Programa Volta por Cima, da Prefeitura de São Paulo, já alcançou mais de 77 mil pessoas nas duas primeiras semanas

Transmissões on-line ao vivo continuam na próxima semana com atividades até 31 de março

Iniciativa da Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (SMDET), o programa Volta por Cima é uma série com lives que trazem temas como empreendedorismo, oportunidades de carreira, mercado de trabalho, produtividade, entre outros.

As apresentações virtuais acontecem na página do Facebook da SMDET e continuam mesmo durante o feriado antecipado, até dia 31 de março. Na próxima semana, estão programadas lives sobre afroempreendedorismo, longevidade no mercado de trabalho, gastronomia, Cate Móvel, Como Anunciar uma Empresa na Internet e Criação de Conteúdo.

“Estamos chegando à reta final do Volta por cima com a sensação de missão cumprida. Acreditamos que o conteúdo das lives atende à urgência das áreas de empreendedorismo e mercado de trabalho que estão no centro das ações que a SMDET desempenha”, explica a secretária de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, Aline Cardoso. “Diante da fase emergencial, oferecemos lives com temas diversos que trazem novas propostas e pontos de vista para reflexão neste novo cenário da pandemia”, completa.

Reinvenção do restaurante - Delivery 360

O setor gastronômico representa 6,1% da mão de obra na cidade de São Paulo, de acordo com a pesquisa realizada em 2018 pela SMDET e o Observatório do Trabalho do Departamento Intersindical Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Isto representa algo em torno de 300 a 400 mil pessoas. Atualmente, este segmento, tão significativo para a economia, é também um dos mais impactados pela pandemia de covid-19.

Neste momento, os serviços de entrega em casa, conhecidos como delivery, e o sistema drive-thru, são as únicas maneiras de venda de comida autorizada durante a fase emergencial do Plano São Paulo. Assim, a importância de implantar um sistema sustentável e eficiente do ponto de vista da operação é vital. O programa Volta por cima trouxe nesta sexta-feira, dia 26 de março, às 10h, um encontro virtual com o tema “Reinvenção do restaurante - Delivery 360”.

Com mediação da Guta Chaves, coordenadora do Observatório da Gastronomia da SMDET, o encontro virtual teve a participação de Fernando Blower, diretor executivo da Associação Nacional de Restaurantes (ANR); Marcos Amatti, diretor adjunto da Abrasel-SP; Simone Galante, sócia-fundadora e CEO da consultoria Galunion; Telma Shiraishi, chef e sócia-proprietária do restaurante Aizomê e Tsuyoshi Murakami, chef e sócio-proprietário do Murakami que contaram a experiência com seus negócios.

Embora vital, o delivery ainda não é um serviço oferecido por todos os empreendimentos na área de gastronomia. “Fizemos um levantamento e, em média, 1/3 dos estabelecimentos não tem sistema de delivery. Os que oferecem, não estão conseguindo lucrar mais do que 40% do montante pré-pandemia”, conta Fernando Blower, diretor executivo da ANR.

No caso do restaurante Aizomê, localizado no Jardins, em São Paulo, a mudança para o universo digital se deu aos poucos, experimentando novas formas de se comunicar a cada nova etapa. “Até um ano atrás, nunca tínhamos feito delivery. Tivemos que ser muito rápidos para nos adaptarmos, porque é uma operação totalmente nova. Quando o salão teve que ser totalmente fechado, nos dedicamos 100% às entregas e testamos todas as ações possíveis: panfletos, atendimento telefônico, whatsapp, parcerias com aplicativos e, agora, um delivery próprio”, conta Telma Shiraishi, chef e sócia-proprietária do restaurante Aizomê.

Ela destaca, ainda, que uma boa comunicação com o cliente é fundamental para o sistema funcionar bem. “Um bilhetinho ou um mimo enviado junto com o pedido até ser sempre muito simpático numa ligação telefônica”.

Outra mudança de paradigma para o Aizomê foi na segunda unidade, que funciona dentro da Japan House, na Avenida Paulista, quando foram distribuídas refeições para comunidades, iniciativa apoiada pela Rede Cozinha Cidadã da Secretaria Municipal de Direitos Humanas e Cidadania (SMDHC). Essa ação também foi essencial para manter a equipe daquele estabelecimento.

Já o restaurante Murakami estabeleceu um sistema totalmente baseado no boca a boca. O atendimento é feito com base no sistema drive-tru e a entrega é agendada por meio do whatsapp. “Como é um estabelecimento pequeno, conhecemos praticamente todos os clientes. Se aparece alguém novo, percebemos que foi indicado por alguém conhecido”, conta Tsuyoshi Murakami. Outra novidade foi o lançamento de pratos mais econômicos, com preços em torno de R$ 30.

