Oficina une migrantes e pessoas LGBTI para melhor atendimento em São Paulo

 

 

A bandeira arco-íris na entrada do Centro de Referência para Imigrantes (CRAI) deu as boas-vindas a um evento unindo duas temáticas: nesta quinta-feira (20/12), as Coordenações de Políticas para Imigrantes e Promoção do Trabalho Decente e Políticas para LGBTI – da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania – promoveram a “Oficina de Fortalecimento da Rede LGBTI Imigrantes e Refugiados: construindo pontes e fluxos entre LGBTI, serviços e sociedade civil organizada em São Paulo”.

O evento é o marco de um trabalho desenvolvido ao longo do ano com o objetivo de implementar políticas públicas para o imigrante LGBTI da cidade – uma população vulnerável, que muitas vezes não consegue ter acesso aos serviços públicos ou mesmo se depara com fluxos interrompidos durante os atendimentos por falta de orientação. Foram convidados representantes de coletivos, organizações da sociedade e população em geral.

“É um encontro de uma intersecção entre as pautas de migração e diversidade de gênero. Por isso teremos uma tarde de discussão bastante rica”, disse na abertura Jennifer Alvarez, coordenadora de Políticas para Imigrantes e Promoção do Trabalho Decente.

A organização da oficina realizou uma programação variada e, em parceria com o ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) e o CONARE (Comitê Nacional para os Refugiados), lançou a “Plataforma Perfil das Solicitações de Refúgio Relacionadas à Orientação Sexual e à Identidade de Gênero” em São Paulo (ela já havia sido lançada em Brasília). Para Maria Beatriz Nogueira, chefe do escritório de São Paulo do ACNUR, “esse tipo de trabalho é desenvolvido normalmente pelo governo federal e aqui ocorre uma situação pioneira proporcionando conhecer pessoas e dificuldades para fechar o dia com propostas, protocolos e procedimentos-padrão”, que deverão ser replicados em outros municípios.

A assessora de Assuntos Humanitários do UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas), Irina Bacci, destacou que “a promoção dos direitos das pessoas LGBTI é prioritária para a ONU e, apesar de São Paulo ter a maior parada LGBT do mundo, ainda há muita discriminação”.

Em seguida, Jennifer Alvarez e Bruna Svetlic, coordenadora de Políticas para LGBTI, apresentaram as redes de serviços municipais aos participantes. Depois houve a roda de conversa “Refúgio, Imigração e População LGBTI” e grupos de discussão para identificar os principais problemas, desafios e ações para melhorar os atendimentos e articular a rede.