Modernismo 22+100: Prefeitura anuncia planos para a celebração do Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922

Vídeo, Ciclo, programação, Centros de Referência nas Bibliotecas, editais, concursos e uma Comissão de Instituições debatem reflexões e propõem celebrações; Debates com nomes como Zé Celso Martinez Corrêa, Tom Zé, Bia Lessa, Kondzilla, Maria Bonomi, Eliane Dias e outros convidados estão disponíveis em formato podcast

A Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo anuncia nesta quinta-feira, 8 de julho, diversas iniciativas no guarda-chuva do Modernismo 22+100, o projeto de reflexão e celebração sobre o Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922.

Os primeiros cinco episódios do Ciclo Modernismo 22+100 — um conjunto de encontros entre 100 personalidades da Cultura e da Cidade de São Paulo que formarão uma curadoria conjunta para as celebrações — estão disponíveis na íntegra em formato podcast nas principais plataformas, e em vídeos curtos nas redes sociais.

O site do projeto é o 22mais100.prefeitura.sp.gov.br.

Já participaram do Ciclo nomes como Zé Celso Martinez Corrêa, Tom Zé, Bia Lessa, Kondzilla, Marco Antonio Villa, Pedro Meira Monteiro, Fióti, Arissana Pataxó, José Miguel Wisnik, Sérgio Vaz, Carlos Augusto Calil, Maria Bonomi, Anelis Assumpção, Baby Amorim (do Bloco Afro Ilu Obá de Min), Silvio Almeida, Eliane Dias (empresária dos Racionais MCs) e Renata de Almeida (da Mostra de Cinema de São Paulo).

Esses são alguns dos participantes dos encontros já gravados, disponíveis ao público a partir de agora todas as quintas-feiras (veja a programação completa abaixo). As discussões do Ciclo foram baseadas em três eixos: História, Linguagens Artísticas e Territórios, buscando a diversidade de pontos de vista.

Acesse o Podcast Modernismo 22+100:

Confira o último episódio: 

Ao mesmo tempo, a Secretaria lança o vídeo Manifesto Modernismo 22+100, produzido pela produtora Lady Bird, com direção de Henrique Sauer (vencedor do Emmy Internacional com a Globo por Lado a Lado) e Helder Fruteira, filmado no Theatro Municipal de São Paulo com atores pretos. O texto da locução é de autoria de Hugo Possolo, diretor geral da Fundação Theatro Municipal, com participação do secretário de Cultura da cidade de São Paulo, Alê Youssef.

A Prefeitura também anuncia seus planos de programação para os festejos do ano que vem. O projeto leva em conta as restrições necessárias para a segurança de todos no contexto da pandemia, e a Secretaria Municipal de Cultura vai cumprir todas as orientações das autoridades de saúde — inclusive alterando o projeto se assim for necessário.

“Pensar sobre a Semana de Arte Moderna e seus desdobramentos no cenário contemporâneo é uma oportunidade incrível de colocar a arte e a cultura no centro do debate social”, diz Youssef. “Vislumbrar uma retomada para o ano que vem implica em promover um reencontro da cidade com ela mesma, colocando a cultura como saída justa, próspera e democrática da crise que vivemos. Juntar a esse caldo os valores modernistas de criação de uma identidade brasileira, valorização da arte e da diversidade e intercâmbios culturais acrescenta ainda mais valor a esse verdadeiro novo paradigma civilizatório”.

A programação inicial planejada para 2022 é a seguinte (mais detalhes abaixo):

  • Palco - Música Antropofágica
  • Cortejos Modernistas
  • Festim no Vale
  • Theatro Municipal + Balé da Cidade e Mini Virada Cultural
  • Missão 22REVER22
  • Museu de Arte de Rua (MAR) temático
  • Praça das Artes - Quilombo das Artes: Rodas de Samba e Bailes Futuristas
  • Eixo de programação infantil
  • Eixo de programação de Dança

Comissão de Instituições Culturais

O projeto também conta com uma Comissão de Instituições Culturais "Modernismo 22+100”, para a construção de um calendário cultural público-privado. A Comissão, que já realizou diversas reuniões, é integrada por representantes de instituições de grande relevância no contexto acadêmico, histórico e cultural da Cidade de São Paulo.

