos acordos semelhantes em outros pontos da cidade. Uma modelagem onde eles assumem praticamente toda a zeladoria, segurança, manutenção e investimentos”, explicou o secretário municipal de Governo, Rubens Rizek.

Próximos passos
Após o pagamento da outorga fixa no valor de R$ 6,5 milhões e assinatura do contrato, começa a ser feita a Transferência da Gestão Operacional e o Plano de Intervenções. A previsão é que a Ordem de Início, ou seja, a assunção total por parte do consórcio, se dê em 90 dias.

Durante a concessão, a desoneração para o município será de R$ 32 milhões. Já o investimento do consórcio gira em torno R$ 46,2 milhões nesse mesmo prazo, 10 anos.

Esta concessão acontece após as obras de modernização, realizadas pela Prefeitura, com o objetivo de desenvolver o local e garantir um espaço seguro, com atividades de interesse coletivo, eventos, comércio e gastronomia, transformando o Vale do Anhangabaú em um dos principais pontos de encontro dos paulistanos, com uma das grandes atrações turísticas da cidade de São Paulo.

Obra de requalificação
As intervenções para a requalificação do Vale do Anhangabaú tiveram início em maio de 2019. Como previa o cronograma inicial, a primeira etapa foi concluída em maio de 2020 e finalizadas em 30 de outubro de 2020, com um investimento de R$ 105,6 milhões, provenientes do Fundo de Desenvolvimento Urbano (FUNDURB).

Na obra, sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB), e gerenciada pela SPObras, foram utilizados 11 mil m³ de concreto, suficientes para encher 1.375 caminhões betoneira. Todo o piso foi trocado, totalizando 44,5 mil m² de novo pavimento adequado às normas de acessibilidade vigentes. Foram utilizados piso rígido e placas de cimento. Uma nova galeria (espaço subterrâneo utilizado para passagem de cabos e tubulações) foi construída com 1.100 metros de extensão.

A vegetação foi pensada como parte fundamental do projeto. Para a realização das obras, 355 árvores foram preservadas ao longo do vale, 177 novas foram plantadas e 56 foram transplantadas. Agora, são 532 o total de árvores no Vale do Anhangabaú.

O Vale do Anhangabaú ganhou também uma nova pista de skate com 981,3 m², e mais 11 quiosques que irão abrigar serviços, comércio e alimentação, totalizando uma área de 1.304,76m².
A requalificação permitiu, ainda, a instalação de 850 fontes que podem operar isoladamente ou até mesmo formar um espelho d’água. O sistema é fechado, e tem capacidade para armazenar até 680 m³ de água. Noventa por cento da água utilizado nas fontes é reaproveitada.

Todo o sistema de iluminação do espaço também passou por mudanças. Vinte e oito pontos de iluminação com 18 metros de altura foram distribuídos pela esplanada, além de 103 pontos de iluminação sob as árvores e 172 pontos de iluminação para o pedestre.


Desestatização
A desestatização do Vale do Anhangabaú faz parte da ação conduzida pela Secretaria do Governo Municipal com a SP Parcerias, responsável por modelar e estruturar projetos de concessão e parcerias público-privadas para viabilizar o Plano Municipal de Desestatização (PMD).

Pacaembu, Mercadão e Kinjo Yamato, Mercado de Santo Amaro, Ibirapuera, Anhembi, baixo dos viadutos Antártica e Lapa, além do Estacionamento Rotativo, estão entre as concessões já estabelecidas, que colocaram o município de São Paulo na liderança em parcerias firmadas com o setor privado desde 2019.


Líder em concessões
O município de São Paulo é o ente público que mais fechou contratos de concessão no Brasil desde 2019. São 17 projetos assinados ou em rito de assinatura, dos quais 11 são concessões, gerando mais de R$ 8,8 bilhões em benefícios totais para a cidade ao longo dos contratos.

Os valores de outorga dos projetos de Desestatização compõem o Fundo Municipal de Desenvolvimento Social (FMD), cujo objetivo principal é o financiamento e expansão contínuos das ações destinadas a promover o desenvolvimento do Município de São Paulo.

Até 2020, o FMD recebeu mais de R$ 900 milhões em outorgas, utilizadas para realização de melhorias urbanas como corredores de ônibus, ciclovias, acessibilidade em calçadas etc.

O consórcio
A concessionária "Viva o Vale" nasceu a partir do processo de concorrência para concessão do Vale do Anhangabaú.

“A nossa ideia é superar e transformar o Anhangabaú não somente em um espaço que cumpre o que foi estabelecido, mas elevar a uma categoria de fazer com que as pessoas queiram estar lá, em uma agenda ampla que integra diferentes segmentos”, ressaltou o diretor da Concessionária Viva o Vale, Lúcio Barth.

O consórcio é liderado pela empresa URBANCOM, focada em desenvolvimento de projetos inovadores de ocupação das cidades, em união e parceria estratégica com a WTorre Entretenimento, empresa com foco em entretenimento e inovação, além de ser atual gestora do Allianz Parque, uma das arenas mais modernas da América Latina.