Preocupado com a qualidade do produto, Murakami conta que além da sobrevivência do negócio é preciso considerar como o alimento chega ao seu destino. “Assim como a Telma, sou cozinheiro e fico o tempo todo pensando sobre o tipo de comida que ‘viaja bem’”, conta.

Com essa aproximação entre as pessoas, num tempo em que o contato físico é quase proibido, Murakami diz que essa interface digital traz um feedback dos clientes que o deixa muito animado de saber como é a recepção de um novo prato. “Não quero só elogio; eu procuro entender onde posso melhorar”, diz.

Blower falou sobre o relacionamento com os apps, explicando que existem diferenças na cobrança de taxas se o empreendedor usar a exposição do cardápio (marketplace) ou não da empresa de entrega. Usar o aplicativo para a operação completa traz um ônus que é a falta de acesso a toda a informação a respeito da venda porque há um intermediário neste relacionamento. Outro problema são os negócios informais que entram nestes aplicativos, entretanto, não operam com todos os custos de uma empresa formal.

Simone Galante contou que sua empresa de consultoria está disponibilizando no seu site sete cartilhas diferentes com orientações sobre diversos temas, entre eles, o delivery. “A fidelização do cliente agora não está mais tão atrelada à localização de um ótimo ponto para o estabelecimento. Além dos aplicativos, os estabelecimentos vendem também por Whatsapp e telefone”, explica.

Outro destaque da conversa foi o lançamento pela ANR do Grupo de Trabalho de Transformação Digital, coordenado por Simone Galante, da Galunion. Interessados em participar podem se inscrever no site da instituição: https://anrbrasil.org.br/.

Oportunidade de carreira no mercado pet

De acordo com levantamento da Euromonitor International, publicado pelo site da Forbes em agosto de 2020, o Brasil é o segundo maior mercado do mundo no ramo pet, com 6,4% de participação global no segmento. Esse cenário demonstra que há uma grande oportunidade de trabalho e empreendedorismo para os próximos anos, consolidando a presença brasileira no ramo pet. Com essa perspectiva, o oficineiro da Fundação Paulistana, Danilo Marques, falou sobre as oportunidades que o setor pet pode proporcionar.

Hoje são 142 milhões de animais de estimação no Brasil, incluindo, além de cães e gatos, aves, peixes, répteis, pequenos mamíferos entre outros. O crescimento do mercado pet em 2020 foi de 13,5% em comparação com o ano de 2019, diferente de outros mercados que não cresceram.

Um dos pontos apontados para o crescimento do mercado pet é a mudança na relação entre humanos e animais. “Hoje a relação é mais próxima, houve uma humanização dos animais. Os donos agora têm um maior cuidado com a saúde, alimentação e bem-estar”, diz Danilo Marques.

Outros fatores que contribuem para o crescimento do mercado são as novas configurações da sociedade. As famílias estão menores, com dois, três ou quatro pessoas, e podem ter um animal, casais que decidem não ter filhos, pessoas que moram sozinhas, a verticalização das cidades onde surgem mais prédios e as casas ficaram menores.

Ele também destacou que muitas pessoas adotaram animais durante a pandemia para fazer companhia, e que esse cenário ajudará o mercado a crescer ainda mais. “No pós-pandemia, as pessoas vão voltar ao trabalho e irão precisar dos serviços pet para que possam ter os tratamentos e cuidados que tinham em casa durante a pandemia”, destaca.

O mercado pet é composto por quatro segmentos: pet food, alimentação para animais, pet care, cuidados para o animal, pet vet, serviços veterinários, e pet serv, hospedagem e creche.

Os microempreendedores pet, ou seja, aquelas lojas de bairro representam 79,6% do mercado. Contudo, é uma área que precisa de especialização e mão de obra qualificada, pois cada raça de cachorro, por exemplo, tem a sua peculiaridade para dar banho ou tosar. Foi destacado também que para empreender precisa se preparar: buscar informações sobre o setor, qual é a margem de lucro, custos para abrir uma loja, legislação sobre o setor, etc.

Por fim, Danilo Marques deu duas dicas de curso no portal Cate. O primeiro foi “O mercado está pra pet: aprenda dar banho para cães”, para quem busca uma nova formação ou complementar a renda, e “Introdução ao Upcycling – Gerando renda com resíduos”, que não está ligado diretamente ao mercado pet, mas com reaproveitamento dos resíduos o cidadão poderá fazer produtos pets e vender para lojas de bairro, como roupas, camas, casa, arranhador, ninho, entre outros.

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