Fazem parte da Comissão a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, diversos museus como o MASP, o MAM-SP e o Museu Afro Brasil, o Centro de Tradições Nordestinas, a PUC São Paulo, entre outras instituições.

Centros de Referência do Novo Modernismo

A Secretaria inaugura ainda nove Centros de Referência do Novo Modernismo no mês de julho, espaços dedicados ao assunto em nove Bibliotecas Municipais. Antecipando as comemorações do Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, o projeto oferece acervos especializados no Modernismo e na proposição do conceito de “Novo Modernismo”, além de programação relacionada ao que há de mais “antropofágico” na cidade hoje. Nas próximas semanas, a Secretaria lança também dois editais relacionados ao assunto.

“O Novo Modernismo é a antropofagia a partir das periferias”, sugere Youssef. “Muito da cultura brasileira a partir de 1922 foi antropofágico: o Carnaval de Rua, o Tropicalismo, o Punk da Periferia, o Hip Hop, o Funk.”

Programação prévia

A programação do projeto Modernismo 22 + 100, prevista para acontecer de dezembro de 2021 a setembro de 2022, conta com manifestações das mais diversas linguagens, que vão do Hip-Hop ao circo, com um olhar atento à diversidade e aos desdobramentos da arte para além do centro, fazendo-se presente também nas periferias. Como diz o Manifesto do projeto: "O 22 de agora é a periferia no centro e o centro na periferia".

O Modernismo 22 + 100 terá programação espalhada por toda a cidade, a partir das vibrações do Vale do Anhangabaú e do Theatro Municipal, onde o evento aconteceu em 1922.

O Palco do Anhangabaú, por exemplo, sediará a série de shows “Música Antropofágica”, que conta com diversas manifestações musicais que evocam as raízes brasileiras mostrando sua influência na música contemporânea.

O Vale sediará o Festim no Vale, inspirado no Banquete Antropofágico de 1929, que se baseou em utilizar-se do palhaço Piolin como “refeição”. O Vale também será a sede de um potente encontro de coletivos e expressões variadas no centenário da Semana de 22, para uma ocupação da cidade de forma democrática, com diferentes linguagens.

Haverá também os Cortejos Modernistas, que refazem o Cortejo de 22, uma forma de manifestação artística contrária a tendências conservadoras na produção cultural, abraçando possibilidades de vanguarda. Os Cortejos percorrerão áreas históricas do Centro de São Paulo e de todas as regiões da cidade.

O Theatro Municipal será o cenário de performances coletivas, incluindo dois espetáculos do Balé da Cidade — um baseado na obra de Tarsila do Amaral e outro inédito — uma mini Virada Cultural de 24 horas, e montagens de peças de teatro, encenações e leituras dramáticas.

A Missão 22REVER22 — inspirada nos trabalhos de Mário de Andrade — vai destacar uma equipe de realização equivalente à complexidade da região metropolitana de São Paulo em 2022. Essa equipe, a partir de levantamentos e pesquisas, vai realizar eventos e ações nos Museus municipais com a intenção de resgatar a vocação da cidade como um território de cruzamento e mescla cultural.

O Museu de Arte de Rua (MAR) se faz presente na programação ao evocar o debate sobre o grafitti e a arte de rua — linguagem central para a ideia de um Novo Modernismo, atualizando conceitos da Semana para o contexto contemporâneo.

Na Praça das Artes, acontecerá o Quilombo das Artes, espaço com o objetivo de valorizar o passado e projetar o futuro, ressignificando a Praça das Artes enquanto principal terreiro da cidade. O projeto propõe Rodas de Sambas e Bailes Futuristas, destacando as expressões negras na cidade.

Para o público infantil, o Modernismo 22 + 100 propõe atividades lúdicas, a partir de vivências que se valem da linguagem teatral ou da contação de histórias, trazendo a experiência e um primeiro contato com o movimento. Dentre os eventos, estão a Barbaridade Moderninha e o Espaço Cubista, que trazem uma linguagem atrativa e adaptada ao público.

