III Seminário Velhices LGBT busca a esperança

 

 

 

Uma imersão de dois dias e com o lema “Resistência, superação e um legado de esperança” – assim se construiu a 3ª edição do Seminário Velhices LGBT, realizado no Teatro do SESC Pompeia nesta quarta e quinta (26 e 27/06). O evento, promovido pela ONG Eternamente Sou e realizado em parceria com o SESC e a SMDHC, por meio das Coordenações de Políticas para Pessoa Idosa, LGBTI, Mulheres e Promoção da Igualdade Racial, teve um início de gala com um show da cantora Daniela Mercury, uma apresentação do Coral da Câmara de Comércio e Turismo LGBT e a cerimônia comandada pela drag-queen Tchaka, a Rainha das Festas.

O presidente da Eternamente Sou, Rogério Pedro, destacou na abertura a importância em dar “visibilidade para as pessoas que construíram e levantaram bandeira para os LGBT” e foi complementado pela coordenadora de Políticas para Pessoa Idosa, Sandra Regina Gomes, que elogiou a ONG “por ter aberto essas portas em 2017” e disse ainda “ser um marco em políticas públicas para idosos LGBT”.

É histórica a repressão à comunidade LGBT no Brasil e a marginalização a que os idosos LGBT estão submetidos socialmente. Resistir e superar anos de comportamentos excludentes e violentos é que fez com que a escolha do tema deste ano fosse a esperança – destacada pela secretária-adjunta de Direitos Humanos e Cidadania, Marisa Fortunato. “A cidade de São Paulo é múltipla, respeita as diversidades e nós procuramos garantir as lutas das minorias. Discutir a temática da velhice LGBT é fundamental para almejar mais políticas públicas. Que as pessoas participantes desse seminário sintam-se acolhidas e com esperança”, afirmou.

Federico Armenteros, presidente da Fundação 26D, instituição que atende idosos LGBT na Espanha, se disse muito orgulhoso em apresentar seu trabalho de Madri e também feliz por participar de um seminário dedicado a esta população pela terceira vez por aqui, enquanto em seu país não aconteceu nenhum. Já a gerente de Serviço Social do SESC SP, Cristina Madi, ficou encantada com a ideia transversal no trabalho com idosos e a diversidade. “Todo mundo tem o direito de fazer e ser o que quiser”, pontuou.

A professora Edith Modesto, referência brasileira em estudos sobre sexualidade e gênero, junto a Bayard Tonneli e Dmitri Sales, expoentes nas conquistas LGBTI, foram escalados para a mesa com o tema “Caminhos para a esperança do envelhecer”, com o objetivo de refletir sobre as conquistas e os caminhos percorridos no acolhimento e ao acesso digno a serviços.