SMPP forma mais 95 alunos em reciclagem de computadores

Entrega dos certificados aconteceu no dia 26 de novembro

Todos os anos, cerca 4 milhões de novos computadores entram em operação no Brasil. A renovação do parque ocorre a cada dois anos, ou menos, nos casos de contratos de leasing. A inserção, cada vez mais rápida, de novos programas no mercado exige configurações cada vez mais apuradas, que acabam por elevar a demanda.

Mas, se de um lado existe gente jogando fora seu PC, de outro há pessoas que ainda não contam com esta ferramenta em casa. É neste volume de máquinas "aposentadas", que poderiam auxiliar na luta pela inclusão digital, que se insere o Programa de Remanufatura de Computadores, que formou a segunda turma de profissionais no dia 26 de novembro na Fundetec, fundação parceira do projeto.

A iniciativa, da Secretaria Municipal de Participação e Parceria, conta ainda com a secretaria municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, com o projeto Nós do Centro, além do patrocínio da Microsoft e da Planac Informática.

A cerimônia entregou certificados de conclusão a mais de 95 alunos que concluíram o curso de Remanufatura de Computadores. O projeto acontece na Incubadora de Projetos Autofinanciados.

“É muito importante tentar mudar o conceito de vida de um jovem, que num momento só pensa em soltar pipa e fazer bagunça na rua”, acredita Robert Keidy, coordenador geral de projetos sociais da Fundação Fundetec. Desde o início do curso, em agosto de 2008, a Fundetec absorveu quatro alunos participantes do projeto, para os seus projetos. “Fazemos muitas provas e todos que se formam estão aptos a trabalhar com remanufatura e manutenção de computadores”, diz Robert.

O curso é pensado para 120 alunos, entre 16 e 20 anos de idade. As aulas acontecem por seis meses e, cada um, recebe R$240,64 de bolsa-auxílio mensal. Neste período, são consertados de 120 a 150 computadores, dos quais 90% são doados a instituições públicas e 10% são vendidos, com o lucro revertido para o próprio curso.

Para o secretario de Participação e Parceria Ricardo Montoro, o curso é emblemático na medida em que trabalha em três frentes: o econômico – porque gera renda para os alunos; o ambiental – porque minimiza o impacto do lixo tóxico e educacional – porque oferece uma opção de futuro e emprego. “Estou cada vez mais convencido que a participação da Iniciativa Privada e do Terceiro Setor com o apoio do poder público formam um tripé que simboliza o que de mais moderno há no mundo em termos de gestão”, disse o secretário.

“Nós temos alguns alunos que ingressaram no mercado. Alguns trabalham por conta, outros mandam currículos e são chamados por empresas para trabalhar na área de informática”, explica Roberto. Além disso, o professor busca com parceiros a possibilidade de encaminhar os currículos e ampliar oportunidades dos formandos.

Artur Roberto, professor e coordenador do curso, enfatiza a diferença entre o aluno no início do curso e no final dele, pois os formandos apresentam “postura profissional, se relacionam e se propõem a fazer o trabalho de outra forma; como eles se apresentam parece que têm nível de faculdade”. Essa mudança é possível graças a um acompanhamento profissional, além de ser ensinado como se portar e o que vestir numa entrevista de emprego, como se portar no local de trabalho e como manter um bom relacionamento interpessoal com os colegas.

Por ano, aproximadamente 4 milhões de novos computadores entram em operação no Brasil. Quando não reutilizados, viram lixo tecnológico e podem contaminar o solo, rios e lençóis subterrâneos, por sua alta concentração de metais pesados. Por isso, a iniciativa também redunda em benefícios para o meio ambiente.