Cultura de Paz é tema de encontro na APMP

Desafios, dificuldades e esforços para a implantação de uma Cultura de Paz: esse foi o tema do encontro realizado na manhã de segunda-feira (6) no auditório da sede social da Associação Paulista do Ministério Público (APMP). Promovido pelo Grupo de Estudos “Carlos Siqueira Neto”, o evento teve como palestrantes a secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eloisa Arruda, a deputada federal Keiko Ota e a atriz e embaixadora da paz Maria Paula Fidalgo.

Primeira a falar, Keiko Ota destacou o Projeto de Lei (PL) 13.663/2018, de sua autoria, que visa dar às escolas a responsabilidade de promover a “Cultura da Paz”, reforçando a necessidade de trabalhar este tema dentro da educação das crianças. “É necessário mudar a postura mental, é preciso se esforçar para perdoar. Não é fácil, e precisa ser estimulado”, afirmou.

A secretária municipal de Direitos Humanos, Eloisa de Sousa Arruda, aproveitou a oportunidade para relembrar parte de suas experiências profissionais e como seu trabalho no Tribunal Penal do Timor Leste a fez prestar atenção às ações de pacificação – que encerravam conflitos de forma ágil. “Muitas vezes a Justiça é feita e acordos são firmados, penas estabelecidas, sem que em nenhum momento a vítima se sinta representada. E o que ela precisa? Às vezes a pessoa diz que queria apenas ouvir do agressor o reconhecimento do erro e um pedido de desculpas”. Baseado nisso, a secretária incorporou à sua experiência a importância de ações de pacificação e mediação como métodos alternativos de solução de conflitos, aplicando-as em diversas iniciativas públicas ao longo de sua trajetória – como a expansão dos Centros de Referência e Apoio à Vítima (Cravi) e dos Centros de Integração da Cidadania (CICs) no estado de São Paulo, além do próprio Mães da Luz, na SMDHC, que tem como prioridade ouvir as pessoas que buscam por auxílio.

O debate foi encerrado por Maria Paula com uma fala sobre a importância da autorreflexão, para mudança de comportamento. “É preciso escolher conscientemente: o que eu posso fazer para que a cultura de paz se instale na minha casa, na minha cidade, no meu país? Precisamos fazer uma revisão de nossos valores, para que a paz comece dentro da gente”, observou a atriz e embaixadora da paz.

Mediaram as falas as promotoras de Justiça Celeste Leite dos Santos, coordenadora geral dos Grupos de Estudos (GEs) da APMP, e Anna Trotta Yaryd, coordenadora regional dos GEs, além de José Oswaldo Molineiro, presidente da APMP.