Teatros municipais apresentam espetáculos gratuitos da Mostra São Paulo em Cena em dezembro

Espetáculos com grande representatividade são apresentados entre 02 e 18 de dezembro nas periferias das quatro macrorregiões

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, anuncia a Mostra São Paulo em Cena 2022. Entre 02 e 18 de dezembro, a iniciativa leva aos teatros municipais Alfredo Mesquita, Arthur Azevedo, Cacilda Becker e Paulo Eiró quatorze espetáculos, todos gratuitos, para o público adulto e infantil, de forma a promover a descentralização e o acesso à cultura.

São apresentados alguns dos espetáculos mais representativos do cenário teatral paulistano, de gêneros que vão do musical à tragédia, concebidos tanto por produções independentes, quanto por grupos já consolidados no ramo.

O espetáculo Homens Pink abre a programação na sexta-feira (02), às 21h, no Teatro Alfredo Mesquita, e permanece em cartaz durante o final de semana, no sábado (03), também às 21h, e no domingo (04), às 19h. Com direção, texto e atuação de Renato Turnes, foi concebido a partir de depoimentos de um grupo de senhores gays e celebra as vivências de gerações anteriores. No mesmo final de semana, o Teatro Cacilda Becker apresenta Cárcere ou porque as mulheres viram búfalos e conta com duas apresentações no sábado, às 17h e às 21h, e uma no domingo, às 19h. Retrata as vidas de duas irmãs, Maria dos Prazeres e Maria das Dores, marcadas pelo encarceramento dos homens da família: o pai, o companheiro de uma e o filho da outra.

Abaixo, confira a programação completa.

 

Exposição Retratos – Bob Sousa

Exposição Retratos – Bob Sousa é uma exposição fotográfica artística, formada por retratos de personalidades da cultura e do teatro brasileiro contemporâneo. A mostra apresenta diferentes experiências vividas e reveladas no momento do encontro entre fotógrafo e retratado. A exposição RETRATOS – BOB SOUSA, com a curadoria do jornalista e crítico teatral Miguel Arcanjo Prado, reúne 50 imagens em comemoração aos 10 anos da coluna “O Retrato do Bob”, criada pela dupla em 2012. A mostra será apresentada em cinco teatros municipais de São Paulo e conta com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura, da Unesp – Universidade Estadual Paulista e da Fundação Vunesp.

Ficha Técnica | Bob Sousa - artista. Miguel Arcanjo Prado - curadoria e texto. Marco Aurélio Olímpio - assessoria em expografia e montagem. Camera press - Impressão.

| Teatro Alfredo Mesquita/Teatro Paulo Eiró/Teatro Cacilda Becker/Teatro Arthur Azevedo. 02 a 18 de dezembro.

 

Homens Pink

Homens Pink é um espetáculo criado a partir dos depoimentos de um grupo de senhores gays. No corpo-arquivo em cena, narrativas sobre infância, fervo, epidemia e resistência conectam-se a acervos pessoais e compõem um documento performativo que celebra a experiência dos pioneiros e o orgulho das ancestralidades dissidentes.

Ficha técnica | Direção, texto e ator: Renato Turnes

| Teatro Alfredo Mesquita. 02, 03 e 04 de dezembro. Sexta e sábado às 21h. Domingo às 19h. 50 min. 14 anos. Teatro Adulto.

 

Cárcere ou porque as mulheres viram búfalos

As irmãs Maria Dos Prazeres e Maria Das Dores têm a vida marcada pelo encarceramento dos homens da família: primeiro, o pai; depois, o companheiro de uma; agora o filho da outra. Dentro do presídio, o jovem Gabriel – que sonha em ser desenhista – aprende as estratégias de sobrevivência para lidar com as disputas internas de poder e a falta de perspectivas inerentes ao sistema carcerário. Naquele microcosmo, a violência dita as regras e não poupa os considerados fracos ou rebeldes. Fora dali, em suas comunidades, as mulheres – mães, filhas, afilhadas – buscam alternativas para, ao menos, tentar romper os ciclos de opressão que as aprisionam em existências sem futuro.

Ficha técnica | Direção: Miguel Rocha. Dramaturgia: Dione Carlos. Elenco: Antônio Valdevino, Dalma Régia, Danyel Freitas, Davi Guimarães, Jefferson Matias, Jucimara Canteiro, Priscila Modesto e Walmir Bess. Musicistas: Alisson Amador (percussão), Amanda Abá (violoncelo), Denise Oliveira (violino) e Jennifer Cardoso (viola).

| Teatro Cacilda Becker. 03 e 04 de dezembro. Sábado às 17h e 21h. Domingo às 19h. 120 min. 12 anos. Teatro Adulto.

