Na tarde desta sexta-feira (17/08), a palestra sobre alcoolismo feminino – uso e consequências, promovida pela Coordenação de Políticas sobre Drogas foi responsável por levar informação e conhecimento sobre um tema que tem sido recorrente no cotidiano: o alto consumo de álcool por mulheres. O evento foi realizado no auditório da Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania e teve como palestrante a Dra. Ana Cecilia Petta Roselli Marques.

Foram discutidas questões como o efeito do álcool no organismo feminino, o crescimento de dependentes nas últimas décadas, a mudança de comportamento das mulheres e a vulnerabilidade à adicção. Para a secretária-adjunta Marisa Fortunato, promover debates com especialistas no assunto ajuda na formação de ações voltadas para o público. “Precisamos saber os motivos e efeitos da dependência, tanto na área social como na área psicológica para então auxiliar àqueles que precisam”.

De acordo com a Dra. Ana Cecilia Petta Roselli Marques ainda é preciso avançar em pesquisas sobre o assunto, traçando um perfil fixo de quem são essas mulheres. “O alcoolismo é uma doença crônica que precisa ser tratada como um todo, levando em conta os fatores psicossociais, econômicos e espirituais, aspectos que podem influenciar”.

A especialista também comentou sobre a mudança do consumo feminino que tem se igualado aos homens no que diz respeito ao gosto. “A mulher está bebendo as mesmas coisas que os homens, com preferência por cerveja e destilados – uma alteração que foi possível observarmos neste século por conta da mudança do papel da mulher na sociedade”.

Alcoolismo feminino no Brasil

Os dados são alarmantes: segundo pesquisas, mulheres estão experimentando bebidas alcoólicas cada vez mais cedo e em maior quantidade. O consumo de álcool no Brasil já está acima da média mundial – o alcoolismo é considerado uma doença crônica (que pode causar mais de 200 doenças, incluindo-se mentais), que pode ser controlada com tratamento adequado.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 3,3 milhões de pessoas morrem todos os anos em decorrência de problemas com o alcoolismo. Ainda de acordo com a OMS, o número de adolescentes – entre 14 e 17 anos – que consomem álcool pelo menos uma vez por semana, todas as semanas, cresceu de 69% para 74%. Um costume que provoca reflexos na vida adulta: uma pesquisa da Unifesp revelou que, entre 2006 e 2012, houve um aumento de 34,5% no número de mulheres que bebiam pelo menos uma vez na semana. Comparada à situação dos homens, esse aumento equivale a 140%.