Cemitério Dom Bosco recebe visita do Comitê Internacional da Cruz Vermelha

Organismo Internacional acompanha os avanços das pesquisas do Grupo de Trabalho Perus

No dia 27 de janeiro, o cemitério Dom Bosco, em Perus, onde se situava a vala clandestina encontrada nos anos 90 com mais de mil ossadas de vítimas da ditadura civil-militar, recebeu a visita do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), representado pela assessora forense regional Olga Lucia Barragan Amaya, pelo coordenador regional forense para Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, Udo Krenzer, e por Marcello Roriz de Queiroz, responsável pela área psicossocial.

Organizada pela Coordenação de Direito à Memória e à Verdade da SMDHC, com apoio do Serviço Funerário Municipal, e assessorada por especialistas do Grupo de Trabalho Perus (GTP), a visita teve o objetivo de compreender a metodologia de pesquisa adotada junto aos livros de registro de sepultamento do local para o processo de identificação dos restos mortais encontrados na Vala Clandestina de Perus. 

Na ocasião, os representantes do CICV também quiseram conhecer quais são os procedimentos atualmente adotados para inumação, exumação e reinumação de pessoas desconhecidas ou não reclamadas por suas famílias, tendo em vista que o Cemitério Dom Bosco é um dos cemitérios municipais onde são enterradas pessoas não identificadas ou indigentes.

“O CICV está envolvido no acompanhamento do Caso Perus porque vemos que há consequências humanitárias, porque há famílias envolvidas que precisam saber o que aconteceu com seus familiares. Estamos caminhando lado a lado com Estado brasileiro para que ele possa dar essas respostas às famílias, apoiando com o que for necessário e recomendando ajustes necessários ao longo do percurso”, aponta Olga Barragán.

Além do cemitério, o CICV, que atua como observador internacional do Comitê de Acompanhamento do GTP, visitou também o Arquivo do Estado de São Paulo, que abriga a documentação do antigo DEOPS, e o laboratório onde estão sendo realizados os trabalho de análise dos restos mortais do Caso Perus, conforme Acordo de Cooperação Técnica 001/2014, do qual a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania é signatária.