 

O bem amado musicado

O BEM AMADO, de Dias Gomes, é uma comédia que satiriza o cotidiano de uma cidade fictícia no litoral baiano, o “bem-amado” em questão é o corrupto e demagogo Odorico Paraguaçu, candidato a prefeito de Sucupira, adorado pela maior parte da população. Como não há um cemitério na cidade, o que obriga os moradores a enterrar seus mortos em municípios vizinhos, o político se elege com o slogan “Vote em um homem sério e ganhe um cemitério”. A grande questão para Odorico é que não morre ninguém para que o cemitério seja inaugurado. O prefeito resolve, então, lançar mão de todo tipo de artifício para não perder o apoio popular, até mesmo consentir a volta à cidade do terrível pistoleiro Zeca Diabo, com a total garantia de que ele não será preso. Há a esperança de que ele mate alguém e lhe arranje um defunto. O prefeito só não imaginava que Zeca Diabo volta a Sucupira disposto a nunca mais matar ninguém, pois quer virar um homem correto, um homem de Deus! No final da trama, é o próprio Odorico quem inaugura o cemitério, após ser morto com tiros por Zeca Diabo. Todos lamentavam-se. O prefeito Odorico tornou-se um mártir.

Ficha técnica | Autor: Dias Gomes. Direção: Ricardo Grasson Atores: Cássio Scapin, Marco França, Eduardo Lourenço (Eduardo Semerjian), Rebeca Jamir, Luciana Ramanzini, Kátia Daher, Anderson Camargo (Ando Camargo), Heitor Garcia, Roquildes Júnior, Carlos Magno (Magno Argolo). Músicos: Piano, clarinete, violões, lira e percussão: Marco França; Violões e rabeca: Bruno Menegatti; Sanfona: Daniel Warschauer; Percussão: Roquildes Júnior.

| Teatro Arthur Azevedo. 03 e 04 de dezembro. Sábado às 18h e 21h. Domingo às 16h30 e 19h. 100 min. 12 anos. Teatro adulto.

 

Farol das cores (Anita e Di)

Um espetáculo encenado com uma novidade delicada de animação de teatro de sombras, com bonecos construídos em formato de Linha Única. A trama apresenta uma personagem divertida, com diversas ideias inventivas entre desenhos e pinturas. A menina ANITA e seu amigo vizinho, Di, adoram construir brincadeiras insólitas, transformando objetos em esconderijos improváveis. A construção da Torre de um novo Farol em seu vilarejo aguça e desperta ainda mais a criatividade das duas crianças. E também acaba revelando seres encantados do mar, trazendo ainda mais aventuras surpreendentes para as crianças Anita e Di.

Ficha técnica | Direção e texto: Dario Uzam. Elenco: Surley Valério, William Lobo, Flavio Borzi, Roberta Turro.

| Teatro Arthur Azevedo - Sala Multiuso. 03 e 04 de dezembro. Sábado e domingo às 16h. 45 min. Livre. Teatro infanto-juvenil.

 

Tebas

Em Tebas, a Cia. Elevador cria um entrelaçamento das três peças que compõem a Trilogia Tebana: Édipo Rei, Antígona e Édipo em Colono, que discutem alicerces fundamentais de nossa sociedade: tirania e democracia; patriarcado, território e exílio; destino e livre arbítrio.

Ficha técnica | Dramaturgia e Direção: Marcelo Lazzaratto. Elenco: Pedro Haddad, Rodrigo Spina, Carolina Fabri, Tathiana Botth, Thaís Rossi, Marcelo Lazzarato, Eduardo Okamoto, Rita Gullo e Marina Vieira.

| Teatro Paulo Eiró. 09, 10 e 11 de dezembro. Sexta e Sábado às 20h. Domingo às 19h. 160 min. 12 anos. Teatro adulto.

 

História do olho - Um conto de fadas pornô-noir

Em uma livre adaptação da célebre novela "História do Olho" de Georges Bataille, Janaina Leite dá continuidade à sua pesquisa sobre teatro e pornografia. O espetáculo híbrido entre ficção e não-ficção adota a própria estrutura de “História do Olho” dividida em “fábula” e “reminiscências”.

Ficha técnica | Direção: Janaina Leite. Dramaturgia: Lara Duarte, André Medeiros Martins e Janaina Leite. Atores: Janaina Leite, Ultra Martini, Cusko, Carô Calsone, Isabel Soares, André Medeiros Martins. Performers: Armr’Ore Erormray, Dadu Figlioulo, Georgia Vitrilis, Lucas Scudellari, Vinithekid, Tadzio Veiga, Pombo Morcego e Thata.

| Teatro Arthur Azevedo. 10 e 11 de dezembro. Sábado às 20h. Domingo às 19h. 180 min. 18 anos. Teatro adulto.

