Encontro na Câmara Municipal aborda movimento Hip-Hop e a violência contra os jovens das periferias

 

 

O movimento Hip-Hop foi tema de encontro na Câmara Municipal de São Paulo na sexta-feira, 23. Com a participação de representantes da Secretaria Municipal de Direitos Humanos de Cidadania, Promotoria de Justiça, Coordenação da Juventude e da Igualdade Racial, de movimento do Hip-Hop, Pastoral da Juventude e das Mães em Luto da Zona Leste foram discutidas propostas do “Plano Juventude Viva”, do Governo Federal, para reduzir a vulnerabilidade de jovens expostos a situações de violência.

Os participantes abordaram temas relacionados à violência nos bairros da periferia de São Paulo e a construção de redes que possam prevenir mortes e dar mais proteção aos jovens negros.

O assessor da Coordenação de Políticas para a Juventude da SMDHC, Daniel Almeida, disse que a Câmara Municipal proporciona um ambiente adequado para debater políticas públicas com foco no movimento. “Hoje é o momento propício para a discussão da atual situação do Hip-Hop e para encontrarmos maneiras de fortalecer políticas públicas voltadas aos territórios das periferias paulistas”.

O cenário do Hip-Hop no Brasil, movimento originário nos Estados Unidos, ganhou grande apelo entre os jovens no Brasil a partir da década de 80 e se fortaleceu bastante na periferia de São Paulo. É um movimento cultural e poético que procura dar vazão aos anseios da juventude por liberdade e justiça social. “As pessoas acham que somos entretenimento, mas não. Nós temos a leitura da sociedade como indivíduo”, disse o rapper Pirata, que participou do encontro.

Para a fundadora do movimento Mães em Luto da Zona Leste, Solange Oliveira, “as canções traduzem a realidade da periferia como forma de manifesto e denúncia, ou seja, o Hip-Hop é o grito e a voz alertando para que outros jovens da periferia não morram”.

Sobre a importância do movimento, Valdênia Aparecida Paulino Lanfranchi, diretora do Cedeca (Centro de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescentes) de Sapopemba, disse que o Hip-Hop cumpre um papel relevante nas periferias “de cantar e denunciar as violações dos Direitos Humanos”.