Dia Internacional da Mulher: o empoderamento feminino

De proibidas a frequentar jogos de futebol a participação da Copa do Mundo Feminina

 

Sempre quando se aproxima a data 8 de Março, paramos para refletir sobre a importância dela no mundo. Não que precisemos de uma data específica para tal, como dizem “dia das mulheres é todo dia”, mas em datas comemorativas, nos tornamos mais reflexivos.

A origem da data escolhida para celebrar o Dia das Mulheres tem algumas explicações históricas. Aqui no Brasil, é mais comum relacioná-la ao incêndio que ocorreu em Nova York, no dia 25 de março de 1911, na Triangle Shirtwaist Company, quando 146 trabalhadores morreram, sendo 125 mulheres e 21 homens (na maioria, judeus), que trouxe à tona as más condições enfrentadas por mulheres na Revolução Industrial.

O chamado Dia Internacional da Mulher só foi oficializado em 1975, ano que a ONU intitulou de Ano Internacional da Mulher para lembrar suas conquistas políticas e sociais e como uma ação voltada ao combate das desigualdades e discriminação de gênero em todo mundo.

Há um tempo as mulheres vêm exercendo um grande papel na sociedade e de uns dois anos para cá, estão ainda mais forte. Como por exemplo, as feministas, que lutam pelos direitos e igualdades das mulheres. No futebol, se torna ainda mais evidente, pois sempre foi considerado uma modalidade masculina.

Durante o governo de Getúlio Vargas, em 14 de abril de 1941, o artigo 54 do decreto-lei 3.199, afirmava que ”às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza, devendo, para este efeito, o Conselho Nacional de Desportos baixar as necessárias instruções às entidades desportivas do país”.

O decreto foi revogado em 1979, período próximo ao fim da ditadura militar. Isso significou mais abertura política e conquista de novos direitos civis, mas não um desenvolvimento imediato do futebol feminino, que só teve direito a sua primeira seleção brasileira feminina em 1988, enquanto a masculina, foi criada em 1914.

Vivian Weinz, Coordenadora do Consulado Feminino do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, em São Paulo, nos contou como é ser mulher neste mundo futebolístico. “Mulher é a própria expressão da emoção. A mulher no futebol é uma mudança de cultura, de estado, é uma mudança de representatividade. Fui criada vendo os homens da casa unidos, assistindo os jogos e as mulheres servindo cerveja. Hoje não, “tu” vê a mulher em campo, gritando, torcendo e trazendo o que é dela do mesmo jeito”, comemora.

A Copa do Mundo Feminina, teve a sua primeira edição na China, em 1991, enquanto a masculina foi em 1930. O torneio foi ignorado durante muitos anos não só por emissoras de televisão abertas e fechadas no Brasil, mas pelo público em geral. Já na sua 8ª edição, realizada na França, em 2019, obteve a sua maior audiência de todos os tempos. Quase 20 milhões de telespectadores, em solo brasileiro, assistiram a final entre Estados Unidos e Noruega. Isso mostra a força que as mulheres vêm apresentando no futebol, lugar eram excluídas.

“O papel da mulher é de muita luta, que a gente vive sempre tendo que buscar o nosso espaço, o nosso lugar, mas acho que a mulher nasceu para lutar, mas também nascemos para vencer sempre", valoriza, Silvia Grecco, torcedora ilustre do Palmeiras e ganhadora do prêmio da FIFA como torcedora do ano.

E ainda acrescenta: “Me vejo como uma mulher que luta muito, que cria o filho, que trabalha, que faz o dia a dia uma correria, com mil atividades que, às vezes, a gente acha que nao vai aguentar, mas busca força e aguenta. Dizem que nós somos guerreiras, Deus deu esse dom para gente, da gente ser diferente, porque a gente acredita que sempre é possível,” completa.

Nós, da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, desejamos a todas, um maravilhoso dia das mulheres, com muito respeito e igualdade.

Texto:
Karina Costa - karinascosta@prefeitura.sp.gov.br
Foto: Arte Secretaria Municipal de Esportes e Lazer