Exposição Fotográfica Alusiva ao Funcionalismo Público Negro de São Paulo

Em comemoração ao mês da Consciência Negra de 2021, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, por meio da Coordenação de Promoção De Igualdade Racial do município de São Paulo, realizou uma Exposição Alusiva ao Funcionalismo Público Negro de São Paulo.

A exposição busca apresentar a representatividade na prefeitura de São Paulo e a valorização de gestoras(es) negras(os) dentro da administração pública. É também uma homenagem a negros e negras, que contribuem com seus serviços à população de São Paulo.

A Exposição Alusiva ao Funcionalismo Público Negro de São Paulo entrou em exibição no dia 20 de novembro de 2021, no Terminal Mercado de ônibus (Av. do Estado, 3350), onde permanece até o dia 31 de janeiro de 2022, com apoio da SPTrans. Conheça abaixo um pouco mais da história das 19 pessoas retratadas pela exposição, pelas lentes da artista Suelen Lima, e clique no nome de cada uma para ver sua foto na exposição.

Inspetora Elza Paulina de Souza - Secretária Municipal de Segurança Urbana do município de São Paulo. Iniciou na guarda civil em 1986, fazendo parte da primeira turma do corpo feminino da Guarda Civil. Primeira mulher e negra a assumir o comando da Guarda Civil Metropolitana, a inspetora possui um olhar atento às condições de trabalho dos prestadores de serviço, levantando questões como carga horária de trabalho, como também revela sua preocupação em oferecer um atendimento justo e humanitário à população, considerando as questões de raça, classe e gênero fundamentais na construção de uma sociedade mais igualitária e segura. Orgulho de suas origens e de sua trajetória, a Inspetora coleciona grandes feitos que beneficiam a todos.

Paula Priscila de Castro - Inspetora de Divisão aposentada e atualmente exerce a função de chefe da assessoria técnica da secretaria de segurança urbana. Iniciou sua carreira em 1988, por concurso público, chegando ao cargo de Inspetora de Divisão e Comandante Regional em diversas unidades.
Paula possui origem familiar de prestadores de serviços públicos, possui 4 filhos e 5 netos. Se sente orgulhosa do trabalho prestado e acredita que a representatividade nesses espaços de chefia é fundamental na promoção de mudanças sociais.

Lilian Roberta - Guarda Civil Metropolitana Segunda Classe, 36 anos. Escolheu a Guarda Civil pois gostaria de estar mais próxima na solução de problemas em nossa sociedade. Observa com otimismo seu espaço enquanto mulher negra ocupando um espaço na guarda civil, pois assim é possível inspirar outras mulheres como ela a ocupar esses espaços, e enfrenta com coragem os desafios que a rotina do dia a dia apresenta.

Naiza Bezerra dos Santos - Servidora Pública desde 2010 e iniciou suas atividades como assistente social prevendo políticas de promoção da igualdade racial. Ativista das causas dos movimentos sociais e movimento negro desde a sua formação, Naiza possui uma trajetória ampla de prestação de serviço a promoção de igualdade racial e atualmente trabalha com politicas de cotas raciais no serviço público da prefeitura. Acredita que a promoção da igualdade racial possui a força da mulher negra em sua essência e sensibilidade, e que a mulher negra possui o papel fundamental de formular, orientar e executar essas políticas atualmente.

Maria Cecilia Marques - Diretora da Secretaria de Direitos Humanos, iniciou suas atividades na Secretaria de Assistência Social. Apaixonada pela vida, Maria Cecília possui 3 filhos e 30 anos de prestação de serviço público. Acredita que a participação ativa de mulheres negras em cargos de decisão auxiliam no combate à segregação racial, no incio da sua carreira ela se percebia tímida, porém hoje reconhece sua força e competencia

Abigail Santos - Assessora Técnica atuando na Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania na coordenação de mulheres. Mulher Transexual, Negra e Nordestina, percebe as raízes do embranquecimento social ao ser lida como branca, dessa maneira passou parte da sua vida alisando os cabelos e se percebendo como uma pessoa branca. Porém ao realizar sua transição de gênero também realiza sua transição racial, se conectando com suas origens, se percebendo assim, como uma mulher negra e assumindo seus cabelos crespos. Abigail percebe as dificuldades raciais e de gênero que sofre, porém as enfrenta com coragem e transparência, entende que é preciso lutar contra essas opressões e reconhece a urgência de mais pessoas como ela em cargos públicos.

