Há cerca de 150 mil anos, os primeiros grupos de seres humanos com racionalidade e habilidade, percorriam o norte do continente africano em busca de sobrevivência. Para se manterem vivos, nossos ancestrais precisavam de estratégia e técnica para abater a caça. Na Luta Olímpica o predador é o oponente. A modalidade é mais um dos atrativos do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP). As atividades ocorrem de segunda a sexta, das 14h30 às 16h00, com atletas de 7 a 21 anos de idade.
Conhecido mundialmente como Wrestling, a Luta Olímpica é considerada a “Luta das Lutas”. Ela começou a ser disputada na Grécia Antiga, na cidade de Atenas, e faz parte dos Jogos Olímpicos desde 1896.
A Modalidade é dividida em três vertentes - o Estilo Livre, Estilo Grego-Romano e Luta Feminina. No estilo grego-romano os atletas só podem usar o tronco e os braços para atacar e se defender. Aquele que atingir oito pontos é considerado vencedor. No estilo livre, é permitido só o uso das pernas. O atleta que conseguir dez pontos vence a luta. O estilo feminino é equivalente ao estilo livre. Ela passou a ser disputada nos Jogos Olímpicos de 2004, em Atenas.
O tatame da Luta Olímpica é diferenciado das outras lutas. O combate se inicia no circulo central. A cor amarela é onde a luta acontece. A cor vermelha é a zona de perigo, mostrando que se o atleta pisar na cor azul perde ponto. O maior golpe da modalidade é o famoso “Touch”, que é deixar as costas do oponente durante três segundos no solo.
A professora da modalidade no Centro Olímpico é Lucimar Medeiros. Ela perdeu as contas de quantas vezes se tornou campeã paulista. Seu maior orgulho foi ter conquistado o título brasileiro por cinco vezes. Aluna do Centro Olímpico durante seis anos, transmite sua experiência aos atletas. “A Luta Olímpica é um esporte democrático, onde não tem distinção de peso, tamanho e cor, todos têm oportunidade de participar da modalidade, pois é um esporte agregador”, ressalta.
Os maiores vencedores desse esporte são os russos. Estados Unidos, Japão, Irã e Azerbaijão completam o “top five” mundial.
Em fevereiro de 2012, o Comitê Olímpico Internacional decidiu retirar a modalidade dos jogos Olímpicos de 2020. Um ano depois voltou atrás e aprovou a continuidade da modalidade. “Um esporte fundador das Olimpíadas desde a antiguidade não pode ficar fora dos Jogos” – declara Pedro Gama Filho, presidente da Confederação Brasileira de Lutas Associadas (CBLA).
“A maior importância da Luta Olímpica é o prazer que ela me dá”, ressalta Willian Naim, atleta do Centro Olímpico e da Seleção Brasileira. Começou no esporte por hobby. Com o tempo percebeu que o esporte havia passado de diversão para profissão. Seu maior sonho é representar o Brasil nos Jogos Olimpíadas de 2016. “Treino todo dia para isso, é um sonho de qualquer atleta representar o Brasil no maior torneiro esportivo”. Além de atleta, ele estuda Educação Física na Uni- Santana e dá aula de lutas em uma academia. “Procuro passar para meus atletas o que eu tive; o prazer pela luta”.
Texto e Fotos: Willian Barbosa - wpsbarbosa@prefeitura.sp.gov.br
Quer receber notícias semanais da Secretaria de Esportes no seu e-mail? Escreva para o contato acima e nós teremos o prazer de incluí-lo em nosso mailing!