Cerimônia homenageia personalidades dos Direitos Humanos

 

 

Foi realizada nesta quarta-feira (12/12) as premiações Dom Paulo Evaristo Arns e Alceri Maria Gomes da Silva, na Praça das Artes, centro de São Paulo. O início da cerimônia de reconhecimento a personalidades de Direitos Humanos contou com uma apresentação dos alunos da EMEF Altino Arantes, que declamaram poemas, distribuíram flores e emocionaram o público com as frases “Ninguém cala nosso grito” e “Pra ter, basta ser”. O diretor do Departamento de Educação em Direitos Humanos, Raphael Buongermino, enalteceu “o momento feliz e simbólico” com a participação da juventude.

3º Prêmio Alceri Maria Gomes da Silva

Na terceira edição da premiação, que consiste em uma homenagem às pessoas físicas e jurídicas atuantes na preservação da memória e na busca pela verdade das violações cometidas durante o período da ditadura militar, um júri constituído e convidado pela SMDHC indicou os agraciados.

O Memorial da Resistência de São Paulo recebeu a menção honrosa de pessoa jurídica e foi representado pela coordenadora Marília Bonas, que disse ter “muito orgulho em comandar uma instituição com um público de 70 mil pessoas por ano e que guarda inúmeras informações e documentos das duas ditaduras do Brasil (Era Vargas e Regime Militar)”.

A menção honrosa de pessoa física foi para Amelinha Teles, presa política e torturada pelo coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. Ela afirmou ter recebido o prêmio com muita alegria por ter o nome de Alceri, “uma mulher negra e operária, que lutou contra a ditadura e foi assassinada”.

Já o Troféu Direito à Memória e à Verdade foi para o ativista social ítalo-brasileiro José Luiz del Roio, um dos fundadores da ALN (Ação Libertadora Nacional) como forma de resistência ao golpe de 1964. Del Roio teve que se exilar no Peru, no Chile e na Argélia até ser anistiado em 1979, retornando ao Brasil. “É importante lutar com inteligência e é preciso manter as instituições funcionando mesmo em tempos sombrios”, disse.

5º Prêmio Dom Paulo Evaristo Arns

O Prêmio é uma homenagem do município de São Paulo a pessoas que se destacaram na luta pelos direitos humanos este ano. O jornalista e coordenador da Pastoral Operária Metropolitana, Paulo Pedrini, foi escolhido pelo prefeito Bruno Covas como o vencedor.

Paulo é autor do documentário “Dom Paulo, o Cardeal da Esperança”, escreveu a biografia de Dom Paulo e foi um dos organizadores da exposição sobre a vida do cardeal, realizada este ano. Sempre comprometido com a defesa dos mais necessitados e deixados à margem da sociedade, ele não mede esforços em sua luta. Na pastoral atua na defesa dos trabalhadores por melhores condições e salários.

“É uma imensa honra receber um prêmio que leva o nome de uma pessoa como Dom Paulo, importante na resistência ao Regime Militar e na redemocratização do país. É um privilégio ter vivido e trabalhado com ele”, afirmou Paulo Pedrini.