Thiago Costa - Assessor de Gabinete, auxiliando todos os gabinetes e diversos setores diante das demandas. Aponta um olhar importante para a falta de representatividade negra nos lugares de trabalho que frequenta. Percebe a dificuldade de ser um homem negro na posição que ocupa atualmente. Extrovertido, gosta de usar roupas vibrantes e se mantém firme nas suas atividades.

Ana Maria Izidora - Atua na Coordenação de Políticas para Mulheres na Secretaria de Direitos Humanos, assistente de políticas públicas no quadro administrativo. Encara sua posição de forma desafiadora, porém de maneira satisfatória pois é possível se ver como mulher negra em diversos cargos dentro da prefeitura. Acredita que houve uma evolução em relação a criação de políticas públicas para mulher, e encara o futuro do setor com otimismo.

Ana Cristina de Souza - Coordenadora de Políticas Públicas para Mulheres, formada em serviço social e pós graduada em psicologia social e encara a sua função com otimismo apesar de perceber os olhares de espanto das pessoas ao encarar a sua estética, que não condiz com os padrões impostos socialmente. Ana Cristina quebra os estereótipos e possui uma fala calma porém empoderada, que expõe a importância de ter pessoas como ela à frente de um cargo que exige responsabilidade, competência e empatia.

Carlos Eduardo Marcelino (Amaral) - Coordenador de Protocolo, possui uma longa jornada como prestador público e já passou por diversas Secretarias, acumulando pontuações e premiações. Comunicativo e espontâneo, possui um ótimo relacionamento com a equipe de trabalho, e se orgulha do excelente trabalho prestado, de ser um excelente pai e um eterno apaixonado por sua esposa Dona Ivete (em memória).

Jussara Santos - Atua na Secretaria Municipal de Educação e como Professora de Educação Infantil e Fundamental Nelson Mandela, conhecida pelo trabalho de educação antirracista. Atualmente, está à frente do núcleo de educação etinico racial na Secretaria Municipal de Educação. Jussara nos convida a pensar que consciência negra acontece desde Fevereiro, que é o primeiro mês do ano letivo até Dezembro em seu encerramento, pensando a implementação de uma educação anti racista junto aos professores, buscando a formação por meio de cursos, visitas e congressos. Visando a importância da compreensão de que a luta contra o racismo é uma responsabilidade coletiva, sejam brancos ou negros e que é possivel ver os avanços desses debates na educação, apesar de ainda haver muito trabalho a ser feito.

Bruno Simões - 30 anos, Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental, formado em Administração pela Faculdade Federal de São Carlos. Fruto da política de cotas, Bruno percebe a importância da implementação de ações afirmativas, analisando de perto os impactos de promoção a mudança social que essas políticas possuem, promovendo mudanças pessoais e agindo como representatividade nos espaços públicos, refletindo assim nos resultados quanto ao atendimento da população, que ao se perceber representada se sente contemplada e atendida em suas necessidades de forma mais específica.

Marco Antônio dos Santos - Assessor Técnico na Secretaria Municipal de Saúde em sua primeira experiência em trabalhar diretamente com a saúde da população negra, considera essa experiência muito gratificante pois ampliou sua percepção acerca de problemas que sempre estiveram presentes mas que agora ganham um novo olhar. Marco Antônio comemora o nascimento do primeiro neto e alerta para falta de representatividade em seu setor, também enaltece a presença de Valdete Ferreira, sua colega de trabalho que desempenha a função com resistência e competência.

