Situação dos imigrantes venezuelanos e relatório “Tendências Globais” são apresentados em eventos do ACNUR

 

 

 

Na semana em que se comemora o Dia do Refugiado (20/06), o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) realizou dois eventos: a II Oficina de Troca de Experiências sobre Acolhimento no Marco do Programa de Interiorização na terça (18), no Hotel Blue Tree Premium Paulista e na Galeria Olido, na quarta (19), a apresentação do relatório “Tendências Globais”, publicado anualmente para analisar as mudanças nas populações e aprofundar a compreensão pública dos deslocamentos forçados em curso.

A secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Berenice Giannella, participou das duas mesas de abertura e destacou o pioneirismo da cidade de São Paulo na questão migratória. “São Paulo sempre esteve e está de portas abertas para os imigrantes. É o primeiro município da América Latina a ter uma política municipal específica para eles e, também por isso, é fundamental as parcerias com as agências da ONU para continuar recebendo bem quem vem para cá”, pontuou.

No evento sobre a troca de experiências em relação à interiorização dos imigrantes venezuelanos o representante do ACNUR no Brasil, José Egas, apresentou informações sobre a vulnerabilidade dessas pessoas e agradeceu o município de São Paulo por acolher 300 venezuelanos em um ano do programa. Ao todo, 87 cidades brasileiras participam da interiorização comandada pelo governo federal. “Nosso objetivo é resgatar os direitos e garantir o bem-estar das pessoas que se sentiram obrigadas a deixar sua casa”, disse. O encontro teve como missão analisar e coletar experiências, feedback e recomendações de boas práticas de abrigos, gestores e instituições.

Já a divulgação do relatório “Tendências Globais” mostrou números de refugiados e pessoas que retornaram a seus países ou áreas de origem. O maior número de novas solicitações de refúgio em 2018 foi feito por venezuelanos (341,8 mil). O deslocamento forçado global superou 70 milhões de pessoas no ano passado. Este número dobrou, se comparado há 20 anos. “O que os dados revelam é uma tendência de crescimento no longo prazo do número de pessoas que necessitam proteção por causa de guerras, conflitos e perseguições. Se a linguagem sobre refugiados e migrantes é frequentemente diversionista, também testemunhamos uma imensa onda de generosidade e solidariedade, vinda especialmente das comunidades que acolhem refugiados”; afirmou o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Filippo Grandi.

Esses dados são mantidos atualizados e analisados em termos de vários critérios, como gênero, idade e onde se encontram essas populações. Este processo é fundamental para atender às necessidades dessas pessoas e ajudam a compor o diálogo entre as instituições responsáveis pela promoção e implementação de políticas públicas em prol da integração social, econômica e de direitos humanos.