Projeto Sampa Cine Tec capacita jovens para o mercado de audiovisual

Noite de exibições de curtas contou com a presença de parceiros, alunos e representantes dos coletivos

Por Andréa Garbim

O Cine Olido, no centro de São Paulo, foi palco da exibição dos curtas do projeto Sampa Cine Tec, ação integrada entre a Secretaria Municipal de Trabalho e Empreendedorismo (SMTE), Agência São Paulo de Desenvolvimento (Adesampa), Empresa Pública de Cinema e Audiovisual de São Paulo (Spcine) e cooperação técnica da Fundação Paulistana de Educação, Tecnologia e Cultura.

Durante seis meses, cerca de 60 jovens participaram das capacitações no Instituto Criar, na Flacso (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais) e dos cursos do Programa Criado em Sampa. O projeto também contou com o apoio do Programa Bolsa Trabalho da SMTE e com as vivências em empresas do setor: 38 produtoras se habilitaram para participar do processo. Na sequência, quatro coletivos de audiovisual complementaram a formação técnica.

Durante o evento, a plateia prestigiou oito curtas que rechearam a noite de apresentações: “Caminho de Sempre”, “O12” e “Broto de Oliveira”, com a orientação do Mundo em Foco, da zona Leste; “Maria Maya”, e “Usuários - Cultura é saúde pública”, do Jamac Cinema Digital, da zona Sul; “Guaiba Banzo” e “Belo Bixiga” pelo NCA – Núcleo de Comunicação Alternativa, zona Oeste e o “Jogo do Bicho” com o Substância 122, da zona Norte.

O secretário Eliseu Gabriel ressalta que essa iniciativa agrega o Audiovisual, o Cinema e a Tecnologia, propõe formação profissional e inclusão produtiva de jovens, principalmente da periferia da cidade.

O gestor de Programas e Projetos da Adesampa, Eric de Oliveira, reforça que o Sampa Cine Tec atua na perspectiva da transformação social por meio da inserção no mercado de trabalho e empoderamento comunitário. “Os alunos também passaram pelos módulos de empreendedorismo do Programa Criado em Sampa, um apoio essencial dentro da formação”.

Um dos beneficiários do Programa Bolsa Trabalho, Jeferson Nunes, 22, participou das produções do “Belo Bixiga”, um documentário sobre o bairro. “Todas as fases foram interessantes, desde a interação entre as turmas até a produção final. O meu grupo foi orientado pelo coletivo NCA e agora com a prorrogação do projeto, vamos passar mais três meses nas produtoras”.

Nunes terminou a faculdade de Produção de Audiovisual, no final do ano passado, e sonha em trabalhar na área, mas considera o mercado muito difícil para os jovens da periferia. “A bolsa-auxílio foi essencial para a nossa permanência no projeto”.

Kamilla Bianca, 21, está no segundo semestre da faculdade de Produção Audiovisual e há um mês foi contratada por uma agência. “O projeto me proporcionou uma oportunidade incrível que foi conseguir um emprego! Obtive um leque muito rico de opções e acredito que muito em breve todos vão ter um diferencial para concorrer as vagas do mercado”.

A orientadora do Coletivo Mundo em Foco, Nayana Ferreira, conta que a trajetória do grupo já tem 13 anos. “Durante um mês de oficinas, conseguimos oferecer suporte, desde a produção do roteiro, escolha do nome e dos efeitos até a edição final. Foi um trabalho em conjunto que com certeza vai somar muito na bagagem deles”.

Um dos fundadores do Coletivo Substância 122, Giuliano Conti, explica que foi uma experiência interessante integrar o grupo de jovens às ideias e o formato de produção de um coletivo. “Orientamos o grupo democraticamente para que todos pudessem experimentar diversas funções dentro da produção de um curta-metragem”.

Ao final do projeto Sampa Cine Tec está prevista a realização de um festival com a produção dessas experiências nas salas de cinema do Circuito Spcine.

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