 

Tatuagem

Recife, 1978. A trupe teatral Chão de Estrelas é liderada pelo extravagante Clécio Wanderley e tem Paulete como a principal estrela do grupo. Numa noite de show, eles recebem a visita do cunhado de Paulete, o jovem Fininha, que é militar. Encantado com o universo criado pela companhia, ele logo é seduzido por Clécio. Os dois iniciam um tórrido relacionamento, que coloca Fininha frente a um grande problema: lidar com a repressão existente no meio militar em plena ditadura. Um espetáculo sobre o amor e a liberdade em tempos de opressão.

Ficha técnica | Direção e cenário: Kleber Montanheiro. Elenco: André Torquato, Bia Sabiá, Cleomácio Inácio, GuRezê, Júlia Sanchez, Lua Negrão, Mateus Vicente, Natália Quadros, Romário Oliveira e Zé Gui Bueno. Banda: Guitarra - Canhestro; Bateria - Caro Pisco; Teclado - Wagner Passos; Baixo/Violão - Gabriel Hernandes.

| Teatro Cacilda Becker. 10 e 11 de dezembro. Sábado às 15h e 20h. Domingo às 19h. 135 min. 16 anos. Teatro Adulto.

 

Brenda Lee e o palácio das princesas

Este musical conta a história da travesti Caetana, também conhecida como Brenda Lee, que se tornou um marco na luta por direitos LGBTQIA+. O musical conta com seis atrizes transvestigêneres e um ator cisgênero, fala sobre a luta das travestis nas ruas de São Paulo, a escassez de oportunidades que as impele à prostituição e sobre como foram apoiadas por Brenda, que acolheu em sua casa, as doentes de Aids numa época em que quase nada ainda se sabia sobre a doença.

Ficha técnica: Diretor: Zé Henrique de Paula. Dramaturga: Fernanda Maia. Elenco: Verónica Valenttino, Olívia Lopes, Tyller Antunes, Leona Jhovs, Marina Mathey e Fábio Redkowicz. Músicos: Rafa Miranda, Carlos Augusto, Juma Passa, Rafael Lourenço e Rafa Bebiano.

| Teatro Alfredo Mesquita. 10 e 11 de dezembro. Sábado às 20h. Domingo às 19h. 1h40. 12 anos. Teatro adulto.

 

Um inimigo do povo

Um médico se vê em meio a uma trama de interesses econômicos e corrupção, quando descobre a contaminação das águas, numa cidade que vive de seu balneário e termas. As disputas se desdobram num conflito a um só tempo particular e público.

Ficha técnica | Elenco: Augusto Pompeo, Cesar Baccan, Clara Carvalho, Lilian Regina, Lucas Scalco, Raphael Garcia, Tatah Cardozo, Rodrigo Scarpelli, Rogério Brito, Sérgio Mastropasqua. Baterista: Lucas Scalco. DJ: Thiago Liguori. Performer: André Voulgaris.

| Teatro Cacilda Becker. 16, 17 e 18 de dezembro. Sexta e Sábado às 20h. Domingo às 19h. 150 min. 14 anos. Teatro adulto.

 

O que meu corpo nu te conta?

 

O Coletivo Impermanente, dirigido por Marcelo Varzea, se reveza nesta imersão performativa em que seus corpos nus, em relatos confessionais, postos em minissolos de autoficção, revelam histórias marcadas em suas peles e existências, são abordados olho no olho, num ato íntimo. Simultaneamente as falas se sobrepõem como numa radiografia social.

 

Ficha técnica | Criação, Dramaturgia e Direção: Marcelo Varzea. Atuação e textos: Coletivo Impermanente. Elenco: Agmar Beirigo, Ana Bahia, André Torquatto, Bruno Rods, Camila Castro, Conrado Costa, Dani D'eon, Daniel Tonsig, Eduardo Godoy, Ellen Regina, Flavio Pacato, John Seabra, Lana Rhodes, Letícia Alves, Pamella Machado, Renan Rezende, Stephanie Lourenço, Thiene Okumura, Veronica Nobili e Vini Hideki. Direção de Movimento: Erica Rodrigues. Preparação Vocal: Lara Córdulla. Iluminação: Vini Hideki. Músicas originais: Marcelo Varzea e Flávio Pacato. Direção Musical: Flávio Pacato. Assistência de direção: Talita Tilieri. Consultoria teórica: Mariela Lamberti. Preparação Corporal: Veronica Nobili. Design Gráfico: Bruno Rods.