Valdete Ferreira dos Santos- Enfermeira Sanitarista com especialização em epidemiologia dos serviços de saúde, possui aproximadamente 35 anos de prestação de serviço público e a 12 anos atua na área técnica da saúde da população negra. Essa área foi criada em 2003 com o objetivo de ampliar o ingresso da população negra no SUS. Valdete se sente orgulhosa por ser uma mulher negra desenvolvendo ações para outras mulheres negras e entende o peso da responsabilidade de dar sequência a um trabalho que promove mudanças efetivas em nossa sociedade. Sua inspiração está nas mulheres que compõem a sua equipe, desde as que vieram antes até as que auxiliam no trabalho atualmente.

Sidney Costa Dias - Assessor da Superintendência do instituto de previdência municipal de São Paulo. Iniciou suas atividades como estagiário e foi promovido em apenas três meses de prestação de serviço. Quando iniciou suas atividade como Acessor era o único negro do setor, porém hoje possui papel de representatividade incentivando outras pessoas negras a se candidatarem para casgos públicos e ocuparem os espaços. Enfrenta o racismo com coragem e alerta para a importância de estar nos espaços para fortalecer outras pessoas que desejam também estar ali. É formado em Gestão Pública e atualmente estuda Direito, foi candidato a vereador com apenas 16 anos e se orgulha muito da sua origem e de seus familiares. Sua grande inspiração é a Profª Elisa Lucas.

Eunice Cornelio - Assessora da Divisão de Eventos Funcionais, fiscalizando todos os direitos e deveres dos servidores públicos. Atua orientando as unidades de Recursos Humanos. Eunice possui 35 anos de serviço público e iniciou seu trabalho na Secretaria da Saúde porém sempre atuando com Recursos Humanos. Em sua trajetória adquiriu uma série de habilidades que possibilitaram suas conquistas atuais e se sente orgulhosa do espaço que ocupa e de todo o esforço que empenhou para conseguir esses resultados. Eunice se sente vencedora e comenta que existe um alto índice de representatividade em seu setor, enaltecendo as políticas de cotas e ações afirmativas. Sua grande inspiração é sua mãe, Ondina Cristino Cornelio e as mulheres da sua família.

Bruno Vicente Pimentel - Assessor Técnico na Secretaria de Promoção da Igualdade Racial. Alerta para a problemática da intolerância religiosa e de como o racismo estrutural se apresenta como um dilema na sociedade atual, criando situações de desconforto e exigindo uma postura de vigilância constante em determinados espaços. Bruno acredita que um posicionamento firme e resiliente do seu ponto de vista diante das situações racistas ajudam ampliar o entendimento e a quebrar certos paradigmas. Orgulho da sua fé, Bruno veste branco de acordo com a sua necessidade religiosa, e aponta para a importância da diversidade religiosa dentro dos espaços públicos. Sua inspiração e fortalecimento vem da Profª Elisa Lucas, que sempre acreditou no seu potencial.

Isabel Cristina da Silva Marcelino Vieira - Diretora Técnica de Divisão na Coordenação de Promoção de Igualdade Racial, 36 anos. Apesar de compreender as estruturas racistas estabelecidas em nossa sociedade, e atuante nos movimentos sociais na Brasilândia, Isabel percebe que atuando como Diretora Técnica teve uma compreensão mais profunda da problemática racial. Acredita que o trabalho desenvolvido pela sua Coordenação é fundamental no combate às desigualdades sociais e possui um olhar otimista com as ações que já estão em andamento e para as ações que estão por vir. Sua fonte de inspiração está na Profª Elisa Lucas.

Adriana Vasconcellos - Assessora de Relações Internacionais e Educadora. Atua diretamente na promoção de uma educação antirracista. Mãe, e ativista, acredita que para promover mudanças efetivas na educação é preciso investir na formação dos professores, conscientizando os mesmos da necessidade de ampliar o debate acerca do racismo estrutural no Brasil. Profª Adriana Vasconcellos é responsável pela política pública, “São Paulo, farol de combate ao racismo estrutural” e está coordenando as ações da 1ª Expo Internacional do Dia da Consciência Negra, o evento tem uma abordagem inédita ao ressignificar a história e cultura africana, que estão previstos para os dias 20, 21 e 22 de Novembro, no espaço Anhembi.