Sistemas para reduzir a evasão escolar e de incentivo à coleta de recicláveis vencem Hackaton da Virada ODS

Vencedores receberam prêmios de R$ 10 mil. Os primeiros dois grupos classificados serão contemplados com dez meses de aceleração no Programa Green Sampa

A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Relações Internacionais, promoveu entre os dias 8 e 10 de julho a Virada ODS em toda a cidade de São Paulo. Durante o evento, e com apoio da UNICEF, UNODC, FAO, PNUMA e patrocínio do Banco Cora, foi realizada uma maratona de 36 horas de desenvolvimento de soluções tecnológicas, conhecida como o Hackathon da Virada ODS, que ocorreu no Teia Green Sampa em Pinheiros, equipamento da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho.

A abertura dos trabalhos aconteceu na sexta-feira, 8 de julho, e contou com a apresentação de várias palestras inspiradoras sobre o propósito e os temas. Luís Felipe Mendes (SMRI), assessor de Assuntos Internacionais Multilaterais; Júlia da Motta (SMDET), coordenadora de Desenvolvimento Econômico da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho; Tonico Novaes, CEO da Campus Party; Igor Senra, CEO do Banco Cora; e Rafael Zavala, representante da FAO no Brasil foram alguns dos palestrantes. Felipe Gonzalez, oficial do UNICEF para o 1MiO; Rodrigo Araújo, analista de Prevenção ao Crime do UNODC; e a Heloisa Schurmann, da Família Schurmann, representando a Voz dos Oceanos/PNUMA, também participaram.

“O Hackathon é um evento fundamental para quem deseja investir em inovação e tecnologia como solução de problemáticas específicas. Ao colocar profissionais com conhecimentos variados para realizarem o desenvolvimento do projeto, o evento permite a criação de ideias eficientes e inovadoras. Promover esse encontro dentro de um equipamento público da Prefeitura de São Paulo é essencial não só para apoiarmos o desenvolvimento de respostas para problemas públicos, como também para aproximar os participantes do poder público, produzindo importantes soluções para empresas, governo e sociedade”, declara a coordenadora de desenvolvimento econômico, Júlia da Motta.
No sábado o hackathon da VIrada ODS foi dividido em duas temáticas: a socioeconômica, que pensa em como garantir a transição positiva para o mundo do trabalho pautada pela integridade; e a socioambiental, que quer fazer o rastreamento de poluição plástica da fonte ao oceano usando a ciência cidadã.

Mais de 200 pessoas das mais diversas áreas de conhecimento se inscreveram na maratona e apenas cem foram escolhidas. Participaram do evento 54 pessoas, divididas em 11 equipes.

As 36 horas de evento contaram com as atividades de mais de 25 mentores, profissionais das mais diversas áreas que se voluntariaram e se revezaram entre os grupos de participantes, ouvindo e ajudando os jovens a lapidar suas idéias até a entrega final.

"Hackathons são experiências completas de empreendedorismo no formato mais compacto, democrático e eficiente que temos na atualidade'' disse Vitor Muramatsu, psicólogo e consultor de negócios de impacto, que esteve no evento como mentor ajudando a lapidar as ideias desses jovens desenvolvedores.

Desafio socioeconômico
O grupo vencedor do desafio socioeconômico foi o grupo Ágape - formado por Alexandre Petrachini, Lucas César Varani Francisco, Anna Redistuo, Marina Panham, Marcelo Annunciação e Matheus Silva - que desenvolveu um sistema entre escolas da rede pública de ensino do Estado de São Paulo e profissionais voluntários de diversas áreas de conhecimento, com o objetivo de reduzir a evasão escolar e auxiliar políticas públicas existentes.

Para solucionar o problema e garantir a transição positiva dos estudantes para o mercado de trabalho, o sistema Ágape possibilita o match entre as escolas da rede pública de ensino - que cadastram suas demandas no sistema como a necessidade de um professor de música para conduzir uma oficina - e os profissionais voluntários - que podem criar perfis e se candidatar às oportunidades de acordo com sua área de atuação. O processo de seleção é realizado entre a própria escola que publicou a oportunidade e o profissional voluntário.

O segundo lugar do desafio socioeconômico foi o "1º Trampo", formado por Adriano Martins dos Santos, Leandro Machado Costa, Willian Araujo Pilar, Sueli Regina Sulzbach e Vinicius Nascimento de Almeida. A plataforma é um clube de assinatura para aproximar o jovem do primeiro emprego e propõe que, com apenas R$ 1,00 por dia, há a oportunidade de empregar um jovem por mês.

O primeiro mês de salário do jovem é custeado com essas assinaturas, que podem ser de pessoas físicas ou jurídicas que podem, inclusive, buscar o jovem na plataforma. Depois do primeiro mês a ideia é que a empresa custeie uma comissão de 10% para a plataforma, que se propõe capacitar o jovem, identificar um trabalho ideal e acompanhá-los semanalmente recebendo o feedback.

Desafío socioambiental
O vencedor do Desafio Socioambiental foi o grupo Projetos Resíduos Identificados ou Resíduos ID. A ideia dessa iniciativa é incentivar a coleta e o total rastreio dos materiais recicláveis, desde a coleta inicial em grandes dispensadores, como condomínios e/ou empresas, passando pela triagem nas cooperativas, até a destinação final nas recicladoras.
O resultado do projeto é a melhora na comunicação entre catadores e cooperativas, rastreabilidade e transparência no processo de reciclagem, o recebimento de créditos pela logística reversa, fornecimento de dados ao poder público, ONGs e organismos internacionais como a FAO/ONU e distribuição de incentivos e patrocínios via moeda social aos catadores.
A equipe que ficou em segundo lugar foi a Green Detect que se propôs a incentivar as pessoas a adotarem hábitos mais sustentáveis por meio de um jogo para conseguir mudanças significativas na sociedade.

Prêmio
Como prêmio pela participação da maratona foram oferecidos prêmios de R$10 mil para os grupos que ficaram em primeiro lugar de cada desafio. Além disso, os dois primeiros colocados no desafio socioambiental receberão dez meses de aceleração no Programa Green Sampa com oficinas, masterclasses, mentorias individuais, participação em eventos, rodadas de negócios, além do serviço ativo de networking com iniciativa pública e privada. Para os dois primeiros grupos do desafio socioeconômico haverá integração na coordenação do Hackeando pela Integridade, evento que será organizado em São Paulo pelo UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime) no mês de setembro.

 

 

 

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