Dia do Refugiado é celebrado com atividades no CRAI

 

 

Um dia de alegria, mas também de reflexão e aprendizagem. O CRAI – Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes – contou nesta quarta-feira (20/06) com cinco atividades, sendo três rodas de conversa e duas oficinas, durante todo o horário de expediente.

A Roda de Conversa “Palestinos: Refúgio e Resistência” abriu os trabalhos e foi organizada por Nour Massoud, atendente síria que abordou a própria vivência, a situação geopolítica da Palestina e toda a questão que envolve os refugiados daquela região. Também foram analisadas e discutidas a guerra e a crise humanitária na Síria.

Ainda no período da manhã, foi apresentada a oficina “Canções de Si”, projeto que já é realizado toda quarta-feira e que tem como parceiro o psicólogo Tiago Nogueira, do Grupo Veredas da USP. A intenção é falar um pouco da experiência dos imigrantes por meio da música, fazer um resgate da memória, das tradições e da cultura deles.

No período da tarde, a dança síria Dabke – uma dança em que eles ficam em linha e executam os passos que o líder do grupo faz, uma mistura de sapateados e saltos, acompanhados de palmas e gritos – foi apresentada em um momento de interação dos participantes.

Em seguida, mais uma roda de conversa, desta vez sobre “Mercado de Trabalho Brasileiro: dificuldades e desafios na inclusão de refugiados”, com o objetivo de promover o setor de empregabilidade, novo no CRAI, que busca ajudar a resolver questões trabalhistas e na sensibilização para superar obstáculos.

O último bate-papo foi sobre a República Democrática do Congo, que está passando por um período complicado, sem eleições e com aumento da violência estatal, ocasionando um fluxo grande de refugiados, inclusive para o Brasil.

De acordo com a coordenadora do CRAI, Sávia Cordeiro, a ideia das atividades é envolver os participantes do serviço, refugiados e imigrantes. “É um dia muito representativo, porque há especificamente em São Paulo um aumento do fluxo de refugiados. Então celebrar esse dia é mostrar que essas pessoas não são apenas números, tem rosto, tem história, e o CRAI leva muito isso em conta, de ter um atendimento humanizado para que essas pessoas tenham autonomia e consigam se integrar.”, disse.

Dia do Refugiado

O dia 20 de junho é celebrado como Dia do Refugiado desde 2001, quando foi aprovado na ONU em homenagem aos 50 anos da Convenção das Nações Unidas relativa ao Estatuto dos Refugiados. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) a cada 20 minutos uma pessoa no mundo se desloca fugindo de conflitos ou perseguição política. De acordo com dados do Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), o Brasil reconheceu até o final de 2017 mais de 10 mil refugiados, sendo que 52% moram em São Paulo.