Memória Negra de São Paulo

Solenidade homenageou personalidades negras da área cultural, política e movimento estudantil

Em sessão solene na noite de ontem o mandato do vereador Netinho de Paula em parceria com a Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial (SMPIR) realizou a atividade “Memória Negra de São Paulo” no Plenário 1º de Maio da Câmara Municipal de São Paulo. O evento trouxe ao público a importância de se reafirmar a identidade cultural e a contribuição social da população negra na história da cidade de São Paulo. Douglas Belchior, educador e ativista do Movimento Social Negro UNEAFRO; Tamires Gomes Sampaio, primeira presidente negra do Centro Acadêmico da Universidade Presbiteriana do Mackenzie; Fioti, irmão do rapper Emicida e criador do selo cultural Laboratório Fantasma e Marquinhos Jaca – Presidente da Associação de Sambistas, Terreiros e Comunidades de Samba do Estado de São Paulo foram os homenageados.

Netinho de Paula abre a sessão solene

O vereador Netinho de Paula, proponente da sessão, apresentou o histórico dos movimentos culturais negros como espaços de resistência. Citou o Projeto de Lei 407/14, que declara o Aristocrata Clube como Patrimônio Cultural Imaterial do Município de São Paulo. O Aristocrata Clube, que foi fundado no começo da década de 1960, reunia a classe média negra emergente da cidade barrada em clubes tradicionais a exemplo do Espéria, Tietê e Pinheiros. Para o vereador o Aristocrata é um espaço histórico de memória e resistência negra.

Antonio Pinto faz pronunciamento.

O Secretário Antonio da Silva Pinto relembrou as principais conquistas da SMPIR. Destacou a conquista da política de cotas para negros e negras no serviço público municipal e deu ênfase à nomeação de 14 procuradoras e procuradores negros que ingressaram no último concurso realizado para a carreira de Procurador Geral do Município. A educação também foi elucidada pelo secretário. “São mais de 20 mil educadores sendo preparados para lecionar a istória da cultura afro-brasileira e africana na rede municipal de ensino” A implementação da Lei 10.639/03 faz parte das metas do governo municipal do prefeito Fernando Haddad. Ainda este ano serão entregues 5 mil volumes da síntese da publicação original da UNESCO – “História Geral da África” nas escolas municipais. A publicação será voltada para os educadores.

 

Em uma nova composição da mesa, o antropólogo Pedro Neto, Onilú, cientista social graduado pela PUC-SP e membro titular Setorial de Culturas Afro-Brasileiras do Conselho Nacional de Política Cultural do Ministério da Cultura; Taata Katuvanjesi Walmir Damasceno - sacerdote e coordenador geral do Instituto Latino Americano de Tradições Afro-Bantu e Marquinhos Jaca trataram da contribuição cultural negra por meio do samba e da religiosidade. O antropólogo Pedro Neto apresentou o conceito de povos e comunidades tradicionais, com recorte na matriz africana, e ressaltou a importância desta identidade como ferramenta de desenvolvimento social e preservação cultural da ancestralidade africana no Brasil.

“É aqui que se reúnem as mais diversas tradições de matriz africana do Brasil, evidenciou Katuvanjessi. Para ele é preciso se reafirmar o compromisso no combate ao processo de invisibilidade das comunidades tradicionais de matriz africana na cidade. Marquinhos Jaca narrou sua experiência como sambista e pontuou a necessidade de mais políticas públicas para o samba na cidade de São Paulo. As homenagens foram entregues pelo vereador Netinho de Paula e o secretario Antonio Pinto. O evento foi encerrado pela Rinha de MCs comandada pelo conceituado DJ Dandan.


Dj Dandan, Marquinhos Jaca, Secretário Antonio Pinto, Tamires Gomes Sampaio, Vereador Netinho de Paula, Taata Katuvanjessi, Giselda Pereira - coordenadora de Patrimônio Cultural e Comunidades Tradicionais da SMPIR, Douglas Belchior e Fioti.