Amplifica Cine realiza rodada de negócios com coletivos periféricos de audiovisual

Durante evento, projetos foram apresentados para empresas como Netflix, Disney e Kondzilla

O programa da Prefeitura de São Paulo, Amplifica Cine, realizou a rodada de negócios com os coletivos periféricos acelerados nesta segunda-feira (21). O encontro aconteceu no Instituto Criar e contou com a presença das secretárias de Desenvolvimento Econômico e Trabalho e da Cultura, Aline Cardoso e Aline Torres, respectivamente, do diretor da Agência São Paulo de Desenvolvimento (Ade Sampa), Paulo Marcelo, do diretor de Investimentos e Parcerias Estratégicas da Spcine, Luiz Toledo, do apresentador e idealizador do Criar, Luciano Huck, dos dez coletivos acelerados e empresas como Netflix, Disney, Kondzilla, entre outras.


Durante o evento, os coletivos apresentaram os pitches de saída sobre negócio a uma banca de avaliadores formada por representantes da Ade Sampa, Spcine e parceiros atuantes no ecossistema empreendedor. Com a rodada de negócios, eles tiveram a oportunidade de conversar com empresas produtoras de audiovisual do mercado nacional e foram apresentados a produtos, serviços e novas oportunidades de negócio.


“É um esforço conjunto da prefeitura para a gente fazer sair do papel uma série de ações que são de verdade e que fazem esse processo de transformação de mudança da narrativa e verdadeiro acesso de oportunidades. Mas, mesmo nós sendo poder público, que tem uma certa força e orçamento, a gente não consegue se não tivermos pessoas especializadas, capacitadas e que têm paixão e competência para fazer acontecer. Por isso, é uma grande alegria para nós essa parceria com o Criar”, afirma a titular da SMDET, Aline Cardoso.


O Amplifica Cine é uma iniciativa da Prefeitura de São Paulo, por meio da Ade Sampa, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, em parceria com a Spcine, empresa pública de fomento ao cinema e audiovisual paulistano, vinculada à Secretaria Municipal de Cultura, e executada pelo Instituto Criar. Com o programa, os jovens tiveram a oportunidade de se desenvolver no processo de transformação social por meio do audiovisual com ações voltadas para os setores de cinema, TV e novas mídias.


“Ver pessoas de dez coletivos periféricos que estão contando a sua própria história com seu olhar. A narrativa da nossa história está sendo contada por nós. E não só coisas tristes, nós estamos falando sobre as nossas potências, a gente está falando dos nossos traços, das nossas quebradas e do quanto a gente é feliz sendo quem a gente é de verdade e isso é revolucionário”, celebra Aline Torres, secretária de Cultura.


“A gente teve a ideia de fazer o Amplifica Cine e de trabalhar com a economia criativa para aproximar cada vez mais os jovens para que a gente leve o empreendedorismo, que é o papel da Ade Sampa, para a periferia, para tornar essa região ainda mais potente. Estamos criando ainda mais conexões e fortalecendo esses coletivos para que eles continuem trilhando seus caminhos. Com o Amplifica Cine mostramos que isso é possível”, pontua o diretor da Ade Sampa, Paulo Marcelo.


O Amplifica Cine foi criado com o objetivo de reconhecer e estimular o potencial econômico e criativo de coletivos periféricos do setor de audiovisual, além de impulsionar novos negócios e criar pontes de relacionamento com os principais agentes do mercado por meio da rodada de negócios. O programa oferece aporte financeiro de R$ 100 mil para o desenvolvimento dos 10 selecionados, além de aceleração, por meio de oficinas e mentorias.


“Quando o Criar nasceu, há 20 anos, ele vem com o intuito de trazer o ponto de vista das periferias de São Paulo, de forma autoral, para que pudessem trazer sua visão de mundo. A gente mudou muito nesses últimos anos e a forma de você distribuir conteúdo ficou cada vez mais democrática. Há 20 anos, o mercado vinha falar para os alunos do Criar o que era o audiovisual no Brasil e você vê o contrário hoje, ex-alunos e coletivos periféricos apresentando seu trabalho, as suas empresas e o mercado está aqui assistindo e ouvindo o que está sendo feito. É muito simbólico”, completa Luciano Huck.


Conheça os coletivos


Lentes Malungas - O coletivo busca utilizar o audiovisual como ferramenta de elaboração de registros históricos do tempo passado e do tempo presente, principalmente voltado às práticas artísticas, culturais e políticas da população negra, com a elaboração de documentários estruturados em três eixos de atuação: pesquisa, documentação, produção, visando a construção de acervo.


Aluga Quebrada - Uma locadora de equipamentos audiovisuais "gratuitos" para projetos de jovens de baixa renda, a locação será conduzida por um monitor que irá monitorar os equipamentos nos dias de gravação, havendo apenas o valor do pagamento da diária do monitor, transporte e alimentação. Os equipamentos incluem câmera 4k, gimbal, lentes, tripé, gravador de áudio, entre outros.


Coletivo Quilombarte - Um coletivo que desenvolve trabalhos com uma linguagem própria para falar sobre e para as vivências periféricas, na produção de novas narrativas, independentes, autônomas, mas que respiram no mesmo organismo vivo que é a favela. Realiza trabalhos como curta-metragens, propagandas, material para redes sociais etc.
Impala Filmes - Uma produtora audiovisual com foco no desenvolvimento de conteúdo especializado para redes sociais, oferecendo uma equipe especializada e plural visando o desempenho e agilidade nos processos. Idealiza campanhas e projetos criativos e estratégicos, a nível profissional.


Coletivo Mulheres em Série - O coletivo tem um processo comunicacional e interativo de transmídia, constrói histórias para multiplataformas, fomenta discussões acerca de ocupação de espaço no audiovisual, aponta a problemática das diferentes figuras femininas, expõe a intersecção entre corpo periférico, preto, travesti e deficiente quebrando os estereótipos de subserviências, desde uma estrutura de micro espaços até arquétipos de gênero.
Monomito Filmes - Produção audiovisual para empresas, artistas e coletivos culturais.


Brazuca Girls - O serviço consiste na criação e produção de materiais audiovisuais para artistas periféricos e/ ou empreendedores (as) em início de carreira ou empreendimento, pessoas de baixa renda que precisam de produtos e serviços audiovisuais, além de possuir trabalhos autorais.


Haze Filmes - Uma produtora audiovisual, gravadora e selo musical com foco em videoclipes de trap, rap, funk, pop, sertanejo etc. Também atua com produções audiovisuais diversas (institucionais, publicidade, cobertura de eventos), fotografia, social media e auxilia artistas na administração e crescimento de suas carreiras.


O Tripé Audiovisual - Produtora audiovisual e criadora de conteúdo, que realiza, atualmente, curtas metragens, videoclipes e documentários, compreendendo os elos desse setor como Arte (linguagem), Técnica (metodologia) e Mercado (business), que formam um tripé por meio destes pilares, sustentando a cadeia produtiva do audiovisual e seus segmentos.


Coletivo e Produtora Filmes Sem Nome - Uma produtora e distribuidora independente com foco em trabalhos autorais de artistas e pesquisadores periféricos e/ou independentes, sejam esses trabalhos de origem ficcional ou documental e tem o foco de ecoar e dialogar com a periferia.

 

 

 

 

 

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