 

| Teatro Arthur Azevedo - Sala Multiuso. 16, 17 e 18 de dezembro. Sexta e Sábado às 20h. Domingo às 18h. 60 min. 16 anos. Teatro adulto.

 

A hora da estrela ou canto da Macabéa

Espetáculo de teatro musical baseado no livro escrito por Clarice Lispector que narra a saga de Macabéa, imigrante nordestina cuja vida no Rio de Janeiro é marcada por várias ausências: É vista pela sociedade como uma mulher desprovida de qualquer atrativo, ela se contenta com uma existência medíocre: ganha menos do que um salário mínimo, divide um quarto com quatro pessoas, sofre com um chefe rigoroso e não atrai a atenção de ninguém.

Ficha técnica | Adaptação e Direção: André Paes Leme. Texto: Clarice Lispector. Música: Chico César e Marcelo Caldi. Elenco: Claudia Ventura, Laila Garin e Leonardo Miggiorin. Direção musical e arranjo: Marcelo Caldi. Músicos: Fábio Luna (Bateria, Percussão, Flauta, Flauta baixo e voz), Pedro Franco (Guitarra, Violão, Bandolim, Violino e voz) e Pedro Aune (Baixo acústico, Baixo elétrico, Tuba e voz).

| Teatro Arthur Azevedo. 17 e 18 de dezembro. Sábado às 21h. Domingo às 19h. 120 min. 16 anos. Teatro Adulto.

 

A fábrica dos ventos

"A Fábrica dos Ventos" conta a história de um reino onde a vida gira em torno das bexigas. O trabalho, o alimento, o lazer, tudo neste lugar é feito a partir das bexigas. Com dificuldades de respiração e locomoção, o povo trabalha enchendo as bexigas, sobrevivem vendendo a única coisa que lhes restam, o sopro vital. Atendendo às ordens do rei, ao final de cada dia um soldado passa recolhendo todas bexigas.

Ficha técnica | Atores: Alexandre Matos, Henrique Alonso, Joel Carozzi e Sérgio Carozzi. Músico: Wellington Bernardo. Direção: Alexandre Matos, Joel Carozzi e Sérgio Carozzi.

| Teatro Alfredo Mesquita. 17 e 18 de dezembro. Sábado e domingo às 16h. 45 min. Livre. Teatro infanto - juvenil. Circo.

 

Encantado

A palavra "encantado", do latim incantatus, designa algo que é ou foi objeto de encantamento ou de feitiço mágico. Encantado é também sinônimo de maravilhado, deslumbrado ou fascinado e também uma expressão de cumprimento social. No Brasil, encantado tem ainda outros sentidos. O termo se refere às entidades que pertencem a modos de percepção do mundo afro-indígenas. Os encantados, animados por forças desconhecidas, transitam entre céu e terra, nas selvas, nas pedras, em águas doces e salgadas, nas dunas, nas plantas, transformando-os em locais sagrados. São seres que atravessam o tempo e se transmutam em diferentes expressões da natureza. Não experimentaram a morte, mas seguiram em outro plano, ganhando atribuições mágicas de proteção e de cura. Deste modo, as ações predatórias que ameaçam a vida na Terra, a destruição sistemática das florestas, dos rios e dos mares impactam também a existência dos Encantados. Não há como separar os encantados da natureza ou a natureza desses seres. Como encantar nossos medos e nos colocarmos no coletivo, próximos uns dos outros? Como encantar o que nos cerca, imagens, danças e paisagens e transformá-las em nossos corpos e ideias? Como entrar em encantamento e nos acoplarmos, nós e o ambiente, em arranjos variados e ir ao encontro dos seres viventes em toda a sua diversidade?

Ficha técnica | Criação e direção: Lia Rodrigues. Dançarinos: Leonardo Nunes, Carolina Repetto, Valentina Fittipaldi, Tiago Oliveira e Felipe Vian. Trilha sonora/mixagem: Alexandre Seabra (a partir de trechos de músicas do povo Guarani Mbya/Aldeia de Kalipety da T.I. Tenondé Porã, cantadas e tocadas durante a marcha de povos indígenas em Brasília, em agosto e setembro de 2021, contra o “marco temporal”, uma medida inconstitucional que prejudica o presente e o futuro de todas as gerações dos povos indígenas).

| Teatro Paulo Eiró. 17 e 18 de dezembro. Sábado às 21h. Domingo às 19h. 60 min. 16 anos. Dança.