A Semana de Arte de 22 contou com a participação de uma artista ligada à dança, a bailarina Yvonne Daumierie, inspirada em Isadora Duncan, coreógrafa e bailarina bastante ressaltada pelo seu pioneirismo e por sua atuação no movimento. O Modernismo 22 + 100 entende a importância de dar visibilidade às atrações artísticas de dança e performance, que tenham a coreografia e a corporeidade como aspectos centrais em suas narrativas.

Episódios do Ciclo Modernismo 22+100

Episódio 1 — +modernismo +modernisma +modernisme

  • Mediado pelo Diretor geral da Fundação Theatro Municipal, Hugo Possolo, o primeiro episódio conta com os convidados:
  • Marco Antonio Villa, historiador, escritor, colunista da ISTOÉ e comentarista da TV Cultura
  • Renata de Almeida, produtora de cinema, cineasta, curadora e diretora geral da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
  • Eliane Dias, advogada e empresária da produtora Boogie Naipe, que gerencia carreiras de artistas como Racionais MC’s, Mano Brown e Liniker
  • Konrad Dantas, mais conhecido pelo nome artístico KondZilla, fundador das produtoras Kondzilla Filmes e Kondzilla Records, diretor de criação, produtor e empresário

Episódio 2 — Subdesenvolvimento e Identidade

  • Apresentado e mediado pelo diretor geral da Fundação Theatro Municipal, Hugo Possolo, o segundo episódio conta com os convidados:
  • Pedro Meira Monteiro, doutor em teoria literária pela Unicamp e professor de literatura brasileira da Universidade de Princeton
  • Evandro Fióti, músico, compositor, empresário, produtor, diretor artístico e sócio fundador da LAB Fantasma
  • Anna Maria Kieffer, musicóloga, pesquisadora e cantora lírica
  • Chapinha, sambista, compositor, militante cultural e fundador do Samba da Vela

Episódio 3 — Qual é a cor do nosso Modernismo hoje?

  • Apresentado pela Diretora da SPCine, Viviane Ferreira, o terceiro episódio conta com os convidados:
  • Carla Caffé, arquiteta e diretora de arte para cinema, televisão e teatro. Trabalhou em filmes como Central do Brasil e Era o Hotel Cambridge
  • Adriana Couto, jornalista que há 12 anos atua como apresentadora do programa Metrópolis, da TV Cultura
  • José Miguel Wisnik, pianista, escritor e compositor, atualmente é professor aposentado da Universidade de São Paulo
  • Marcia Camargos, jornalista, escritora e doutora em História Social pela USP

Episódio 4 — Fluxos subterrâneos do canibalismo moderno

  • Apresentado pela Secretária Adjunta da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, Ingrid Soares, o quarto episódio conta com os convidados:
  • Carlos Augusto Calil, ex-Secretário Municipal de Cultura de São Paulo, professor do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da ECA/USP
  • Maria Montero é artista, curadora independente, produtora executiva especializada em exposições e galerista
  • Moisés Patrício, artista visual e arte educador, que trabalha com fotografia, vídeo, performance, rituais, e instalações em obras que lidam com elementos da cultura latina e afro-brasileira
  • Sérgio Vaz, poeta, escritor, agitador cultural, idealizador da Semana de Arte Moderna da Periferia, fundador da Cooperifa

Episódio 5 — Identidade visual, liberdade e projeto utópico do Brasil

  • Apresentado e mediado pela jornalista e Diretora da Biblioteca Mário de Andrade, Joselia Aguiar, o quinto episódio conta com as convidadas:
  • Maria Bonomi, uma das mais importantes gravuristas da atualidade, também escultora, pintora, muralista, curadora, figurinista, cenógrafa e professora
  • Arissana Pataxó, artista plástica brasileira, mestre em Estudos Étnicos e Africanos, com projetos voltados para a arte-educação
  • Claudia Jaguaribe, fotógrafa, artista plástica e escritora, formada em História da Arte pela Boston University
  • Anelis Assumpção, cantora, compositora e diretora geral do projeto MU.ITA (Museu Itamar Assumpção)

Episódio 6 — Mais modernista e menos bandeirante

  • Apresentado e mediado pelo Diretor do Museu da Cidade, Marcos Cartum, o sexto episódio conta com os convidados:
  • Silvio Almeida, advogado, filósofo, escritor e professor universitário. Também preside o Instituto Luiz Gama
  • Martin Grossmann, professor titular da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo / ECA-USP
  • Baby Amorim, produtora cultural do bloco Ilú Obá De Min, que promove as culturas afro-brasileira e africana e atividades para o fortalecimento da mulher
  • Paulo Miyada, curador do Instituto Tomie Ohtake e co-coordenador da Escola Entrópica.

