Peça e debate sobre violência e quedas no Polo da Terceira Idade emociona e comove público presente

 

 

Na tarde desta sexta-feira (08/06), a peça “Minha Queda, Sua Violência” divertiu, emocionou e informou cerca de 50 frequentadores do Polo Cultural da Terceira Idade. Com o objetivo de discutir as violências sofridas por pessoas idosas, sete alunos da oficina de teatro contaram a história de Ermelinda, personagem que sofria abusos psicológicos e financeiros da sobrinha-neta.

Durante os 25 minutos de cena as risadas intercalaram-se com a apreensão e a emoção dos espectadores, imaginando o futuro de Ermelinda – que só conseguiu denunciar a familiar após conversa com três amigas. Para Tina Cruz, coordenadora do Polo Cultural e responsável por ensinar técnicas do teatro espontâneo – quando os atores criam o texto a partir de emoções próprias – atividades como essa ajudam na conquista dos direitos para pessoas idosas. "Muitos passam por situações semelhantes em casa e, por medo, não têm coragem de denunciar. Os idosos pensam que são invisíveis para sociedade, mas não são".

Após a peça, os espectadores acompanharam um debate sobre agressões e violência, marcando datas importantes no calendário da pessoa idosa como o Dia Internacional de Enfrentamento à Violência contra a Pessoa Idosa (15/06) e o Dia Mundial de Prevenção de Quedas (24/06). Já no início da discussão, a coordenadora de Políticas para Pessoa Idosa da SMDHC, Sandra Regina Gomes, fez questão de alertar: “Nosso país está envelhecendo rapidamente e ainda não aprendemos a lidar com isso. Hoje a população da cidade de São Paulo já conta com 1 milhão e 700 mil pessoas idosas, cerca de 14% da população".

Outras questões sociais e emocionais também foram pautas do dia, como o crescimento do número de casos de Alzheimer e ocorrências de negligência. “A queda é um tipo de violência, que pode resultar em depressão. O suicídio de pessoas idosas – crescente no Brasil – também é uma forma de violência. Precisamos mudar isso, começando por nós". A coordenadora também ofereceu dicas para evitar quedas, como tirar do chão fios e tapetes, optar por calçados confiáveis, evitar escadas e pisos escorregadios.

Caminhos para denúncia

Em situações de vulnerabilidade é possível recorrer ao Disque 100 do Ministério dos Direitos Humanos, registrando uma ocorrência contra o agressor. O indivíduo também pode optar pela Delegacia do Idoso, que funciona das 10h às 18h, ou ainda procurar o Balcão de Atendimento da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, ligando para os números (11) 3113-8967/8992 ou indo diretamente ao prédio da SMDHC, na Rua Doutor Falcão, 99.