Estão abertas as inscrições para premiação que destaca o papel de mulheres negras na sociedade

Prêmio Luiza Mahin faz parte das celebrações do Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha (25 de julho) da Prefeitura de São Paulo; serão premiadas sete mulheres negras, e as indiciações serão recebidas até o dia 30 de junho

Com o objetivo de reconhecer mulheres negras comprometidas com a valorização da cultura negra, a inclusão social e a luta antidiscriminatória, estão abertas até o dia 30 de junho as inscrições para a edição 2022 do Prêmio Luiza Mahin. A ação faz parte das celebrações ao Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha (25 de julho) e é realizada pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), por meio da sua Coordenação de Promoção da Igualdade Racial, da Prefeitura de São Paulo.

A premiação irá homenagear sete mulheres negras, que serão escolhidas a partir de indicações realizadas por organizações e entidades ligadas ao movimento social e às redes sociais negras e de mulheres, com histórico de atuação na cidade de São Paulo. A indicação deve ser encaminhada para o e-mail smdhccpir@prefeitura.sp.gov.br, com o assunto “Proposta – Edital Prêmio Luiza Mahin nº 005/2022/SMDHC/CPIR”. Clique aqui para mais informações sobre o edital de inscrição.

“Este prêmio se reveste de importância ao promover um resgate histórico do papel das mulheres negras na sociedade, como a guerreira e protetora Luiza Mahin, e celebrar e reconhecer as mulheres que estão promovendo a valorização da cultura negra nos dias de hoje”, afirma Elisa Lucas Rodrigues, secretária executiva adjunta de Promoção da Igualdade Racial da SMDHC. “O Prêmio é a celebração da luta das mulheres negras”, conclui.

Cada entidade interessada pode indicar um nome. As indicações deverão conter os dados completos da pessoa a ser contemplada e as respectivas justificativas para a premiação, bem como informações quanto às homenagens ou condecorações anteriormente recebidas e outros elementos julgados necessários. Também é necessário incluir informações sobre a organização indicante, possibilitando identificar sua ligação aos movimentos sociais e às redes sociais negras e de mulheres.

Quem foi Luiza Mahin
Segundo relatos de Luiz Gama, em carta com detalhes biográficos dirigida ao escritor e jornalista carioca Lúcio de Mendonça, Luiza Mahin era uma escrava africana provavelmente originária da Costa de Mina, que teria conseguido comprar sua liberdade e organizado diversos levantes de escravos que sacudiram a Província da Bahia nas primeiras décadas do Século XIX.

De seu tabuleiro, enviava mensagens por meio de meninos que pretensamente compravam seus quitutes e distribuíam por eles orientações para levantes históricos como a Revolta dos Malês (1835) e a Sabinada (1837-1838). Perseguida, foi para o Rio de Janeiro, onde teria sido presa e deportada para Angola. Em outra versão, escaparia para o Maranhão, estado em que lhe é atribuída participação no desenvolvimento no Tambor da Crioula, uma dança típica de origem africana. De acordo com historiadores, Luiz Gama daria a entender que Luiza Mahin era a sua mãe.

Premiadas em edições anteriores

Edição 2020: Ana Beatriz Prudente, Maria Aparecida Costa, Diva Zitto, Eliana Ferreira Costa, Sônia Aparecida dos Santos, Valdete Ferreira dos Santos e Flavia Siqueira Diniz.

Edição de 2021: Ednusa Ribeiro, Lourdes Reis Silva, Luiza Guerino, Maria Aparecida Pinto (Cidinha Raiz), Martha Braga, Rosélia Abadia da Silva e Solange Cruz Bichara.