Episódio 7 — Expressões internacionais de uma Semana brasileira, 100 anos depois

  • Apresentado e mediado por Paula Rocha, Coordenadora do Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais (PROMAC), o sétimo episódio conta com os convidados:
  • Giselle Beiguelman, artista, curadora e Professora Associada da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
  • Alex Allard, empreendedor francês responsável pelo projeto Cidade Matarazzo
  • Cauê Alves, bacharel, mestre e doutor em Filosofia pela FFLCH-USP, é curador-chefe do Museu de Arte Moderna de São Paulo

Episódio 8 — Um grande terreiro no coração da cidade

  • Apresentado e mediado por Priscila Machado, Coordenadora de Casas de Cultura da Cidade de São Paulo, o oitavo episódio conta com os convidados:
  • Miguel De Almeida, editor, escritor e diretor de cinema, colunista no jornal O Globo, colaborador da Folha de S.Paulo e Diretor Editorial de OBeijo.com.br
  • José Celso Martinez Correa, conhecido como Zé Celso, é um dos nomes mais importantes ligados ao teatro brasileiro. Destacou-se como um dos principais diretores, atores, dramaturgos e encenadores do Brasil
  • Débora Garcia é poeta e escritora. Idealizadora e artista no coletivo Sarau das Pretas, também atua como mediadora de leitura e trabalha no Anexo de Violência Doméstica e Familiar da Comarca de Suzano
  • Marília Bonas é historiadora, especialista em Museologia (CEMMAE-USP), mestre em Museologia Social e compõe a diretoria do Conselho Internacional de Museus - Brasil (ICOM Brasil) desde 2018

Episódio 9 — Zémana de Arte Moderna

  • Apresentado e mediado pelo Diretor geral do Theatro Municipal, Hugo Possolo, o nono episódio conta com os convidados:
  • Tom Zé foi parte essencial do movimento tropicalista, nos anos 60-70. Sua arte combina a linguagem musical das canções de trabalho do povo e o conhecimento musical adquirido na Universidade de Música da Bahia
  • Elias Thomé Saliba, historiador, professor titular de Teoria da História na USP especializado em História Cultural. É coordenador do grupo de pesquisadores em História Cultural do Humor da USP
  • Marcelino Freire é escritor e conhecido por suas obras, constantemente adaptadas para o teatro, e por sua atuação como professor de oficinas de criação literária, além de produtor cultural
  • Ana Gonçalves Magalhães, professora Livre-docente, curadora e Diretora do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo

Episódio 10 — A cidade como instalação e o Fluxo da 22

  • Apresentado pela diretora do Departamento do Patrimônio Histórico, Maria Emilia Nascimento Soares, o décimo episódio conta com os convidados:
  • Bia Lessa, atriz, diretora e artista multimídia. Seus espetáculos e filmes foram apresentados em diferentes países, como França, Espanha, Alemanha e Estados Unidos
  • Eleilson Leite, coordenador da Área Cultura da ONG Ação Educativa, membro do Colegiado de Coordenação onde concebeu e lidera projetos como a Agenda Cultural da Periferia, o Ponto de Cultura Periferia no Centro e o Episódio Estéticas das Periferias
  • Regina Maria Salgado Campos, professora sênior da FFLCH da USP e coordenadora do grupo de pesquisa Brasil/ França (Grupebraf) do Instituto de Estudos Avançados da USP
  • Andréa de Araujo Nogueira, historiadora e Gerente do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo.

Os encontros restantes do Ciclo Modernismo 22+100 serão gravados no mês de julho de 2021.

Legislação

Confira a legislação municipal sobre o Grupo de Trabalho Modernismo 22+100

DECRETO Nº 60.196 DE 23 DE ABRIL DE 2021

PORTARIA SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA - SMC Nº 56 DE 11 DE MAIO DE 2021

PORTARIA SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA - SMC Nº 58 DE 14 DE MAIO DE 2021