Em São Paulo, a tradicional Festa Alasita reúne a comunidade boliviana

 

 

Originária de La Paz, Bolívia, e realizada no verão do hemisfério sul, em 24 de janeiro, a festa Alasita – cujo nome significa miniatura – ganhou o mundo – e passou a ser promovida também em São Paulo desde 1991, cidade que tem na comunidade boliviana a maior quantidade de imigrantes; 75.217 bolivianos residem aqui, de acordo com dados da Polícia Federal.

Como ocorre nos últimos anos, a Prefeitura de São Paulo apoia a iniciativa que reúne centenas de pessoas, na Praça Ulysses Guimarães, Parque Dom Pedro II, centro da cidade. E este ano não foi diferente.

Dezenas de barracas – todas elas bastante procuradas - vendiam principalmente miniaturas de animais e objetos com diferentes significados e representando os desejos de felicidade, progresso, sorte no amor, fertilidade e dias de fartura, além de deliciosas comidas típicas bolivianas, a base de frango, carne, milho e batatas.

Com a mistura de celebração cristã e pagã, a festa tem como símbolo maior Ekeko, uma figura mística, conhecida no “Kollasuyo” – uma divisão das quatro personagens que compunham o Império Inca – e representada por um homem pequeno e gordinho considerado a divindade da riqueza.

No palco principal, montado no centro da praça, grupos folclóricos animavam a festa. Os secretários municipais de Direitos Humanos e Cidadania, Ana Claudia Carletto, e de Relações Internacionais, Luiz Álvaro, e a coordenadora de Políticas para Imigrantes, Jennifer Anyuli, representaram a Prefeitura de São Paulo. Foram recepcionados por Ronald Soto, presidente da Associação de Empreendedores Bolivianos (Assempbol).

“Todos vocês que atravessaram a fronteira de seu país trouxeram em suas malas não muita coisa, mas muitos sonhos. Espero que todos esses sonhos se tornem realidade”, afirmou o Frei José Francisco, da Paróquia do Pari, que veio abençoar os presentes e as as miniatura que adquiriram. Nas barracas, Yatiris, que são os xamãs andinos, também benziam as pessoas, como é da tradição.

A secretária Ana Claudia Carletto lembrou um artigo do prefeito Bruno Covas publicado no dia e cujo título era “São Paulo, a capital dos Direitos Civis”. “Além de ser a Capital dos Direitos Civis, São Paulo também é a Capital dos Direitos Humanos”, afirmou, ao mesmo tempo em que lembrou que a cidade foi construída por migrantes e imigrantes que aqui se instalaram. Carletto, o secretário Luiz Álvaro e a coordenadora Jennifer Anyuli receberam dos organizadores um certificado de agradecimento.

Patrimônio imaterial

A Festa Alasita é reconhecida pela UNESCO como patrimônio imaterial da humanidade e em 2014 passou a integrar o Calendário Oficial da Cidade. Este ano, passou a ser maior festa da comunidade boliviana em São Paulo, depois que os organizadores, a Associação de Empreendedores Bolivianos (Assempbol) e a Associação Gastronômica Cultural Folcórica Boliviana “Padre Bento”, que até então realizavam a festa em quatro locais diferentes da cidade, resolveram unificar as festividades em um único local.